A Noticia

Tenho contado este acontecimento a imensos amigos, mas não me lembro de alguma vez o ter publicado algures. Neste texto vou narrar como me foi dada a noticia, de que estava infectado com o HIV. A maneira como a mesma foi dada, foi de tal modo cruel, e dita de uma forma nunca por mim esperada, de um médico para o qual palavras como humanidade e compaixão não devem existir no seu vocabulário. Ele nesse momento não foi um médico, mas mais um executor e ao mesmo tempo um carrasco. Corria o ano de 1997 e eu tinha sido internado, no hospital para se descobrir a causa de umas febres que teimavam em não desaparecer. Depois de uma semana de internamento a médica que me seguia, perguntou-me se eu me importava que fosse feito o teste ao HIV ao que eu acedi. Tinha tido uma aventura de verão, mas estava tranquilo, pois não era uma prostituta e era alguém que como eu, queria enfim divertir-se durante as férias. Nessa altura havia poucas campanhas de informação e a SIDA era para mim algo desconhecido embora soubesse que existisse. Continuei internado mais alguns dias e fazendo testes alguns deles muito dolorosos como por exemplo tirarem uma amostra da medula. Com o passar dos dias comecei a ficar preocupado, e como tinha informação que o vírus podia estar vários anos sem se revelar comecei a pensar no passado em que muitas vezes tive relações sexuais com desconhecidas. Passada uma semana mais ou menos a médica que me acompanhava disse-me que eu ia ter alta no dia a seguir. Perguntei-lhe sobre o teste ao HIV mas disse-me que ainda nada sabia. No dia da alta, por qualquer motivo ela não estava e fui chamado ao gabinete do director do bloco. Encontrava-me de pé dentro do gabinete aguardando a chegada do médico. Os meus olhos passeavam-se pelos quadros que decoravam as paredes todos eles com motivos africanos que revelavam uma origem ou então passagem por Moçambique. Estava apreensivo e tentava que a minha mente fugisse do motivo real pelo qual me encontrava naquele gabinete. Não sei quanto tempo lá estive, tal era a minha ansiedade mas esse tempo pareceu-me uma eternidade. Subitamente entrou na sala o médico e perguntou-me o que estava lá a fazer sem sequer me cumprimentar. Disse-lhe ao que vinha e ele com uma voz gélida simplesmente disse-me: -Então a sua médica não lhe disse? Ao que respondi negativamente -O senhor está infectado. É homosexual ? Disse-lhe que não -Teve relações com prostitutas? Eu referi que no passado sim, mas que no presente não -Isto é recente, portanto deveria ter tido relações há pouco tempo. A noticia estava dada e eu sentia-me terrivelmente mal e comecei a ficar pálido, mal me aguentando em pé.. Entretanto o diálogo que era quase um monólogo em que eu respondia com curtas frases, continuou. Perguntou-me se eu era casado e se ia dizer á minha mulher que estava infectado ao que eu respondi afirmativamente, pois não iria esconder algo tão grave, além de estar preocupado com a possibilidade de ter infectado a minha mulher, ao que ele retorquiu: -Sabe é que eu tenho um doente, ou melhor tinha pois ele já morreu, que decidiu não dizer á mulher. Estas palavras, para alguém que acaba de saber que está infectado com o vírus da SIDA, e que não sabe absolutamente nada sobre a doença, foram realmente a machadada final. Ele tinha-me acabado de dizer indirectamente que a doença me iria matar também. Acho que nesta altura ele apercebeu-se de como eu me sentia e disse-me para me ir deitar na minha cama e que depois a enfermeira ia-me levar os papeis da alta, mas que teria de voltar ao hospital pois ainda faltavam os testes de carga viral. Voltei para a cama e não me lembro de ver ou falar com alguém. Estava tudo acabado e eu iria morrer em breve. Não sei o que pensava, nem consigo descrever como me sentia nessa altura. Lembro-me de estar preocupadissimo com a possibilidade de ter infectado a minha mulher e preocupava-me imenso ter ainda dois filhos menores, os quais não poderia ajudar na sua formação e preparação para a vida pois iria morrer em breve. Sabia que naquele dia iria para casa, e iria dar a noticia á esposa e aos filhos. Queria viver, queria que a minha mulher não estivesse infectada e queria ver os meus filhos criados. Este texto relata apenas a “Noticia da infecção”, de seguida irei escrever outros textos sobre os dias que se seguiram e que também foram angustiantes. Passados dez anos este episódio continua bem vivo na minha memória especialmente as palavras “ Tenho um doente ou melhor tive pois já morreu ...” .

Água Oxigenada


A água oxigenada (Peróxido de Hidrogénio) foi desenvolvida na década de 1920 por cientistas para conter problemas de infecções e gangrena em soldados em frente de batalha. A pesquisa buscava um produto barato, fácil de transportar e usar, que pudesse ser conservado de forma fácil e à temperatura ambiente, sem problemas colaterais. Durante a segunda guerra mundial, a redução no número de baixas e amputações foi tremenda, graças ao uso da água oxigenada. Numa solução a 3%, é um dos mais potentes desinfectantes que existem. Isso é pouco divulgado e pode-se entender porquê. Um produto barato e simples de usar, concorre com outros desenvolvidos por laboratórios farmacêuticos e indústrias de desinfectantes domésticos e hospitalares. Portanto, não há interesse comercial no seu uso em larga escala.
O que se pode fazer com água oxigenada:
1 - Uma colher de sobremesa do produto usada para bochechos e mantido na boca por alguns minutos, mata todos os germes bucais, branqueando os dentes! Cuspir após o bochecho.
2 - Manter escovas de dentes numa solução de água oxigenada conserva as escovas livres de germes que causam gengivite e outros problemas bocais.
3 - Um pouco de água oxigenada num pano desinfecta superfícies melhor do que qualquer outro produto. Excelente para usar em cozinhas e casas de banho.
4 - Tábuas de carne e outros utensílios são totalmente desinfectados após o uso, com um pouco de água oxigenada. O produto mata qualquer bactéria ou germe, inclusive a salmonela.
5 - Passada nos pés, à noite, evita problemas de frieiras e outros fungos que causam os principais problemas nos pés, inclusive o mau cheiro (chulé).
6 - Passada em ferimentos (várias vezes ao dia) evita infecções e ajuda na cicatrização. Até casos de gangrena regrediram com o seu uso.
7 - Numa mistura meio-a-meio com água pura, pode ser pingada no nariz em alturas de resfriados e sinusites. Esperar alguns instantes e assoar o nariz. Isso mata germes e outros microorganismos nocivos
8 - Um pouco de água oxigenada na água do banho ajuda a manter a pele saudável, podendo ser usada em casos de micoses e fungos.
9 - Roupas que precisem de desinfecção (lençóis, fraldas, etc), ou aquelas em contacto com secreções corporais e sangue, podem ser totalmente desinfectadas se ficarem de molho numa solução contendo água oxigenada antes da lavagem normal.
10 - Certamente você encontrará outras formas de usar a água oxigenada em sua casa.

Pena, que os cientistas e laboratórios no século XXI, não tenham a preocupação de nas suas pesquisas procurarem medicamentos baratos, sem efeitos colaterais e que possam ser conservados á temperatura ambiente. Caso tenham essa preocupação porque será que os retrovirais e tratamentos para a hepatite C são cada vez mais caros?
Será que os lucros milionários, os corrompem ao ponto de produzirem medicamentos que não curam mas apenas estabilizam as doenças ?
Será que ao fim de mais de 20 anos de investigação, ainda não conseguiram descobrir a terapêutica ideal, para o HIV e HCV sem efeitos colaterais ?
As perguntas ficam no ar e entretanto vá utilizando água oxigenada que é barata e muito útil, mas não diga a ninguém pois se começar a ser usada em larga escala ,alguém terá a ideia de a converter num produto extremamente caro e deixaremos de ter acesso económico a algo extremamente útil. Logo irão certamente achar qualquer contra-indicação, para que o seu uso seja considerado um perigo para a saúde púbica.

O Cangalheiro e o Instructor de Condução

Vivo numa quase aldeia isolada, no interior do litoral do centro de Portugal pegada a uma pequena cidade chamada Lisboa.
Não me comecem a chamar burguês, porque não é um condomínio fechado, antes pelo contrário é um condomínio sim, mas aberto e vamos tendo os serviços básicos de suporte de vida. Temos posto médico e posto para pôr o totoloto e comprar a loteria, e na possibilidade de nos poder sair algum prémio o mais desejado é sem dúvida o prémio de arranjar consulta médica quando precisamos.
É uma quase aldeia em que pelo menos de cara conhecemos quase todos os que cá vivem. Eu tenho uma qualquer deficiência visual ou mental não identificada, que me dificulta fixar correctamente os rostos daquelas pessoas que vou vendo, mas com quem não convivo diariamente. Isto já me causou embaraços tendo sido o último deles no Colombo onde estava a participar numa quermesse das hepatites C, e me aparece uma senhora , me dá um beijo e chama-me pelo nome ficando eu estupefacto a olhar para ela e ela embaraçada com medo de me ter confundido e eu não ser a pessoa que ela pensava. Só quando ela me disse o nome é que a reconheci e só depois é que olhei para a pequenita dela que a acompanhava e que tem um rostinho lindo e inconfundível. Era uma amiga minha que já não via há mais de um tempão. (Um beijo para ti Gaivota se leres este texto), portanto não se admirem com o que vou contar.
Entre os diversos serviços que por cá existem, aqui há uns anos apareceu cá pela quase aldeia uma escola de condução e uma agencia funerária. A agencia funerária mais afastada do centro e a escola de condução quase no centro, ambos os negócios cresceram e a escola de condução mudou para um espaço maior, também aqui quase no centro e por sua vez a agencia funerária mudou para as instalações onde anteriormente estava a escola de condução.
Por esta altura, depois de lerem esta introdução devem estar a pensar o que este texto está a fazer num blog dedicado á SIDA e á Hepatite C, mas contudo há uma ligação e só depois de o acabarem de ler é que vão compreender o porquê de eu o escrever e publicar aqui.
Voltando atrás, á mudança do “Cangalheiro” para o local onde antes estava o “Instrutor de Condução”, ambos começaram a ser caras conhecidas cá pelo burgo e para azar o meu as ditas figurinhas até são parecidas. Pelo menos na minha opinião, e considerando a deficiência que atrás citei de ter uma certa dificuldade em fixar rostos, com quem não convivo no dia a dia.
Ás vezes encontro-os num ou noutro café e não comece a imaginar eu falar com o cangalheiro e dizer que com a má preparação dada pelas escolas de condução morrem muitos jovens e que o ensino da condução devia ter acompanhamento pós carta tirada e ele dizer-me que tem muita pena mas se não houvesse mortos ele iria á falência e logo a seguir estar com o instrutor de condução e perguntar-lhe como é que tratam os cadáveres dos indivíduos que têm acidentes de viação e ficam aos bocados.
Nunca me aconteceu encontrar os dois ao mesmo tempo num café, mas aí não teria problemas, pois em jeito de chalaça chamar-lhes-ia sócios pois um ensinava a malta a matar-se de carro e o outro aproveitava e fazia o funeral.
A história acabou, e eventualmente você ainda não compreendeu qual a relação entre o texto e o HIV e HCV. Leia-o de novo atentamente e mude as personagens da história.
Ponha médicos e pessoal de saúde, laboratórios farmacêuticos e medicamentos, governantes e serviços de saúde e não se esqueça de incluir os doentes e os tratamentos a que são sujeitos para se curarem, passando também pelas associações e o apoio aos doentes. Veja o que cada um faz e as áreas onde cada um actua. Faça você a sua própria história e tome as suas opiniões próprias. Eu tenho a minha história , que obrigatoriamente, não tem de ser igual á sua . É como nestas patologias em que cada caso é um caso. Todos diferentes, todos iguais ... uns mais do que outros é claro.

