O IDOSO E O HIV

Presentemente está a haver um debate no blog “Silêncio Culpado” sobre a velhice. Nós nascemos, crescemos, estudamos e estamos dependentes dos pais até cada vez mais tarde. Formamos família procuramos a segurança económica e de um momento para o outro quase sem notarmos estamos velhos e novamente dependentes.
Estaremos nós preparados para cuidar dos nossos idosos?
Irão estar os nossos filhos preparados para cuidarem de nós quando formos idosos? É inevitável que todos nós para lá caminhamos sem parar e sem notar o nosso envelhecimento.
Iremos aqui neste post reflectir sobre o idoso infectado pelo HIV. O que vem a ser mais comum nos dias de hoje, (porque o idoso tem sexualidade) quer através de novas infecções em idades acima dos 55 anos, que estão subindo vertiginosamente, quer por aqueles infectados de longa duração que vão envelhecendo.
Mas como nem só de SIDA vive o idoso, e como o Sidadania, não é um blog só desta patologia, mas um blog de partilha de dores, quer físicas quer espirituais estamos seguindo atentamente o debate e modestamente daremos a nossa contribuição para este tema que é tão importante para todos nós a nível Universal.
Este post está em aberto e em constante edição, e estarão links na Rubrica “Em destaque” para o Silencio Culpado e Instantes da vida.

O Idoso e a sua vulnerabilidade face ao HIV
Em que ponto a terceira idade e a infecção pelo HIV podem ser diferentes da dos outros idosos. Básicamente a SIDA/AIDS, é uma doença que tem o estigma da droga e da promiscuidade sexual e isso não vai mudar em relação aos idosos infectados. Se um infectado em plena idade produtiva é rejeitado a todos os níveis e é excluído por uma sociedade moralista e ignorante , o que acontecerá ao idoso infectado?
Um dos pontos importantes a referir, e que parece ser tabu (não entendo porquê) é a sexualidade dos idosos. Eles são vistos pelos filhos e netos como seres asexuados e que já não têm relações sexuais. Contudo é preciso saber que o idoso continua a ser um ser sexual. A disfunção eréctil é cada vez um problema menor devido á existência de medicamentos que a tratam e a falta de libido também pode ser tratada.
Pensar que o idoso não tem vida sexual activa, é tapar o sol com uma peneira.
Quem gosta de sexo na idade adulta continuará a gostar na velhice.
Até que ponto a população idosa é vulnerável ao HIV e está vulnerável à sua infecção é um ponto que não pode ser esquecido.
Outro tabu, do qual não se fala é que o idoso use drogas. Coitadinho do vovô…fumar uma ganza ou mandar um chuto. É bom pensarmos que embora pareça uma hipotética citação o idoso não deixa de ser um adulto desgastado pelo tempo mas continua a ser um adulto.
Até que ponto poderemos negar o aumento de casos de novas infecções acima dos 55 anos. Elas têm vindo a aumentar e a idade da infecção também. Não tenho quaisquer dados sobre a origem da infecção se foi via sexual ou por contacto com material infectado usado na administração de substâncias ilegais.
Creio que a maior parte das infecções teria sido via sexual e quanto à detecção de novos casos de hepatite C, que poderiam indicar o uso de substâncias é extremamente difícil pois o HCV pode manter-se silencioso por muitos anos e não seria consistente apresentá-la como prova.
Quando um idoso descobre que é seropositivo numa idade já avançada, normalmente é porque tem alguns sintomas ou adoece, e creio que na sua maioria faz o teste de despiste por conselho médico. Normalmente o diagnóstico é tardio e o sistema imunitário já está bastante fragilizado.
Falando do impacto, do conhecimento da sua seropositividade para o HIV, tenho testemunhos dos mais jovens, pessoas nos trintas e o impacto que a infecção pelo HIV teve comigo quando tinha 46 anos. Seguramente posso garantir que essa notícia no idoso não vai ser de forma nenhuma melhor do que é nas idades mais baixas. Certamente os idosos vão ficar desorientados, amargurados e não encontram escape para as garras da SIDA/AIDS.
Se não é fácil ensinar um adulto ou um jovem a aprender a viver com a infecção pelo HIV, e a começar uma vida nova pós infecção, como será com um idoso? Não sei se estarei preparado para apoiar um novo companheiro nesta fase da vida.
O certo é que os médicos negligenciam a sexualidade dos idosos, talvez por a desconhecerem ou porque essa sexualidade não é bem entendida pela sociedade. O próprio idoso pode não entender essa sexualidade, e os seus desejos e não abordar esse tema com o seu clínico, por ter vergonha do mesmo e porque desenvolve um sentimento de culpa em relação e esse desejo. Admitir que o idoso possa manter relações sexuais numa idade avançada não é culturalmente aceite. No entanto há uma necessidade psicológica de manter uma actividade sexual continuada, sem ter de obrigatoriamente haver uma idade cronológica como data limite.
Haverá alterações biológicas, nos idosos. A mulher sofrerá progressivamente uma diminuição do tamanho dos ovários, o útero voltará ao tamanho que tinha antes da puberdade e a vagina torna-se menos elástica e as mucosas vaginais ficarão mais finas e haverá uma menor capacidade para a lubrificação vaginal.
O homem também tem as suas alterações. Uma erecção mais flácida, dificuldades em obter um orgasmo e este é menos intenso e mais rápido. Esta dificuldade em obter um orgasmo é aproveitada por muitos que tinham problemas de ejaculação precoce. O liquido pré-ejaculatório é reduzido e a ejaculação torna-se em algo diferente na sua intensidade. O seu período refractário pós ejaculação aumenta consideravelmente.
A actividade sexual, faz parte da qualidade de vida de qualquer ser humano independentemente da sua idade cronológica.
Acho que é importante para o idoso manter a sua actividade sexual, que sem dúvida contribuirá para o seu equilíbrio emocional. Muitos o fazem, muitos a maioria esconde-o. A vergonha, leva-os a darem passeios em zonas afastadas do local onde habitam e aí procurar desenvolver a sua vida sexual na terceira idade. Não é incomum, as fantasias sexuais reprimidas por toda a vida revelarem-se na terceira idade. As preferências sexuais podem mudar também e o idoso numa idade avançada está vulnerável ao HIV e a outras DSTs, por não ter hábitos de sexo protegido e ser-lhe difícil adaptar-se ao chamado sexo seguro.
Raul Rudoisxis

