Férias: 2º "round". The end.



No concilio de bruxos, feiticeiras, e magos ficou decidido e lavrado em acta transformarem o Gato Borralheiro em príncipe por uns dias.
A fada madrinha e os seus ajudantes organizaram os meios. O gato borralheiro iria viajar pelo reino por palácios e castelos até encontrar a princesa.
Transformado em príncipe, a caravana fez de coche com muitos cavalos reais escondidos dentro de algo a que nos tempos modernos chamam motor.

No dia da partida, a fada madrinha advertiu: No dia Xis, antes que no relógio na torre soem as doze badaladas do meio-dia todo o encanto desaparecerá. A caravana virará abóbora, os cavalos em ratos e tu virarás de novo o sidoso em desespero no borralho junto à cozinha onde vives.

Viajou pelo reino visitando castelos e palácios onde foi recebido com pompa e circunstância.
As princesas iam aparecendo e desaparecendo mas o príncipe não parava. Estava em viagem e sempre em contacto com o povo. Viu as coutadas do reino agora suas e viu sofrimento nos velhos. Viu guerras de senhores sem significado. Viu gente boa e gente má. Viu a luta de muitos pela sobrevivência e a luta de alguns por prestígio e bens materiais.
Os dias foram passando e não encontrava a paz que procurava. Nem tão pouco a princesa.

A data do fim do encanto aproximava-se quando vislumbrou um palácio na montanha. Tomou a estrada nessa direcção. Viu a princesa a sorrir. O príncipe encontrou a paz e a felicidade. Entre momentos em que a sua mente divagava nas lutas e problemas do reino, encontrara o que buscava. Num êxtase inexplicável, o tempo foi passando e tudo se mostrava perfeito até o relógio da torre bater a primeira das doze badaladas do meio dia. O príncipe recordou as palavras da fada madrinha.
Correu para o coche, deixou o sapato para trás em forma de essência e os cavalos fugiram do palácio a toda a velocidade. Já ia longe quando bateu a última badalada e tudo voltou a ser como dantes.



A princesa deixou de sorrir. O rei vendo a sua tristeza enviou arautos pelo reino à procura de uma essência única igual à que o príncipe deixou cair. Encontrou-a numa flor que seca mantendo a essência que ficou perpetuada para a eternidade.

A interpretação da história fica em suspense ou pode ser ligada à que conhecem da infância.
As férias acabaram. Tudo se resume a tão pouco : gostei

22 comentários:

Arnaldo Reis Trindade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fatyly disse...

Uma ilustração/narrativa fantástica sobre o fim das férias, mas o que interessa é que gostaste. Haverá outras oportunidades:)

Bom regresso.

Beijocas

sideny disse...

Raul

Já acabaram!

Tira mais ,daqui a uns dias.

Gostaste isso é que interessa.

beijocas

Ps: belas fotos

Eme disse...

A minha interpretação ao final desta intensa reportagem sobre as férias é a seguinte: o teu "gostei" no fim revela muito mais do que o que cabe numa simples palavra. É um "gostei" rico e cheio de emoções. De seguida, concluo que está mais que provado que viver os contos de fadas,sobretudo depois de reescritos, faz bem à saúde e rejuvenesce. As doze badaladas, cávalos e abóboras são a própria vida a decorrer, ora trazendo as nuvens, ora atirando para a terra ou para a realidade do éfemero, mas desde que a queda seja suave, não há inconveniente. Os próprios momentos são contos de fadas. que vamos sempre [re]inventando.

B e i j o.

Branca disse...

Só o facto de dizeres "gostei", já significa que nada é como dantes. A rotina habitual pode ser, mas vieste de certeza mais enriquecido, cheio de memórias e boas recordações desses dias e isso é tanto, tanto que te acrescenta mais à vida.
Deixo-te beijos.

isabel mendes ferreira disse...

e quando acabam os "rounds" de uma peregrinação e nos deixamos levar pela memória que não sendo "imaginária" é "imagética"
fica o passado.presente a adoirar o que nos resta do futuro.

dizer e gostar assim faz bem à alma.

à minha fez bem este "ler".


bom regresso R. que eu vou.


beijo.

Biby disse...

Então já acabaram as férias! E eu a pensar que ainda ias passar aqui pelo Porto!