O Bicho Papão

Aparecem de quando em vez, em tudo quanto é site sobre sida, participações que me fazem pensar o que a população em geral pensa em relação à infecção pelo VIH.
Sobre os modos como o vírus se transmite acho que a informação existente é bem clara e não deixa dúvidas a ninguém. As relações de maior e menor risco, embora sejam claras é que parece criaram uma paranóia colectiva sobre uma possível infecção. Aparentemente todos parecem pensar que qualquer relação fora do casamento, união de facto, ou parceiro habitual é automaticamente sinónimo de infecção. As pessoas no entanto não parecem preocupar-se que o parceiro habitual possa eventualmente estar infectado, por ter falhado na fidelidade á pessoa com quem usualmente pratica sexo.
Ao haver uma relação chamada de risco, as pessoas parecem ter tendência em procurar informação acerca de sintomas, que eventualmente possam ser um barómetro indicador de infecção antes de se decidirem fazer um teste de rasteio ao vírus.
Acumulam as suas dúvidas, e somatizam os sintomas passando a senti-los na realidade e a pouco e pouco qualquer borbulha, diarreia ou outro mal estar , é imediatamente associado á ideia de que estão infectados.
Quando finalmente se decidem fazer um teste ao VIH, estão de tal maneira perturbados que mesmo que o teste dê negativo se questionam sobre a eficácia do mesmo. É normal aparecerem pessoas com dezenas de testes feitos com resultados todos negativos e que continuam a questionar-se e a pensar que estão infectados.
Afinal onde é que está o problema? Na informação ou nas campanhas de prevenção? A maneira como as campanhas são feitas ou como a informação sobre o HIV lhes é apresentada tem lacunas?
É difícil tirar conclusões, mas que algo está errado disso não tenho dúvidas.
Acho que quase tudo o que foi feito em relação à sida, foi incutir nas pessoas ideias de morte, internamento em hospitais e medo. Ainda hoje os documentários apresentados na televisão mostram na sua maioria teatros de sofrimento, dor e morte.
Quando será o dia em que finalmente vamos ver o HIV/SIDA , como uma doença crónica tratável e que as pessoas infectadas podem ter uma vida social e de trabalho igual á das pessoas não infectadas, e que os seropositivos não são um risco para a sociedade. Não me refiro á classe médica nem á classe das pessoas bem informadas, se bem que mesmo nestas classes haja elementos dissonantes, no seu dia a dia.
Há trabalho a fazer para desmistificar o HIV/SIDA, que tem de ser feito e quanto mais cedo melhor. Da minha parte se puder contribuir para isso estou cá e estou disponível....
Vamos quebrar a correntes que nos aprisionam e vamos viver em liberdade de medos hivicos.


Deus ouve-nos

Uma amiga membro também de um grupo virtual, uma vez pediu-me para eu orar por ela porque ela não tinha jeito. Eu respondi-lhe: claro que Deus nos ouve! Eu falo com Deus e já incluo os meus amigos e todos aqueles que precisam, nas minhas orações, pois foi assim que Jesus nos ensinou a fazer.Orar e pedir ajuda a Deus não implica nenhum ritual, nada de transcendental, basta ter fé e acreditar, depois falamos com Deus em qualquer lugar. Jesus retirava-se para orar, podemos fazer o mesmo: "Retirou-se para o monte, afim de orar, e passou a noite orando a Deus" (Lucas 6:12). Dizem que Lucas oferece-nos a maior quantidade de informações históricas do que qualquer outro autor do Novo TestamentoMarcos, o autor do 1º evangelho, foi discípulo de Pedro e de Paulo que acompanhou nas suas viagens apostólicas, diz:Marcos 9/23“Se podes! - tudo é possível ao que crê”
Ela tem hepatite C, genotipo 4, eu hepatite C, genotipo 1b, ambos os genotipos são os mais difíceis de curar. Fizemos 48 árduas semanas de tratamento, ambos acabamos negativos no final do tratamento
Um grande abraço
Participação enviada por : Soieu

Hepatite C, a bomba relógio


Mil vezes mais infeccioso que o vírus HIV/SIDA , estima-se que no nosso país, cerca de 150.000 pessoas estejam infectadas com o HCV, vírus da hepatite C . Muriel Colinet, presidente da Associação Europeia de Doentes do Fígado, acusou Portugal de recusar tratamento a Toxico Dependentes, Alcoólicos, Reclusos e Imigrantes, que são aqueles que oferecem mais riscos de infecção. Portugal ainda não tem um plano estratégico para combater esta epidemia. Se nada for feito em breve o numero de infectados disparará para valores alarmantes (se é que já o não são) e difíceis senão impossíveis de controlar pelos nossos serviços de saúde.
Onde estão as campanhas de sensibilização encorajando as pessoas a fazerem o teste ás Hepatites? Será que não são importantes?
Porque será que não existe um Comissariado Nacional para a prevenção desta pandemia á semelhança do que existe para a SIDA.
Posso andar distraído, mas não tenho visto nada que alerte a população para este flagelo. No dia mundial da Hepatites, que ocorreu no passado Domingo apenas vi na televisão uma peça a falar da Hepatite C, ao contrário do que aconteceu no ano passado em que foi dado relevo aos perigos desta doença especialmente numa peça em que se mostravam objectos que podiam ser agentes transmissores e outros que ajudavam a prevenir a infecção.
Até quando vamos assistir impávidos e serenos ao alastrar da Pandemia, para depois arranjarmos bodes expiatórios para lhes atirarmos as culpas, quando a situação estiver fora de controlo.
Precisamos de ser mais activos nesta luta, formar grupos de acção e associações que realmente trabalhem, para que num futuro próximo não tenhamos que chorar por aquilo que não fizemos e que deveria ter sido feito.
Afinal a SIDA e as Hepatites Virais não são doenças, que só acontecem aos outros, como muitos querem fazer crer.
Ou acordamos para a realidade ou em breve estaremos todos fod****

HIV agrafado

Nas minhas leituras pelos fóruns sobre o HIV, onde os participantes se questionam se este ou aquele acontecimento foi de risco e se há possibilidades de estarem infectados deparei-me com uma participação que tem tanto de cómico como de preocupante.
De cómico porque não cabe na cabeça de ninguém que alguém seja infectado por se picar num agrafo de uma embalagem exposta numa loja. De preocupante, porque parece que certas pessoas têm um prazer mórbido em colocar questões que são autênticas patetices numa época em que a informação está espalhada por tudo quanto é sitio, tanto mais que o pseudo autor até usa a Internet e estava num site recheado de boa informação sobre os modos possíveis de infecção.
Era um jovem bem comportadinho, nunca usou drogas e sempre teve relações sexuais protegidas com a mesma parceira. Questiono-me se a parceira será a mãozinha do dito menino, e se usava luvas de latex para além do preservativo.
Picou-se num agrafo, mal colocado num objecto em exposição numa loja e sangrou um pouco, e tem medo que alguém infectado se tivesse picado antes no dito agrafo e consequentemente lhe transmitisse o vírus. Está com uma grande ansiedade e um principio de depressão.
Também tem medo de apertar a mão a alguém, que possa ter algum pequeno corte e o possa infectar. Se lhe acontecer alguém, antes de o cumprimentar lhe pedir para mostrar as mãos e as verificar á lupa certamente será este jovem, e aí você poderá ter a oportunidade de o tranquilizar e recomendar-lhe uma redoma de vidro com filtros anti-retrovíricos para que esteja em completa segurança.
Será que é possível, nos dias de hoje haver tanta ignorância, sobre o HIV, ou por outro lado com as campanhas de prevenção, algumas delas extremamente mal estruturadas apareceu uma nova doença psiquiátrica chamada Hivofobia Crónica ?
Senhores Psiquiatras e Psicólogos comentem por favor.

Brasil - Um exemplo a seguir


Mais de 125.000 infectados no Brazil, estão recebendo tratamento retroviral (tri-terapia) a um custo inferior a € 2.000 ano por doente, comparado com os custos de tratamento das nações desenvolvidas que se situa entre dez a vinte mil euros por doente/ano. Isto só é possível devido ao programa de fabrico de genéricos que começou em 1997.
Numa altura em que no nosso país, o governo quer travar os gastos com a saúde seria muito bom seguirmos o exemplo do Brasil e não nos queixarmos constantemente da escalada de preços cobrados pelos laboratórios que fabricam os medicamentos.
Até quando os responsáveis dos governos do mundo vão permitir que as patentes dos medicamentos sejam alargadas até vinte anos, quando estes produtos são essenciais para salvar vidas humanas ? Até certo ponto haveria justificação se os lucros estivessem a ser investidos na sua maior parte na investigação cientifica e na procura de novos medicamentos que pudessem vir a erradicar o vírus, mas infelizmente não é isso que acontece e actualmente gasta-se mais dinheiro desses lucros em salários milionários aos administradores das empresas farmacêuticas e em publicidade aos produtos que comercializam do que na investigação.
Claro que qualquer empresa quer lucros, mas esses lucros têm limites especialmente quando estamos a tratar de produtos de suporte de vidas humanas.
Valores morais e humanitários, são desprezados a favor de uma caça desenfreada aos milhões de Dólares, Euros e outras moedas.
É a escravatura do século vinte e um , disfarçada pelo poder do dinheiro.
Parabéns Brasil, por terem dado a carta de alforria aos medicamentos tão necessários.
Acho mesmo que os governos do mundo deveriam seguir o vosso exemplo.
Até quando vamos permitir que os países mais pobres e em desenvolvimento deixem morrer os seus filhos por não terem capacidade económica para os tratar?
Até quando os países remediados vão asfixiar as suas economias para poderem tratar os seus cidadãos ?
Eu sei que dizer aos todos poderosos para terem vergonha não vai adiantar e possivelmente vergonha e respeito pela humanidade são palavras que não existem nos seus vocabulários, mas se todos os países ou a maioria se unirem nesta luta, podemos ter a certeza que o mundo será muito melhor e milhões de ser humanos continuarão a viver e a ser felizes.
O Brasil deverá ser o “blue-print” das atitudes a tomar por todos os países numa guerra aberta contra a selvajaria dos lucros milionários.
Vamos ser abolicionistas e acabar com a neo-escravatura do século XXI

