Em memória


Freddie Mercury (1946-1991) faria hoje 60 anos. O mítico vocalista dos - Queen, faleceu aos 45 anos, vítima de SIDA. O ícone morreu há 15 anos, mas continua a fazer sucesso. Os Queen anunciam CD com faixas inéditas.
Não fosse ele um génio da música moderna e ninguém se lembraria da sua morte à semelhança dos milhares de vitimas que a Sida provocou, antes do advento dos cocktails retrovirais a actual conhecida Tri-terapia.
Hoje, como no passado a SIDA continua a matar e as novas infecções por vezes são com vírus sofisticados já resistentes a alguns medicamentos retrovirais e portanto é cada vez mais difícil combater a Pandemia.
Um passo de gigante foi dado, no tratamento da infecção, com a introdução das tri-terapias, contudo acho que ninguém com responsabilidade, terá a coragem de afirmar em público que actualmente já não se morre de SIDA.
Em muitos países do mundo os retrovirais (mesmo os mais antigos, cujas patentes deveriam ter expirado há muito) ainda não estão à disposição dos doentes devido ao custo dos mesmos e há países, onde uma grande parte da população desaparecerá devido à falta de medicamentos que controlem o vírus. É o genocídio de povos, perante a passividade dos países ditos civilizados, que apregoam a solidariedade e a ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres, mas que unicamente estão preocupados em acumular cada vez mais riqueza e em controlar esses países e as matérias primas que eles possam ter e que são necessárias para o fabrico de mais e mais riqueza.
As grandes Farmacêuticas, investem apenas uma paquenissima fatia dos seus lucros milionários, na investigação de novos produtos mais eficazes e menos tóxicos para os doentes. Laboratórios mais pequenos estão desenvolvendo novos medicamentos e experimentando novas aproximações para o combate ao vírus, talvez na ânsia de terem uma fatia do apreciado bolo (lucros) que lhes permitirá sobreviver e desenvolverem-se.
Países, onde o custo dos retrovirais se está a tornar num monstro consumidor dos recursos existemtes, ameaçam produzir os medicamentos a baixo custo para poderem continuar a dar assistência aos doentes, invocando uma situação de caos na saúde pública.
Enquanto as guerras de interesses continuarem e os homens e os países continuarem a olhar para o seu umbigo, resta-nos deixar aqui expressa a nossa solidariedade para as vitimas destas guerras de interesses e prestar a nossa homenagem aqueles que já partiram, vitimas da SIDA entre os quais se encontram nomes como o de Freddie Mercury

2 comentários:

Deva disse...

"Países, onde o custo dos retrovirais se está a tornar num monstro consumidor dos recursos existentes"
Tanto quanto sei esses países não estão tão longe quanto isso.É o que já se passa em Portugal com outros medicamentos e o que irá acontecer com os retrovirais.Já me chegou aos ouvidos que os nossos amados governantes andam a pressionar os médicos para fazerem combinações retrovíricas menos onerosas para o Estado.A resistência que o virus vai ganhando com as constantes mudanças de tratamento, que se foda.

R.Almeida disse...

Ao que parece tens razão.O governo dita leis ás administrações hospitalares.Os médicos dividem-se em facções pró-administração (os lindinhos)e pró-doente (ovelhas ranhosas). Por sub-optimização das terapêuticas alguns medicamentos de última geração,em pouquissimo tempo tornaram-se ineficazes devido a resistências desenvolvidas.Já há casos conhecidos.Um novo medicamento necessário de imediato, leva meses até ser dado ao doente pois tem de passar pela máquina administrativa com toda a burocracia que esta tem.
A vida dos doentes tem muita importância para o governo. Se ela acabar, significa uma despesa a menos portanto menos custos mais lucros.Economizar é no essencial e no necessário, de outra forma não há dinheiro para o supérfluo e não poderiamos mostrar ao mundo que somos um país rico (em merdas. merdices e merdões).