Mas abem tão bem as férias pena que acabem tão depressa.
Beijinhos
BIBY

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul

Enquanto houver sonho há estrada e enquanto houver imaginação há vida.
Havendo vida e estrada não faltará determinação para encontrar caminhos. Mais duradouros, menos duradouros quem sabe a duração da hora quando batem as doze badaladas?
Abraço

Mª João C.Martins disse...

Raul

Todas as viagens nos dão algo de novo. Um olhar diferente para gente e coisas.. uma reflexão nova sobre nós mesmos.
Todas as viagens têm um inicio e um fim, mas também um recomeço.. nada, nunca mais, será como antes de qualquer viagem...
Ah... e sobre cinderelas, cinderelos, aboboras e ratos... nada mudou na história da nossa infância, todos continuamos a acreditar ainda, que pelo menos em algum momento, alguém irá procurar o dono do sapato, depois de nos transformarmos naquilo que na realidade nunca deixamos de ser!

Um beijinho e... se gostaste, não te esqueças de repetir

O Árabe disse...

Belo conto, sim. Só me permita dizer: este é o mal das fadas madrinhas... :)

bono_poetry disse...

eu gostei imenso das tuas viagens e do teu caminho!!

Unknown disse...

As férias acabaram, mas o importante é que as memórias ficam para fazerem parte da sua história.

Beijinhos,
Ana Martins

Vanuza Pantaleão disse...

Com licença,
Perdoe-me incomodá-lo...
Li, vi e gostei. Se me for permitido, voltarei.
Abraços!!!

navegadora disse...

E depois deste repouso...um bom regresso à luta de todos os dias:)

Obrigada pelos belos textos.

Um beijo.

Vanuza Pantaleão disse...

Voltando para agradecer-lhe as palavras gentis e também para reler essa magnífica história e um final terminando com as férias...
Obrigada, amigo!!!

Diogo disse...

Pois as minhas férias ainda não começaram. Gostava de manter a princesa depois do feitiço terminado.

simplesmenteeu disse...

Não fui convidada para o concilio. Não conheci a fada madrinha, a princesa ou o gato borralheiro.
Mas sei que ele partiu porque, no seu bornal de caminheiro, guardara o segredo de um conto distante.
Atravessou o deserto, bebeu o fel e provou o veneno.Mas, foi sempre, nessa fórmula secreta que voltou à vida.
Um entendimento de palavras silenciosas, onde princesas e gatos tecem flores de essência rara.
Jardim de sentimentos, onde nem todos distinguem a porta de entrada.

Abraço forte e carinhoso

Elvira Carvalho disse...

O Raul gostou das férias, e eu gostei da história.
Um abraço

Betty Vernieri disse...

Raul,

Vim agradecer a linda mensagem que deixou no meu blog. Você nem imagina o quanto me fez bem. Por isso eu digo, de coração, obrigada.

Sabe, a vida passa, a gente vai envelhecendo, mas não se acostuma a aceitar que as coisas ruins existem e nos rodeiam o tempo todo. Vivemos sonhando com um mundo ideal, irreal, acho que pra manter nossa sanidade mental, senão enlouquecemos. Assim nos alimentamos e nos fortalecemos contra uma realidade cruel, muitas vezes insuportável.

A música é o meu refúgio, por ser a arte que mais gosto, a que considero a linguagem dos deuses, capaz de despertar os sentimentos mais humanos em nós.

Que venham muitas outras 'férias', levando você para o mundo dos sonhos, e que elas sejam embaladas pela beleza da música.

beijinho

Odele Souza disse...

Que as boas lembranças destas férias te reconfortem sempre que você precisar de alento.

Fiquei contente em saber de como foram as tuas férias.

Beijos!

isabel mendes ferreira disse...

e



um abraço. escritor dos dias que passam.

MARIA disse...

Raúl, vou recuperando aos pouquinhos "posts perdidos", maravilhosos.
Escreve cada dia melhor, mais bonito.
Sabe eu gosto muito de histórias.
Nunca me passou esta quedita para o mundo esplêndido da fantasia, desde menina e posso assegurar-lhe uma coisa:
Depois da badalada de referência, vivida a magia, NADA volta a ser como era antes, NADA. Alguma coisa sempre se altera dentro e fora de nós ...
Beijinhos
Adorei o conto.
Maria