O Barbeiro das lâminas multi-clientes


Uma das coisas que gosto de ler são participações da população em geral sobre possíveis infecções, em lugares como cabeleireiros e estabelecimentos onde se colocam piercings e se fazem tatuagens. Hoje estava a ler um fórum, e alguém perguntava se podia ficar infectado no barbeiro, pois tinha notado que o seu barbeiro usava a mesma lamina para desbastar os cabelos e cortar aqueles pelos soltos na zona do pescoço.
A primeira coisa que me ocorreu foi aconselhar a pessoa a mudar de barbeiro, pois nos dias de hoje não se justifica usar a mesma lâmina que custa alguns cêntimos em mais do que uma pessoa. Realmente o perigo pode existir se houver pequenos cortes, mesmo mínimos enquanto se rapam os pelos soltos e certamente algumas partículas de sangue poderão ficar na lâmina.
A questão é que as pessoas apenas citam a infecção pelo HIV, que até é um vírus pouco resistente fora do corpo humano e morre pouquíssimo tempo depois de estar fora da corrente sanguinea. Ninguém parece importar-se com o vírus da hepatite C, que é extremamente resistente e pode continuar a infectar mesmo muitas horas depois de estar fora do circuito sanguíneo.
Note-se que os dois vírus têm formas semelhantes de infectarem as pessoas embora o HCV não seja tão facilmente transmissível através de relações sexuais não protegidas.
No que diz respeito á infecção através de sangue contaminado o HCV, (sendo a mais comum a partilha de seringas entre tóxico dependentes ) é de longe muito mais infeccioso. Desde que o programa de troca de seringas nas farmácias se iniciou, houve uma clara redução de casos no que diz respeito ao HIV. Entretanto, e porque os kits, não tinham todo o material necessário á preparação da droga , foi um completo fracasso em relação ao vírus HCV, continuando a aumentar os casos de infecção por esta via.
Os próprios corta unhas, podem ser objectos infectantes no que diz respeito ao HCV , mas é pouco provável que o sejam em relação ao vírus da Sida.
Concluindo, todo o material cortante passível de entrar em contacto com o nosso sangue deve ser de uso estritamente pessoal bem como as escovas de dentes. Há perigo de contaminação em maior ou menor grau no que diz respeito ao HIV, mas nunca se esqueçam que há mais infecções possíveis . E como nem só de HIV vivem as infecções do homem, previna-se e evite partilhar objectos pessoais que possam entrar em contacto com o sangue.

A Voz do Sidadão

O Blog está aberto a todos os que desejem participar, com testemunhos, histórias, sentires relacionados com o HIV/Sida e HCV/Hepatite.
Basta enviarem o texto para o email do blog sidadania@gmail.com e as participações serão publicadas com o nick que desejarem.
Regra de ouro : Participações que incluam links para sites comerciais, que tenham linguagem ofensiva para terceiros, que promovam a venda de qualquer produto farmacêutico ou não, ou que de alguma maneira tenham como objectivo originar conflitos entre os leitores deste blog, serão simplesmente ignoradas.
O SIDADANIA é um blog aberto a todos, e a sua sobrevivência só será possível se os que o lêem, tiverem voz activa no mesmo.
Todos não somos demais para fazermos ouvir a nossa voz. Gritaremos até que a nossa voz nos doa , aquilo que nos rói as entranhas. Lembre-se que a sua participação pode ser importante para a comunidade. Não se iniba e tire da cabeça que não tem jeito para escrever.

HCV Testemunho de um infectado

Amigo com HCV (Hepatite C)
Vou-te falar resumidamente da minha saga.As coisas às vezes não são o que parecem! Quando confirmei ter hcv, há um ano, corri a recolher toda a informação existente sobre a doença, pensei só ter aí mais 10 anos de vida no máximo, durante um mês chorei diariamente,mas o pior estava para vir. Chegou o resultado da biopsia, resultado nada animador, as coisas estavam ainda mais feias, o estado da amostra, genótipo e carga viral, todos apontavam para um quadro ainda mais negro, só tinha entre 40 a 50% de hipóteses de eliminar o bicho que me roía o fígado, e mesmo que o conseguisse eliminar, não tinha garantia que o mesmo não se continuasse a deteriorar mas mais lentamente, resultando cirrose, cancro e consequente falência hepática.Foi uma bomba que caiu em minha casa, escondi da minha mãe e familiares, queria poupá-los. Comecei a arrumar as coisas, fazia planos e contas para estes anos.Consultei sites, inscrevi-me em grupos de apoio, queria saber e conhecer cada vez mais, era uma maneira de me ajudar, dava ânimo aos outros nos grupos e eu estava de rastos. Conheci gente na mesma situação, trocámos experiências e informações. No terceiro mês, vem uma notícia trazida por um anjo de Deus! Estava negativo após 15 semanas, estava a dar cabo do vírus,os meus valores de fígado estavam a recuperar, tirando uma ligeira anemia própria do tratamento e outras mazelas. As probabilidades de sustentação da doença, aumentam para 90%.De entre variadas pessoas que conheci, casos curiosos e outros sem deixarem de ser tristes. Um caso de alguém que há 15 anos lhe deram 6 meses de vida!Já passaram 15 anos e ele leva uma vida muito razoável! Conseguiu suster a doença.Outro, após ser dado como curado e muito feliz da vida, sem saber ter desenvolvido um tumor no fígado, consequência dos danos provocados pelo vírus, morre passado um ano.Por isso! Cada caso é um caso! As coisas às vezes não são o que parecem!Ao longo deste tempo, recolhi muita informação sobre artimanhas,alimentação, cuidados etc, tudo coisas que ajudam a combater os efeitos colaterais do tratamento, que reforçam o nosso sistema imunitário, que repõem um pouco a falta de energia etc. Um doente informado é melhor tratado. Os médicos, limitam-se na maioria, a seguir o protocolo de tratamento. Por isso não te poupes, consulta e lê tudo o que puderes, um doente informado tem sempre vantagem.Acabei o tratamento, continuo negativo, agora vamos aguardar durante 2 anos para confirmação, contudo as probabilidades de cura, são realmente muito animadoras. Valeu a pena!Vive um dia de cada vez
Participação enviada por: Melão

Sábado á tarde...

Sábado á tarde depois do almoço, uma soneca e o acordar. A casa vazia em silencio por vezes interrompido por uma sirene de ambulância ou por uma travagem brusca de um automóvel, que vê um peão na passadeira e pára para o deixar passar.
O cérebro está em estado semi letárgico, e parece que estou sozinho num mundo que não vai para lá das paredes que me rodeiam.
É neste cenário, que o velho relógio de pêndulo que se encontra no hall de entrada da casa, começa com a primeira das quatro badaladas avisando-me que são horas de tomar a minha medicação da tarde. Vou junto á cama, abro o armário da mesinha de cabeceira conto o número de comprimidos e todos de uma vez são metidos na boca e com uma quantidade de água razoável lá vão eles alimentar os meus bichinhos HIV, que nadam livremente no meu sangue e cujo controle de natalidade tem de ser regulado por este e outros medicamentos que tomo diariamente.
O velho relógio lá me vai controlando, e quando não estou ao pé dele é normal haver sempre alguns atrasos na hora da toma. O Importante é que dentro de um horário flexível lá vou dando de comer á bicharada.
A realidade volta, e o lembrar a infecção também, mas certamente será apenas por um bocado.
O acordar completamente implica para mim o tomar um café bem forte e fumar um cigarro. O cigarro faz mal, penso eu e como querendo justificar-me digo para mim mesmo que o café faz bem, pelo menos a comunicação social anunciou que ajuda a recuperar o fígado, que por sinal até não está muito bom devido á toxicidade dos retrovirais que tomo e que me causaram uma insuficiência hepática.
Acordado finalmente e virado para o mundo real, sinto uma enorme solidão mesmo estando rodeado de pessoas e os meus pensamentos navegam pelo percurso de vida durante dez anos de infecção e de tratamento retroviral. 2 internamentos, imensas visitas ás urgências hospitalares, a ida ás análises para tirar sangue, as consultas enfim todo um conjunto de acontecimentos, uns recordados outros presentes e que continuam a fazer parte da minha rotina de infectado.
Olho para o meu corpo e não me reconheço. Barriga de cerveja, peitos quase a necessitar de sutiã e um pescoço de búfalo embora ainda moderado. A face está cheia de covas o rabo desapareceu e as pernas e braços bastante magros , mostrando as veias todas á flor da pele.
A terapia retroviral funciona, tenho uma vida a nível de saúde com qualidade, enfim porque me haveria de queixar. Não tenho dores, a não ser as da alma mas para essas acho que não existe cura.
Afinal o que tem de mau o HIV? Se souberem digam-me pois eu não sei responder.
Interrompi o texto, para me barbear vestir e ir sair de seguida para certificar-me de que para além das quatro paredes onde me encontro existe mais gente e que não estou só no mundo.Até á próxima toma de medicação, sou um Sidadão livre. Fiquem bem, eu estou bem e vou aproveitar os momentos em que a sida em mim está adormecida.

Dentistas e o HIV


Até há bem pouco tempo, muitas pessoas questionavam-se numa ida ao dentista poderiam ficar infectadas pelo HIV. O receio maior era o dos objectos cirúrgicos não descartáveis e de haver sempre sangue nas intervenções.
Nunca me apercebi de haver receios em relação a serem infectados pelo vírus da hepatite C , nas mesmas práticas mas talvez isso seja devido ás dúvidas terem sido postas num site dedicado á infecção pelo HIV.
Há dias num site vi algo que nunca tinha visto e é pena que não tenha guardado o endereço, pois seria interessante transcrever o que lá era dito. Pela primeira vez vi pessoas manifestarem-se sobre os seropositivos não poderem ser dentistas, devido ao perigo de infectarem os pacientes. Engraçado é que se referiam aos dentistas poderem ter gengivas sangrentas e não a poderem ter cortes nos dedos isto se é que os dentistas metem os dedos na boca das pessoas sem usarem luvas descartáveis e esterilizadas.
Não sei se é obrigatório estes profissionais de saúde (dentistas) fazerem testes ao HIV e caso sejam seropositivos são impedidos de continuar a exercer a sua profissão, o que de qualquer maneira seria mais uma discriminação contra os portadores do vírus, mas acredito que a condição serológica de um dentista não é impeditiva que ele continue a exercer a profissão.
Há tempos tive o privilégio de assistir a uma acção de formação para dentistas, dada por uma médica que falou sobre eventuais riscos de acidentes de trabalho e da terapêutica PEP (Profilaxia Pós Exposição ), que em caso de acidente poderia ser ministrada a estes profissionais evitando a infecção. A explanação dos riscos foi brilhante e muito clara.
Chocou-me foram as perguntas feitas pelos dentistas, que demonstraram uma completa ignorância em relação ao HIV tendo alguns deles mesmo sugerido que tivessem retrovirais nos seus dispensários, para tomarem em caso de picadas ou outros acidentes, em vez de sugerirem haver um protocolo para terem assistência imediata nas urgências de qualquer Hospital para serem aconselhados e medicados conforme os guide-lines para situações desta natureza.
Também fiquei impressionado em se preocuparem tanto com a infecção pelo HIV e não se preocuparem minimamente por exemplo com uma possível infecção pelo vírus HCV a qual poderá ocorrer até com mais facilidade.Os medos existem, a ignorância também e dentistas seropositivos só mesmo se puserem á entrada do consultório um placar bem grande a dizer “O Dentista tem Sida”

"Benasterinho" up-date


Olá pessoal, já sei quantas semanas tenho agora....a mamã disse-me (31
semanas e 1 dia) falta pouco para fazer as delicias da familia e amigos.
Como sabem os meus pais são seropositivos há bastante tempo...a mamã há 12
anos e tmb hcv, o papá há 12/13 anos.
Tenho dois manos mais velhos um com 12 anos e outro com 7, ambos cheios de
saúde.
Os meus papás conheceram-se há pouco mais de um ano, num chat do
aidsportugal, e apaixonaram-se logo....(ainda bem) e o resultado sou eu.
Ambos são divorciados e vão casar brevemente....e eu quero assistir, afinal
eu sou o fruto desse amor.
eles amam-me mt, estiveram as férias a preparar a casinha toda ( está toda
bonita) para me receber....bem ainda não viram a minha caminha.....está
buéda fixe, com um cisne que fala françês e tudo.
Por hoje despeço-me....vou dando noticias, fiquem bem.
Participação enviada por : Benaster

Foto de Apresentação


O Tio Ru, depois de ter falado com os meus papás colocou a minha foto quando eu tinha 20 semanas neste post. O meu nome é Simão Pedro Benaster, podem-me chamar Benasterinho mas só por algum tempo, pois eu vou crescer e depois decido por que nick me hão-de tratar.
Não sei quantas semanas tenho de momento e não posso telefonar á mamã para perguntar, pois até o telefone me tiraram do meu espaço pois isto está a ficar apertado demais para mim. Secretária, computador internet e outras coisas que vou gostar de usar não existem por aqui, se calhar os putos daqui a uns anos terão todas essas coisas mas isso é progresso tecnológico e eu vou ter a oportunidade de ver esse desenvolvimento.
Vou assistir ao lançamento do primeiro medicamento que cura o HIV, e outras tantas coisas que vou ter oportunidade de vivenciar.
Até breve amigos,estive a ouvir as noticias sobre o aumento das taxas moderadoras na saude e parece-me que ninguém se entende no vosso mundo que vai ser o meu também.
Falam, falam, falam e acabam por lixar sempre o Zé Doente.

Encontros e Desencontros

A ti “Saudoso” e a ti “Hombre” que escreves em espanhol, respondo-vos aqui na esperança que um dia possam ler este blog. Não vos respondo no fórum onde meteram as vossas participações por não valer a pena pois qualquer indicação que vos dê, de onde se encontram “ os flamingos “ simplesmente não é publicada.
É bom saber que de alguma forma ajudámos pessoas a vencer a crise da infecção pelo HIV, e isso basta-nos como paga pelo trabalho que por lá fizemos . É pena que desprezem o trabalho feito em prol dos infectados e por infectados sem reconhecerem o nosso valor.
Grave contudo é que nos impeçam de continuar o nosso trabalho não permitindo informação que leve ao encontro do grupo de pessoas que se reunia naquele site, uns a ajudar outros a serem ajudados e onde se desenvolveram grandes amizades e onde muitos ouviam uma voz amiga nos seus momentos de crise.
Nós continuamos vivos aqui, ali e acolá e depois de nos encontrarem não nos perderão mais.
É assim a vida uns partem, outros morrem, outros reencontram-se e muitos outros juntam-se ao bando.
A Vida das Aves , independentemente de serem flamingos ou pardais é bela e eles voam livremente nos céus do mundo. Nós de uma forma ou de outra somos “Aves Raras” e vamos voando livremente enquanto pudermos.
Mesmo que nos cortem as penas das asas elas voltarão a crescer e voaremos de novo em liberdade.
Afinal onde está o significado de dizer :- Eu amo a liberdade mais do que ninguém .
Os Flamingos cá andam... há dias estive a observar a foz do Trancão e os pastos mais longe e já não os vi. Já partiram para outros climas mais acolhedores. Voltam em breve, pois o flamingo que se preza volta sempre, a não ser que não aguente a viagem de regresso.
Até breve amigos.

O Filho de "Benaster"

“Benasterinho” é alguém que vai ter diversos posts neste blog.
É alguém que se vai apresentar ao mundo dentro de pouco mais de um mês, e é o primeiro bébé filho de pais seropositivos, que nasce depois da abertura deste blog .
(pelo menos de pessoas nossas amigas e que já vieram ao SIDANIA e deixaram comentários)
É o Bébe de Benaster, nick colectivo de um casal que refez a sua vida há pouco tempo e desejou ter um filho. Ben e Aster, são ambos seropositivos há bastantes anos (prometo perguntar quantos a cada um) e estão completamente estabilizados em relação á Infecção do HIV. Um dos progenitores está também infectado com o HCV, e pensa fazer o tratamento do HVC (Interf-riba) quando o bébé já tiver alguns meses.
Bem vindo gajo pekenino, vamos-te adorar e brincar contigo. Vamos ver as tuas birras e o teu sorriso, ver-te dar os primeiros passos e pronunciar as primeiras palavras. Vai ser maravilhoso. Nasce forte rapaz, precisas de toda a energia para sobreviveres neste mundo muito diferente daquele em que te encontras agora com todo o conforto que o corpo da mamã te dá. Olha este mundo de onde te escrevo não é nada agradável, de se viver nele, mas não te preocupes pois vais ter todo o apoio dos papás e de amigos para te adaptares e aprender a viver nele. Antecipadamente bem vindo ao nosso mundo. Não vou poder assistir á tua entrada triunfal, possivelmente não te vou conhecer nos primeiros tempos, mas quando começares a sorrir e a conhecer as pessoas aí penso ir ver-te. Nos primeiros tempos vocês têm a mania que são VIPs, choram sem que a gente saiba porquê, riem-se sem qualquer motivo aparente, quando os vamos visitar dormem de propósito para não nos ligar, entre outras coisas como fazer uma grande borrada só para nos chatearem. Isto sem mencionar quando vos pegamos ao colo e vocês nos vomitam para cima. Enfim vocês são do piorio, mas a gente compreende porque já fizemos o mesmo . Engraçado é que ninguém se lembra disso, tal era a ressaca, mas que todos fizeram o mesmo ou pior lá isso fizeram.
Um abraço, puto já que ainda não é possível dar-te um beijinho, dado a complicação do acto, pois estás metido em líquidos, cercado de barreiras de pele, com tubos ligados para teres os nutrientes necessários, e o contacto físico é de todo impossível.
Anunciaremos a tua chegada, mais ao menos atrasada dependendo da eficácia do nosso serviço informativo. De qualquer maneira sempre vai ser mais rápida se a compararmos com o tempo de espera para uma operação urgente, ou o fornecimento de um medicamento necessário para o tratamento de um doente crónico pelos nossos serviços de saúde. Desculpa este desabafo, pois nos próximos anos não vais ter que te preocupar com estas cenas, e quando tiveres de te preocupar é possível que tudo seja diferente e que tudo tenha mudado.Fica Bem e a gente encontra-se um dia destes

Transplantes de Figado em Seropositivos HIV


No recente Seminário sobre a Co-infecção HIV e dos vírus das Hepatites B e C, levado a cabo pelo hospital Carlos III de Madrid, falou-se da percentagem de casos de sucesso no tratamento da Hepatite C em doentes com o HIV, ser praticamente igual á dos doentes seronegativos ao HIV.
A mensagem principal que mostrou os resultados obtidos até agora no estudo Presco, realizado em 348 pacientes co-infectados por ambos os vírus, é que estes doentes podem alcançar percentagens de cura similares aos obtidos nos afetados só pela hepatite C. Este trabalho criará na prática clínica diária "uma atitude mais aberta para o tratamento da hepatite C em pacientes HIV positivos dado os melhores resultados obtidos", explicou o doutor Vicente Soriano, autor principal do estudo e chefe do Serviço de Doenças Infecciosas do hospital referido.
Nas jornadas terapêuticas deste ano do Hospital Curry Cabral, o Professor Miro do Hospital Universitário de Barcelona referiu que nos transplantes de Fígado efectuados no seu hospital em doentes co-infectados com os dois vírus as percentagens de sucesso são idênticas ás dos mono infectados com o HCV/HBV.
Que eu tenha conhecimento em Portugal até ao momento não foi efectuado nenhum transplante a um doente co-infectado com o HIV.
Será que no nosso País nenhum seropositivo HIV necessita de transplante de Figado?Talvez a razão seja sermos um País demasiado pequeno e com poucos casos, ou talvez não.

Alerta á Navegação HIV e não só...

O Texto que se segue não é mais que uma ilustração, do que eventualmente poderá acontecer, se misturarmos medicinas naturais com retrovirais da industria farmacêutica, na esperança de melhorarmos a nossa condição da infecção pelo HIV.
Não investiguei muito sobre o assunto, e deixo que quem estiver interessado o faça. No Caso da veracidade dos factos e isto aconteceu com produtos vendidos livremente no mercado, dá que pensar, caso possa haver uma interacção entre produtos existentes nas plantas e os retrovirais que são feitos de produtos químicos muito fortes e são tomados em quantidades enormes para combaterem o vírus.
Pensem muito bem antes de tomar qualquer atitude irreflectida, que pode trazer consequências desconhecidas.
Aqui fica para lerem:
O autor é um dermatologista que faz parte da lista de dermatologia on line do Instituto Rubem Azulay.Vale a pena ler.
Essa história é verídica!
Em abril do ano passado, um garoto de 10 anos, estudante do colégio Dante Alighieri, em São Paulo/SP e sem nenhum problema de saúde aparente tomou uma latinha de Cola Light na cantina da Escola.Voltando à sala de aula, ingeriu uma pastilha de Menthos sabor hortelã. E então começaram os problemas.Poucos minutos depois, o menino começou a passar mal. Sentiu uma forte dor de estômago e desmaiou no chão da sala. A professora, desesperada, mandou chamar uma ambulância, pois o garoto permanecia pálido e inconsciente. Os pais foram avisados, mas a criança já chegou morta ao hospital Sírio-Libanês, com o estômago inflado e asfixia.
A morte do garoto foi causada pela verdadeira BOMBA que resulta da mistura das substâncias presentes nesses dois alimentos". Segundo Alexandre B. Mergenthaler, Prof. Doutor do Instituto de Química da USP, a origem dos problemas que levaram à morte do garoto é a pesada mistura de componentes existente nos produtos "light", como o Acesulfame K INS 930 que, misturado ao sabor artificial contido na pastilha Menthos, dá origem a uma substância fatal, o *Ta9V4*. Essa substância gera altos níveis de liberação de gases e até explosões!!! E essa mistura é que teria provocado o inchaço do estômago da criança. Vários casos semelhantes ( fatais) já ocorreram nos Estados Unidos.

Maus Fígados e afins....

Maus Fígados, era supostamente o nome de um projecto de um jornal-on-line, e que iria fazer parte de um site dedicado aos doentes de hepatites virais e aos seropositivos.
Nunca chegou a ter forma real, porque um sonho só se realiza quando um grupo é unido e o querem levar em frente, fazendo com que se torne realidade.
Embora este blog pareça mais dedicado à Sida não o é na verdade, pois uma grande quantidade de seropositivos estão infectados com o HVC / HBV e muitos outros sofrem de insuficiência hepática devido à toxicidade de alguns medicamentos, ou outros factores.
Portanto e conforme forem chegando participações relacionadas com os males do fígado elas serão postadas com o devido relevo.
Mas o titulo Maus Fígados é desde a antiguidade relacionado com pessoas pouco simpáticas e até agressivas, para suavizar um pouco o termo .
É um pouco isso que pretendemos neste blog, que pode mandar as bocas para o cyber-espaço, daquilo que não gostamos e nos dói.
O tempo do servilismo já passou e temos de impor a nossa liberdade de expressão, tendo uma opinião que obrigatoriamente não tem de ser comum.
Gostamos que nos passem a mão pelo pêlo e que nos façam festinhas, mas só quando queremos. As unhas devem estar afiadas e prontas a arranhar quando não gostamos de quem nos quer pretensamente fazer festas que dispensamos.


Plantas no Tratamento do HIV

Embora seja tabu para muita gente, falar do tratamento do HIV com extractos de plantas, estamos num Blog aberto de seropositivos para seropositivos e podemos falar sobre o assunto e de experiências de seropositivos que eventualmente sigam essa linha e queiram dar a sua contribuição.
É um tema arriscado especialmente se os seropositivos, não souberem usar a sua liberdade e quiserem incentivar outros a seguir as suas ideias não dando nenhumas garantias e começarem a promover sites da indústria e ervanária e de medicinas naturais, indústria esta que movimenta muitos milhões de Euros e que á semelhança das Pharmaceuticas o seu objectivo principal são os lucros que não são tão pequenos assim.
Em relação á Hepatite C e outros males do Fígado, á falta de um tratamento eficaz e menos doloroso ,(Actualmente a Hepatite C tem uma percentagem de cura com a administração de interferons e ribavirina) fala-se livremente de alguns produtos naturais, como por exemplo o café como algo que é bom para recuperar este orgão , como tem aparecido na comunicação social e ainda não vi nenhum comentário médico contra.
No que diz respeito ao HIV a coisa torna-se mais complicada e pode levar alguns médicos a um estado de quase histeria. Note-se o HIV não tem cura actualmente, e uma vez contraída a infecção é permanente é para a vida e acho que todos os médicos estão de acordo com esta minha afirmação.
Os medicamentos retrovirais controlam a replicação do vírus, são compostos quimicos extremamente poderosos, são ministrados em grandes doses e são extremamente tóxicos e não fosse saber-se que combatem o vírus e muitos deles não teriam sido aprovados pelas entidades mundiais como a FDA americana e a EMEA europeia.
Os retrovirais têm efeitos secundários, e provocam outras patologias, algumas graves.
Desde a entrada das combinações de 3 medicamentos retrovirais, há cerca de 12 anos o HIV reduziu enormemente a mortalidade devido á SIDA. Os doentes sobrevivem, têm uma qualidade de vida aceitável mas a um custo físico e humano elevado.
No Balanço entre males e benefícios causados pelos retrovirais , os benefícios ganham com larga vantagem.
Qualquer ser humano tem o direito e a liberdade de decidir o que é melhor para si.
O grande problema que existe, é que há pessoas que querem fazer a terapia retroviral aconselhada pelos médicos e ao mesmo tempo querem acrescentar mais umas mesinhas com plantas que têm efeitos curativos para melhorarem o seu sistema imunitário. E isto é o grande perigo e a razão pela qual até hoje defendi a parte médico cientifica que provou e continua a provar que os medicamentos retrovirais são eficazes.
As plantas têm poder curativo, contendo certos compostos químicos que quando usados em simultâneo com os poderosos retrovirais podem ter um efeito “boost” e tornarem-se numa bomba cujo efeito é desconhecido.
A minha pretensão é ouvir testemunhos de pessoas que não tomam retrovirais, que usam medicamentos naturais e que têm seguido a evolução da sua infecção através de testes científicos com os indicadores de Carga viral e contagem de CD4,s.
Usar as terapêuticas retrovirais em simultâneo com a medicina natural, é algo que repudiamos e desaconselhamos vivamente.
Somos livres de escolher o nosso destino, não podemos influenciar ninguém a deixar uma terapêutica e iniciar outra, mas podemos ouvir testemunhos das opções de cada um.
Só exigimos uma regra, vamos falar das nossas experiência pessoais, não vamos armar-nos em salvadores da Pátria e publicitar soluções milagrosas, pois elas não existem em nenhuma das partes.
Irei publicar novos posts de interacções químicas entre produtos usados no fabrico de alguns alimentos para alertar para possíveis perigos, que possam existir para os que querem experimentar tudo em simultâneo na esperança utópica de alcançarem a cura.
O Tema está lançado espero que venha a ser interessante e os vossos comentários são bem vindos.

AIDSPravda.com



Ontem foi um dia, em que inúmeros amigos me contactaram. Liguei o MSN e logo apareceram alguns com quem já não contactava há algum tempo. Outros telefonaram e outros ainda mandaram e-mails.
Há dias e para ver como andavam as coisas no forum do “AIDSPravda.com” , deparei-me com uma participação de alguém que tinha saudades de outros tempos e queria saber onde andavam os flamingos que por lá paravam. Respondi e no texto (para não ser deselegante não coloquei um link para o blog) aconselhei a fazer uma pesquisa no “google “ com a palavra “SIDADANIA” para ele poder encontrar os amigos que procurava.
Isto bastou para que a participação não fosse publicada, o que de maneira nenhuma é surpresa para mim devido a comportamentos semelhantes no passado.
Já estamos habituados a ser discriminados e ostracisados devido ao estigma de sermos seropositivos e isso não nos perturba minimamente, pois parte de pessoas ignorantes ou dos que se acham intocáveis.
Sermos discriminados, por pessoas que dizem lutar pelos seropositivos, e que tentam por estes meios evitar que eles se unam, não é normal e faz-nos pensar.
Enfim numa época em que tudo é descartável, á semelhança do preservativo que é usar e deitar fora, os seropositivos foram tratados da mesma forma.
Lembrem-se que os seropositivos são seres humanos, merecem ser respeitados e não tratados como um preservativo.
Pena que não nos considerem assim ...
Este Blog “SIDADANIA” , está aberto a todos os Seropositivos e afectados pelo virus da Sida , das Hepatites ou qualquer outra patologia associada ao HIV/HCV, e qualquer post é bem vindo. Estamos fechados a links que promovam qualquer site comercial .
O Blog será aquilo que os que o lêem , quiserem que ele seja, e é o “BOCA LARGA” da discriminação e dos nossos sentires. Promovemos o encontro entre seropositivos, podem deixar os vossos e-mails nos comentários eles serão agrupados num post com contactos de seropositivos.Os Flamingos estão-se juntando para partirem para outras paragens, e isso faz parte da natureza e ninguém o pode evitar. O Homem poderoso pode-lhe destruir os habitats, mas não pode evitar que se juntem e prossigam a sua viagem.

Vai um "Cházinho"??


Cientistas da Tailândia e da China estão a testar um novo medicamento à base de ervas que está a ter resultados positivos no tratamento de pessoas portadoras do vírus HIV. O composto, denominado de SH, contém uma mistura de plantas que crescem no norte da Tailândia e outras naturais da China. Segundo o director do projecto, Virat Klinbuayen, o SH tem vindo a ser administrado a 60 voluntários com Sida. Os testes que decorrem há um ano indicam que o remédio «reforça o sistema imunológico, garantiu o médico. O desenvolvimento de medicamentos a partir de compostos naturais é um dos objectivos do plano elaborado pelo governo tailandês no sentido de diminuir o custo do tratamento com anti-retrovirais produzidos pelas multinacionais farmacêuticas.
Acho muito bem que se investigue a partir de plantas que possam possuir elementos que combatam a reprodução do vírus, e eventualmente possam fortalecer o sistema imunitário.Contudo o objectivo do estudo parece direccionado para a poupança e já que os governos mundiais não têm a coragem para quebrar as leis das patentes dos compostos retrovirais, que já há muitos anos deveriam ter expirado , numa clara manifestação de subserviência aos americanos, não nos queiram dar cházinhos para nos entreter.Muitos dos medicamentos poderiam ser produzidos a preços irrisórios se não fossem as patentes . Se o o objectivo é a economia, que tal arranjar-nos uns chás de cogumelos mágicos que pelo menos têm a virtude de nos fazer sentir bem enquanto a magia dos ditos dura.

OS DEZ "SIDAMENTOS"


Descobrir que se está infectado pelo HIV. pode ser uma experiência confusa e assustadora devido á ignorância que a maior parte das pessoas tem sobre a doença.
A seguir são descritas 10 regras, para ajudar as pessoas a lidar mais facilmente com a infecção pelo vírus da SIDA.
1- Eduque-se acerca da doença aprendendo o mais que puder sobre ela. Contacte associações na área do VIH/SIDA e consulte sites informativos na internet.
2- Depois do diagnóstico da infecção e de lhe ter sido atribuído um médico, para o seguir, tente desenvolver uma relação de amizade com ele, e faça-lhe todas as perguntas que entender. O médico tem a função de ajudar o doente e de o informar. Não tenha vergonha de não saber e de perguntar.
3- Começar o tratamento logo no inicio da doença é muitas vezes uma vantagem , pois vai impedir que o seu sistema imunitário fique mais debilitado. Entretanto o seu médico será a pessoa indicada para lhe dizer quando deverá iniciar o tratamento. Ir aprendendo sobre as diferentes terapias que lhe são postas á sua disposição e sobre efeitos secundários é algo importante para si.
4- Entre em contacto com outro doentes para construir uma rede de apoio. Participe em grupos de auto-ajuda quer pessoalmente ou virtualmente através da internet. A interacção com outros doentes pode ser importante para decidir onde vai ser tratado e mesmo a escolha do médico que o vai seguir. Envolva-se em eventos e programas sobre a doença através de associações e grupos que possam existir na sua área de residência.
5- Pense sobre como e quando você vai dizer á sua família, amigos e colegas acerca da infecção. Ter pelo menos uma pessoa da família ou um amigo que saiba sobre o que você está passando pode ajudar a aliviar o fardo, e a determinar quando e como deverá ou não contar a outras pessoas com quem se relacione. Lembre-se que não há necessidade de todo o mundo saber que está infectado. A divulgação pode ás vezes resultar em preconceitos e até mesmo rejeição por ignorância sobre a doença.
6- Para o infectado, o caminho para o bem estar envolve mais do que o simples tratamento médico. Uma vida saudável com exercício físico, boa nutrição e cuidados preventivos são elementos vitais para ter uma vida com qualidade
7- Faça escolhas sábias sobre o seu emprego e sobre a sua carreira. Saber a política da empresa em relação á infecção e os seus direitos laborais pode ajudá-lo imenso no leque das suas opções antes que possíveis problemas apareçam.
8- Planeie o seu futuro financeiro. Muitas doenças entre as quais o HIV impõem incertezas em relação ao futuro das pessoas infectadas, portanto não espere e comece logo a planear o seu futuro e a saber com o que pode contar ou não e os apoios, seguros e outros que possa ter á sua disposição.
9- Faça-se ouvir. Juntar-se a grupos de luta em prol dos direitos dos sero-positivos é algo muito importante para todos. Participe nos programas de apoio especificos onde poderá aprender mais sobre questões importantes para si e para a sua vida. Tornar-se num activista é a melhor maneira de assegurar-se de que as necessidades das pessoas infectadas pelo HIV sejam consideradas quando o governo e o sector privado tomam decisões importantes relativas a tratamentos e apoios ás pessoas infectadas.
10- Não desista nunca de lutar, participando em eventos de esclarecimento promovidos por associações não lucrativas e ajudando na divulgação de informação sobre a doença para que ela seja cada vez mais, vista sem o estigma e os rótulos discriminatórios que lhe são associados.

Lipodistrofia. O Reavivar do Estigma


A Lipodistrofia define uma distribuição irregular da gordura no nosso corpo, concentrando-se na barriga, seios e na nuca. O rabos redondinhos desaparecem, mais parecendo tábuas de engomar, as pernas e braços ficam delgados e o rosto com covas profundas. As veias parecem estar logo por baixo da pele ficando salientes.
Para além do aspecto estético e do mau estar causado por um corpo disforme, a lipodistrofia aumenta os níveis de colesterol e triglicéridos, pode provocar diabetes e também insuficiência hepática além de ter ligações a acidentes cardio vasculares.
A lipodistrofia é um entre muitos efeitos colaterais, sofridos pelos doentes infectados com o HIV, que tomam medicamentos retrovirais .
Em alguns países, para além dos cuidados de saúde relacionados com a terapêutica anti-retroviral, há apoios para enchimentos faciais e até mesmo cirurgia plástica.
No nosso país (Portugal), o nosso serviço de saúde não tem qualquer apoio a este tipo de intervenções ou outras relacionadas com este efeito colateral, nem mesmo no fornecimento de medicação para o colesterol ou para outras patologias relacionadas com estes efeitos do tratamento.
Os retrovirais mantêm, os infectados pelo HIV vivos, e isso é bandeira de qualquer governo que orgulhosamente apregoa que o tratamento é suportado pelo estado e que os infectados não têm encargos com a doença. Ninguém sabe o que é ter corpo e alma moldados pela infecção ao longo dos anos de sobrevivência com os retrovirais e ninguém se preocupa com isso. Em breve, a discriminação de que somos alvo (e discriminação não é coisa do passado, como muitos teimam em afirmar), vai aumentar devido á lipodistrofia e o estigma ao HIV vai estar de novo em destaque, devido ao cartão de visita que é o nosso corpo, tal qual uma tatuagem na testa com a palavra SIDA. Sobrevivemos, mas as condições em que vivemos só são conhecidas por aqueles que vivem o seu dia a dia com o vírus e com os tratamentos que não curam mas vão mantendo o VIH controlado.
É comum ouvir-se falar de tentativas de suicídio, especialmente nos infectados mais jovens, depressões profundas, pessoas que não saem á rua e se isolam por terem vergonha do seu corpo. Existem casos de pessoas que abandonam a medicação, na esperança de recuperarem os contornos dos seus corpos, e só a retomam quando realmente estão novamente bastante mal.
O desenvolvimento de resistências aos retrovirais é uma realidade, e o reinicio da terapêutica terá de ser feita com novos medicamentos muitíssimo mais caros e será um encargo extra para o serviço de saúde. Ver a lipodistrofia e as doenças associadas com outros olhos seria um incentivo a uma melhor adesão por parte dos doentes ás terapias retrovirais, e não pode ser vista como um gasto extra no tratamento destes doentes.
Contudo e porque não há solução á vista (no nosso país), vamos tentando minimizar estes efeitos do cartão de visita seguindo uma dieta rigorosa , sem gorduras nem carbohidratos , e fazer muito exercício físico. Ginástica, precisamos dela como do ar que respiramos.
Hoje com toda a certeza podemos afirmar que nos países ricos (ou no nosso que se quer afirmar como tal), os portadores do vírus da SIDA, já morrem mais de doenças cardiovasculares, do que por doenças oportunistas devidas ao enfraquecimento do sistema imunitário.

Poupem nas terapias do HIV

Doente com HIV há 17 anos, com a infecção estabilizada, carga viral indetectável (inferior 50 copias per ml) e CD4 acima das 500 , abordado pelo médico para alteração da terapêutica deixando de tomar Inibidores de Protease (I.P.) substituindo-os por N.N.R.T.I’s alegadamente para maior conforto nas tomas dos medicamentos que passariam de 3 tomas diárias para 2 ou uma. A diferença de preços entre os IP’s e os NNRTI’s é abismal a favor dos segundos em economia .
Este doente teve várias mudanças de terapêutica no passado devido a efeitos secundários aos quais reagiu violentamente, e é um doente de difícil adesão. A actual terapia está a resultar em pleno desde 2003, mantendo-se estável. Doente com historial clinico Hepático HCV,HBV tendo feito tratamento com interferon alfa e interferon peguilado, negativou ao genotipo HCV, ficando entretanto com uma fibrose F2 (escala de 1 a 5) e com 4,81 na escala do fibroscan. No seu historial clinico consta ainda stress pós-traumático, tendo tido episódios de perda de conhecimento acompanhados de convulsões epilépticas e a sua situação neurológica foi agravada por ter estado durante um longo período de tempo com níveis baixos de oxigénio no sangue (3 meses entre os 50% e 70%)
O "Curriculum SIDAe" deste doente parece-me extraordinário. Convém tratá-lo como um doente V.I.P.
Eu sou um leigo sobre terapias. Sou apenas um estudioso sobre a problemática da SIDA e seus efeitos nas mentes dos infectados, e por isso embora me pareça estranho uma proposta de mudança duma terapêutica que aparentemente está a funcionar não me posso pronunciar sobre o assunto.
Não acredito que a proposta de mudança seja baseada em conceitos economicistas, ou o juramento hipocrático feito por todos os médicos estaria em causa e passaria a ser uma simples formalidade baseada na tradição que já não é o que era.
Claro que a proposta é para o conforto do doente e não tem nada a ver com economia e política.
Já dizia a minha avózinha “ Com Papas e Bolos se enganam os tolos”

Enrabadelas sem dor

Hoje quando me levantei, fui tomar o meu café e passar uma vista de olhos ao jornal matutino como é meu hábito, para saber quais as principais noticias que vão fazer parte do nosso dia noticioso.
Na primeira página e em letras gordas aparece “Lubrificantes e Preservativos”, referindo-se a um artigo no interior do mesmo sobre a decisão governamental de distribuição de seringas (e pelo visto algo mais) nas prisões.
Na contracapa e em género de critica, alguém escreve que é um incentivo ao consumo e que programas de metadona deveriam ser implementados, para que os reclusos quando saíssem estivessem limpos da droga, alargando-se a outros pensares tais como o governo não querer admitir ser incapaz de travar a entrada de drogas nas prisões.
Mais adiante e no artigo que desenvolve a parangona do titulo da página principal, considerações sobre o plano operacional de 45 dias, para ser posto em prática em 4 prisões durante um ano para depois ser feita uma avaliação ao sucesso do programa.
Pessoalmente gostaria mais de ver algo escrito que ajudasse, a por o programa em execução para que ele fosse um sucesso, em vez de dispersar e confundir para depois criticar o insucesso do mesmo.
Na falta de prisões unisexo (á semelhança dos cabeleireiros, que pretendem ter clientes de ambos os sexos) onde haveria celas com reclusos de sexo diferente, parece-me que o titulo seria ideal para um artigo sobre homossexualidade em que se promovessem as enrabadelas sem dor graças aos lubrificantes.
É bom que se use na escrita algum lubrificante para mais facilmente, as medidas de distribuição de seringas e preservativos entrarem nas prisões e os objectivos de intenção serem cumpridos. É extremamente doloroso vermos cada vez mais infectados com o HIV e com HCV/HBV (Hepatites C e B) dentro e fora das prisões.
É que sem lubrificante a coisa não vai lá.

Em memória


Freddie Mercury (1946-1991) faria hoje 60 anos. O mítico vocalista dos - Queen, faleceu aos 45 anos, vítima de SIDA. O ícone morreu há 15 anos, mas continua a fazer sucesso. Os Queen anunciam CD com faixas inéditas.
Não fosse ele um génio da música moderna e ninguém se lembraria da sua morte à semelhança dos milhares de vitimas que a Sida provocou, antes do advento dos cocktails retrovirais a actual conhecida Tri-terapia.
Hoje, como no passado a SIDA continua a matar e as novas infecções por vezes são com vírus sofisticados já resistentes a alguns medicamentos retrovirais e portanto é cada vez mais difícil combater a Pandemia.
Um passo de gigante foi dado, no tratamento da infecção, com a introdução das tri-terapias, contudo acho que ninguém com responsabilidade, terá a coragem de afirmar em público que actualmente já não se morre de SIDA.
Em muitos países do mundo os retrovirais (mesmo os mais antigos, cujas patentes deveriam ter expirado há muito) ainda não estão à disposição dos doentes devido ao custo dos mesmos e há países, onde uma grande parte da população desaparecerá devido à falta de medicamentos que controlem o vírus. É o genocídio de povos, perante a passividade dos países ditos civilizados, que apregoam a solidariedade e a ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres, mas que unicamente estão preocupados em acumular cada vez mais riqueza e em controlar esses países e as matérias primas que eles possam ter e que são necessárias para o fabrico de mais e mais riqueza.
As grandes Farmacêuticas, investem apenas uma paquenissima fatia dos seus lucros milionários, na investigação de novos produtos mais eficazes e menos tóxicos para os doentes. Laboratórios mais pequenos estão desenvolvendo novos medicamentos e experimentando novas aproximações para o combate ao vírus, talvez na ânsia de terem uma fatia do apreciado bolo (lucros) que lhes permitirá sobreviver e desenvolverem-se.
Países, onde o custo dos retrovirais se está a tornar num monstro consumidor dos recursos existemtes, ameaçam produzir os medicamentos a baixo custo para poderem continuar a dar assistência aos doentes, invocando uma situação de caos na saúde pública.
Enquanto as guerras de interesses continuarem e os homens e os países continuarem a olhar para o seu umbigo, resta-nos deixar aqui expressa a nossa solidariedade para as vitimas destas guerras de interesses e prestar a nossa homenagem aqueles que já partiram, vitimas da SIDA entre os quais se encontram nomes como o de Freddie Mercury

Leis, Seringas e Prisões


Num post anterior, congratulei-me com a decisão do governo de colocar nas prisões á disposição do reclusos seringas, como forma de prevenção para o HIV, Hepatites Virais e outras doenças infecciosas.
Foram estabelecidos 45 dias para terem um plano operacional para por em prática esta legislação.
A minha ignorância sobre o que se passa dentro das prisões levou-me a pensar que era uma boa medida, no entanto quanto mais sei sobre as prisões mais apreensivo fico com o receio que esta decisão governamental não seja posta em prática. Fica bem termos a legislação (para os governantes) e seria excelente que fosse posta em prática em 45 dias e muito bom em 45 semanas.
Um ex-recluso enviou-me um email que agradeço e publico seguindo a máxima de que quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro.

Caro RU2X
Como em muitas coisas no nosso País, infelizmente é habito quando um lobby quer resolver uma situação aproveitar uma mudança, para fazer ouvir a sua voz e daí tirar partido.
A troca de seringas nas cadeias não tem mal nenhum, e não acredito que no fundo quem está á frente do sindicato também não o saiba, o facto é que na situação actual é mais uma medida para ficar basicamente no papel, pois as cadeias não têm condições para que as coisas funcionem, vai ser mais uma medida que como tantas outras nos vai colocar com uma legislação óptima, mas que de facto, não vai passar á pratica em todas as cadeias, nunca.
Actualmente como no passado, a situação nas prisões é explosiva, agora como no passado existe dentro da comunidade prisional (guardas e presos) grande tensão, por varias razões no qual a situação da droga é só uma, infelizmente e pese embora o facto de ter vivido dentro de 5 estabelecimentos prisionais dá-me uma perspectiva abrangente que poucos terão, pouco ou nada tenho feito para poder ajudar a modificar as coisas, não porque não queira, mas porque não tenho encontrado os meios necessários, para o poder por em prática ao serviço dos outros, a experiência que adquiri ao longo de 10 anos.
Ainda me lembro de quando em 95 se lutava por o direito à diferenciação positiva para os doentes com HIV, e através de uma organização que se extinguiu, a APAR (Associação Para Apoio a Reclusos), ter membros do sindicato dos guardas prisionais a pedir-me para fazer sair na comunicação social algumas informações e problemas que ainda hoje se mantêm.
Acho óptimo que se implementem programas de troca de seringas nas cadeias, só não acredito que esta medida isolada traga os benefícios que a mediatização da situação está a querer fazer parecer, na minha opinião o único beneficio da medida é poder trazer a publico a situação que se vive nas cadeias, falta de assistência médica, a falta de alimentação minimamente adequada, a sobrelotação, etc.
O aumento da repressão dado o caos que ai se vive, vai ter que ser exercido pelos guardas prisionais, mas não são eles que o decidem, são os senhores que vivem e trabalham dentro dos gabinetes das mesmas prisões que ditam as regras, os chamados educadores e claro está a direcção de cada estabelecimento, que tem regulamentos próprios e que não são uniformes a todos os estabelecimentos, só para teres uma noção, a direcção de cada estabelecimento tem poder para decidir se os reclusos têm direito a ver televisão ou não, bem como se podem ter acesso a jornais vindos do exterior, se têm visitas aos fins de semana ou durante a semana ou mesmo se não as têm, vou dar-te um exemplo concreto: em Alcoentre, havia televisão até as 23 H mas quem tomasse medicação á noite só podia ver ate as 21 H, um dia por causa de um jogo de futebol que acabava ás 22.30 H quem tomava medicação provocou um motim, por achar-mos ser injusto que pelo facto de seguirmos ordens médicas nos privassem de ver TV, motim armado exigimos a presença do director, estava tudo a acalmar, chegou o Srº director e mandou os guardas avançarem nem que fosse preciso abrir fogo, os guardas hesitaram, até porque alguns até compreendiam a nossa revindicação, mas o director insistiu e foi o descalabro.
Pelo que conheço do sistema, o mesmo internamente vai fazer tudo para limitar os direitos de quem use a troca de seringas, logo vai haver problemas para os quais o sistema não tem resposta, e como sempre quem se vai lixar é quem vive lá dentro, presos e guardas, enquanto isso os únicos beneficiários serão os políticos, que ficam com uma imagem de grandes reformistas.
É como a constituição, todos temos direito a uma casa, ao trabalho, ao SNS. etc. mas na pratica nós vemos o País que temos.
Cumprimentos do HIVO

Preservativos para Vegetarianos

Estava eu fazendo uma pesquisa, sobre o destino a dar aos preservativos depois de usados, pois li que não era correcto colocá-los na sanita, quando acidentalmente entro num site de preservativos e de repente deparo com uma secção de preservativos para vegetarianos.
A minha curiosidade levou-me a ler tudo o que lá estava escrito e sinceramente fiquei impressionado com a oferta e mais ainda com os preços do produto.
O preservativo é fabricado, com garantia de que nenhum produto animal é usado na sua manufactura. A oferta continua e puros sabores de pratos vegetarianos são descritos em minúcia passando depois aos cheiros todos eles vegetais.
Não sei até onde vai a imaginação humana no fabrico de bens que possam ser consumidos por diferentes pessoas com opções de vida tão diversas.
Vou fazer um print de tudo sobre os preservativos para vegetarianos e o certo é que a próxima vez que for ao super mercado fazer compras, vou-me dirigir ao Celeiro munido com toda a informação, para comprar preservativos vegetarianos. Se calhar vou-me lixar e a empregada irá tirar uma embalagem à prateleira com os ditos e pelos preços que eram anunciados no site vou levar um rombo na minha carteira.
Para as pessoas vegetarianas, recomendo-lhes, caso não encontrem o dito produto que tenham sexo com os preservativos destinados às pessoas que na sua dieta fazem uso de carne. Para os mais renitentes em usarem os preservativos comuns, lembro-lhes que ter sexo com alguém que consuma carne na sua alimentação, é deveras muito mais negativo a nível de energias, do que usarem um preservativo que tenha produtos animais no seu fabrico.
Na eventualidade de alguma pessoa pensar, que este post foi escrito especialmente para si, tire o cavalinho da chuva pois não foi essa a minha intenção. O post não é mais do que o reflexo daquilo que a gente aprende na net, e a minha próxima pesquisa será sobre a reciclagem de preservativos. Não se admire se um dia os pneus do seu carro forem o produto da reciclagem de preservativos usados já que na industria nada se cria nada se perde, tudo se transforma.

Leonardo da Vince, amen...

"A história de como um homem bastardo, canhoto, vegetariano, homossexual e libertador de passarinhos tornou-se o maior gênio ocidental de todos os tempos"
A Frase é dos dias de hoje, e não fosse referir-se a alguém, que viveu no período pré-sida , e certamente seria muito mais parca em adjectivos qualificativos, bastando-lhe para tal dizer que tinha SIDA.
Contudo há algo que não compreendo, e vendo as atitudes da igreja católica actualmente em relação ao preservativo, ao divórcio, á homossexualidade e a tantas outras coisas, como foi possível numa época em que as sociedades eram muito mais preconceituosas em relação aos atributos discriminatórios que ele possuía, terem-lhe dado tanto trabalho e permitirem que pintasse quadros religiosos entre os quais a Santa Ceia, que ainda hoje é quase um “must” nos lares tradicionais católicos, sem que os mesmos fossem considerados uma heresia.
Ser canhoto, era na época algo terrível e demoníaco (Sinistro), e ainda há 50 anos a minha mãezinha foi aconselhada pelo senhor padre a amarrar-me a mão esquerda atrás das costas, a dar-me castigos sempre que a utilizasse e a rezar muitas novenas e dar esmolas para que o mal desaparecesse.
A Homossexualidade, se mesmo hoje ainda é vista por muitos com maus olhos como seria naquele tempo? Não conheço como foi descoberto este atributo e nem sei mesmo se não será uma campanha para que no futuro a homossexualidade seja a sexualidade considerada normal e a heterossexualidade um desvio sexual.
Ser bastardo, era qualificação para ser considerado um filho do pecado, sem direito a baptismo ou qualquer outro sacramento.
Vegetariano e Libertador de passarinhos sem terem o estigma dos adjectivos anteriores estão inter-ligados a ser “mariquinhas” e consequentemente “Roto”.
Com tudo isto sou levado a pensar que a igreja da época era constituída por iluminados livres de preconceitos, que infelizmente desapareceram (os iluminados) e que actualmente está regredindo, face ás suas atitudes em relação á SIDA e ao preservativo e a considerar que o sexo tem uma única função que é a da procriação.
O meu pensamento, até teria alguma lógica não fossem as constantes campanhas de promoção da homossexualidade através da comunicação social mundial, com vista a torná-la como a norma comum da sexualidade, a tal ponto que num futuro não muito distante ser heterossexual não é normal. E como “quem não é como nós é contra nós” em breve os heterossexuais serão perseguidos e discriminados.
Talvez a igreja esteja investindo no futuro, tornando-se na força protectora dos que teimarem em ser heteros e faça um acordo em que as relações sexuais entre pessoas de sexos diferentes, só seja permitida aos membros da igreja e com o único intuito de assegurar a reprodução da espécie humana através de métodos naturais.
Não estou a ver a Cúria Romana, transformar-se em fanáticos combatentes anti-homossexualidade, destruindo todas as obras primas de Leonardo e outros, à semelhança do que os Talibans fizeram com as estátuas gigantes de Buda.
Num mundo em constante mutação já nada me admiraria.
Venha o “Armagedon” anunciado, pois talvez haja sobreviventes.
Venham Guerras, Gripe das Aves, SIDA e Afins.
A Humanidade precisa ser reciclada.

Os Flamingos terão Sida?





Axu que não... no entanto da fama de terem a Gripe das Aves não se livram, com toda a paranóia associada a essa pseudo-pandemia e ás vacinas feitas com flor-de- anis, incapazes de prevenir uma simples gripe e vendidas a preço de Ouro pelo laboratório que a comercializa. É que algumas "Aves Raras", que fazem parte dos governos do mundo têm de ser preservadas.

O texto que se segue foi publicado no meu extinto Blog, e não sei como sobreviveu, mas por continuar a ser actual vou colocá-lo aqui de novo.

Gosto dos Flamingos não sei porquê mas gosto. É meu hábito, munir-me de binóculos e ir apreciá-los para a foz do Trancão. Ás vezes na maré baixa eles vêm comer para mais perto e com a ajuda dos auxiliares ópticos , eu sou transportado para o meio deles. Parece que já os conheço e ponho-lhe os nomes dos meus amigos.
Ao colocar-lhes os nomes fui defrontado com a dificuldade de saber se eles eram machos ou fêmeas, mas essa dificuldade foi ultrapassada pois para mim os amigos não têm sexo.
Devido ao grande numero de baixios na vazante eles dividem-se por grupos e por várias áreas e uns estão mais longe outros mais perto e alguns são solitários e pastam sózinhos ou com outro flamingo.
Há alguns que levantam voo e se vão afastando e há outros que vêm voando na minha direcção e pousam tão perto que consigo estar junto a eles.
Conforme vou rodando os binóculos, ás vezes encontro alguns que não estão pastando, nos baixios tão ricos em alimentos. Parecem estáticos e doentes e eu preocupo-me com isso. Mas nada posso fazer por eles, pois eles são livres e selvagens e a natureza só encontra o seu equilibrio, controlando os seres vivos que lhe pertencem.
A minha preocupação é no pensar que eles devem estar fortes e saudáveis, pois quando o inverno estiver a chegar eles vão-se juntar e vão fazer uma longa viagem até outras paragens também lindas e onde eles se sentem bem.
Ao atribuir nomes aos flamingos, ás vezes tenho alguma dificuldade para não dizer muita, em atribuir nomes especialmente quando é um amigo se encontra em dificuldades, ou que tem um determinado problema naquela altura.
É que no mundo dos flamingos , tudo parece belo e bom. Certamente não o será e eu
para ver os problemas teria de penetrar nesse mundo e teria de me tornar num flamingo também.
Ás vezes vejo outras aves no meio dos flamingos, são aves raras também, e convivem pacificamente nos fartos pastos. Ainda não decidi por-lhe nomes pois são em numero diminuto, mas um dia terei de o fazer pois se elas existem têm direito a ter um nome.
Hoje vi 2 flamingos ao longe, muito perto de outro que estava imóvel e parecia estar doente. De vez em quando aproximavam-se do Flamingo doente e pareciam estar a incentivá-lo a reagir. Eles pareciam estar tristes e lá iam pastando mas de vez em quando iam para junto do outro flamingo. Algo fora do comum se estava a passar mas eu não consigo entrar no mundo dos flamingos.
Há um flamingo que tenho vindo a observar que se afasta dos outros, mas não para longe. Dá um voo curto até junto do grupo e logo a seguir outro voo para uma zona do baixio que parece gostar mais. Reconheço este flamingo pelas suas cores e vou observá-lo melhor. Amanhã vou vê-lo de novo e tentar compreender a razão deste comportamento estranho.
Em breve e com o aproximar do inverno sei que todos os flamingos se vão juntar e vão partir para longe. Quando o tempo aquecer tenho a certeza que vão voltar. Alguns não estarão lá pois o destino e as grandes viagens fizeram com que desaparecessem para sempre, mas isso é a lei da natureza. Outros flamingos novos e lindos aparecerão.
Um texto Sida-comparável, mas sem que a mesma esteja presente. Isto de observar os flamingos é giro......são eles que dão cor á minha vida.

Procurando um Rumo



A Foto que apresenta (ou apresentava) o blog é a que ilustra este post. A Deva acha que a original do muro é que deverá ser a foto de apresentação. Já lhe disse que a podia mudar, embora a principio não quisesse que ela ( Img. Do Muro) figurasse como tal, pois serviu de apresentação no Blog que tive no Aids Portugal (Watcher em Mosaiko) e que foi fechado sem qualquer explicação, sem que os posts do mesmo me fossem dados, pois afinal eles eram minha propriedade, fruto do meu trabalho ( eu gostava deles) e acabaram por ser perdidos. Nunca abordei a administração a solicitá-los caso ainda existam em ficheiros off line. Talvez o faça qualquer dia em que esteja numa de nostalgia.
A imagem das garras da sida e os olhos do gajo a espreitar por trás como que a não querer enfrentar a realidade, foi algo criado por mim numa altura em que não sabia o que fazer e nem o rumo a dar a este blog (aliás ainda não sei).
O Blog foi-me posto nas mãos pela DEVA, a foto do muro colocada lá por ela e depois substituída por mim na altura em que já havia escrito algo sobre o muro (Monumento não oficial à SIDA). Não estava minimamente a pensar em abrir um blog, mas já que o tenho e já vai tendo conteúdo vou trabalhar nele. Tinha aberto um fórum, que ficou paradito com o advento do SIDADANIA, mas agora tou mais virado para este blog e estou a gostar e a achar que um blog é sempre mais activo dinamico e interessante.
O primeiro post deste blog, foi titulado pela DEVA em titulo de teste com o texto de letras de teclado sem nexo (género, rsefnfdvmn f kfifklsddfkl fodf) e eu decidi escrever algo com aquele titulo. Ela tem o blog dela o Devaneidades, e já entramos em acordo para eu pegar em certos temas e frases e rescrever posts, que se enquadrem neste, mas com olhares muito diferentes servindo estes títulos, frases ou pekenas parte de texto, para escrever coisas completamente diferentes e relacionadas com a temática do Sidadania.
É uma espécie de “Sido-Tunning” e se o fazem nos carros ( Tunning) porque o não fazer com os blogs?
Fika aqui a imagem das garras, neste post pois baseado nela muitas letras serão ordenadas para constituírem frases e muitas frases para constituírem textos.
Outras imagens do muro serão colocadas nos close-in ilustrativos, pois o muro ainda vai ter muitos textos a escrever.
Se os judeus têm um muro, os alemães outro que desfizeram e venderam aos bocados como souvenirs turísticos, os Sidosos também têm direito ao seu muro.
(Não queremos uma muralha tipo a da China, que a Comunidade teima em nos oferecer, por não nos querermos ver isolados do resto do mundo)
Os posts vão continuar a aparecer o que significa que por enquanto , o método para o suicídio que escolhi ainda não surtiu efeito.
Jinhux & Hugs do Blogueiro Sidoso, code name: RU2X

O Xadrez e o HIV


“No xadrez da vida todos os dias andamos novos quadrados, uns pretos, outros brancos… vamos caminhando lentamente conquistando quadrado a quadrado”
Não conheço o autor desta frase, mas ela estava incluída num texto publicado num fórum e era assinada com o nickname de “Apenas um peão”.
Foi a maneira mais linda de descrever a infecção pelo HIV, de um recém infectado, com todos os medos e traumas que a noticia que o teste nos dá de que estamos infectados com o vírus da sida nos traz, que vi até hoje.
Passo a transcrever parte do texto:
“Pareço uma criança a fugir por tudo que é lado. Salto de quadrado em quadrado, mas o grande quadrado é limitado, tem um fim… quando chego a um canto e vejo que não posso fugir mais sofro muito, fico muito triste, porque não me apetece virar e dar de cara com a realidade. Os peões, os bispos, os castelos, até o Rei e a Rainha olham para mim como que a dizer: “vais fugir por onde? Encara esta nova realidade… a realidade de uma derrota”Porque não encarar? Não era para bem ou para o mal que querias saber o resultado? Pergunto-me. Quando me virar e tiver forças para jogar volto a escrever”
Já passaram uns anos, desde que este desabafo me foi dado a conhecer. Lembro-me na altura ter respondido a esta participação no papel de um companheiro também jogador de xadrez.
Espero que este companheiro, hoje já tenha vontade de jogar novas partidas, e que no xadrez da vida com HIV vá conquistando quadrado a quadrado comendo as peças principais ao adversário para que possa dar-lhe o xeque-mate final . O Adversário é o HIV, e estamos a jogar contra ele. Hoje conhecemos bem as regras do jogo e a sua maneira de jogar. Podemos perder uma ou outra partida com as jogadas fora do comum que ele está habituado a fazer, mas com cuidado e estando atentos ás suas manobras é possível derrotá-lo. Pessoalmente já perdi alguns jogos, mas na estatística geral eu estou com larga vantagem nas partidas que venci. Continuo a jogar e a vencer o HIV, pode não parecer fácil mas tenho esperança de vir a ser o campeão neste jogo eterno. Certamente que se um dia for vencido neste jogo da vida, não estarei aqui para dar os parabéns ao vencedor. Acho que ele vai reconhecer que fui um duro adversário e que só me venceu porque eu infantilmente cometi vários erros durante o jogo.
Encare a seropositividade como um jogo, e esteja preparado para o jogar. Saiba as regras, vá treinando e certamente será um campeão.
Saudações Sidopositivas

Blogueiro Sidoso


Ser “Sidoso” eu sei o que é, mesmo que a palavra para muitos pareça um tanto estranha e agressiva.
Para mim e para um grupo de amigos, é uma forma de estar na vida e aceitamos o titulo com naturalidade e até nos consideramos sidosos.
Ser sidoso, é saber viver a vida com o HIV, 24 horas por dia, sem feriados e sem domingos ou dias Santos.
É também ter conhecimentos da doença, e dar-lhe somente a importância que ela tem. É ver em cada novo infectado um irmão recém nascido e estar disposto a ajudá-lo a dar os primeiros passos para que possa caminhar por ele próprio. É ensiná-lo a ser um sidoso também, para que no futuro possa ajudar outros irmãos que venham juntar-se á família.
Contudo ser “Blogueiro” é mais complicado, e a coisa torna-se pior ainda quando pretendemos ser um Blogueiro Sidoso. Escrevi em fóruns e em painéis de respostas-on-line sobre SIDA e participei em Chats de Seropositivos e afectados. Tive uma experiência de curta duração com “Watcher em Mosaiko” no site do AidsPortugal e nada mais. Depois do Mosaiko ter sido fechado, naquele site, ainda fiz uma tentativa de iniciar um blog, mas não tive pachorra para continuar e nunca coloquei lá posts. O Vulcão estava adormecido e assim continuaria. Não fosse aparecer a Deva, que de momento anda fascinada com o html e em fazer blogs e eu nunca teria iniciado este blog.
Estou gostando demais dele, quero torná-lo um blog funcional e agradável para os que o visitam e os temas serão, como não podia deixar de ser relacionados com a Sida, viver com ela e outros que estão directa ou indirectamente ligados á pandemia.
Acho que estou infectado com a “Blogsidose”, e não tenho outra saída a não ser o suicídio. Penso até, que já arranjei a maneira ideal para o fazer, como podem constatar pela imagem que ilustra este post. Se deixar de enviar posts é porque o suicídio foi bem sucedido.