26 comentários:

f@ disse...

Bem bastava a idade os cabelos brancos e as rugas para nos dar intranquilidade e ansiedade suficiente...mas vem tb as dores das pernas e as inseguranças do "coração" ...
é preciso tão pouco para vever com alegria... se cana um de nós parasse uns minutos para pensar e dar atenção a quem precisa... com mto carinho tudo era + fácil e a vida teria outra cor...
Só coisas boas para ti beijinhos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul
O problema do idoso é também um problema económico e social. A forma como se vive esta fase da vida tem muito a ver com a capacidade económica que dita todo um contexto de oportunidades ou a sua ausência.
Deu agora entrada, no Silêncio Culpado, um texto dum escritor brasileiro, ex-professor catedrático aposentado, sobre o qual convém também reflectir.
Beijinhos

Silvia Madureira disse...

Raul:

Sem dúvida um tema excepcional...porquê?

Porque é um grande problema mundial que nos irá atingir quando tivermos uma determinada idade...

Toca a todos...

Um problema de difícil solução mas que com a nossa reflexão poderá sem dúvida sofrer algumas melhoras...eu acredito. A nossa atitude perante cada caso é muito importante.

beijo grande

Robin Hood disse...

São temas como este que devem ser debatidos, até à exaustão, e é de registar as solidariedades e espírito de entreajuda entre blogs.

Um abraço ao Raul e outro ao Posithivo

amigona avó e a neta princesa disse...

Raul, meus parabéns pela tua abordagem! Acho fantástica a questão da vida sexual dos idosos! Nem eu tive coragem para tocar nesse problema e não costumo ser mulher para ficar enrolada!!! Penso que é, de facto, uma matéria a discutir, tentando sacudir as teias de aranha que existem por aí na cabeça de muita gente!

Quanto à questão de cuidar de um idoso com HIV é cuidar de alguém que tem mais este problema a somar a todos os outros já aqui referidos...voltarei...

f@ disse...

tUDO REGISTADINHO PARA AMANHÃ QUE HOJE JÁ NÃO DOU NADA COM SONO BEIJINHOS DE BOA NOITE

Mary disse...

Mais uma vez um beijinho ao Raul e ao Posithivo e louvo a forma como os blogs se solidarizam e partilham preocupações e problemas que pesam sobre a população.Deixo aqui uma visão e um desabafo que já deixei no Silêncio Culpado: pobre não devia nascer. É quando surgem situações como a 3ª.idade, filhos deficientes ou doentes portadores de HIV que nos apercebemos quanto é diferente ter capacidade económica para fazer face às situações ou não a ter.

ARTUR MATEUS disse...

Raul e Posithivo
Congratulo-me por esta elevação no espaço da blogosfera que permite reunir sinergias e discutir desassombradamente determinados temas.
Deixo parte do comentário que produzi no Silêncio Culpado sobre a 3ª.idade.

"Os idosos não são assexuados e necessitam do amor fisico e emocional para se sentirem completos. Os velhinhos não são coisas para a gente achar muita graça como se não tivessem inscritas no seus percursos histórias de vida que, na maior parte dos casos, influíram decisivamente na qualidade do fim. Não são seres para ser amados como se amam os coitadinhos. Os velhinhos têm desejos, emoções, sexualidade e, tal como noutras fases da vida, os seus ódios e fixações e também os seus egoismos."

Amar é aceitar os factos como eles dse nos apresentam.

R.Almeida disse...

Abel eu respondi ao teu comentário, no Silencio Culpado.
Ainda vou ser acusado de estar a promover orgias sexuais entre idosos :)
Um abraço

C.Coelho disse...

Raul
Estou a gostar do que leio aqui e no Silêncio Culpado sobre matéria tão delicada. É altura de deixarmos de ser hipócritas.
Um abraço

Odele Souza disse...

Raul,
Realmente, a sexualidade dos idosos é assunto tabú em quase todas as sociedades. Abordá-la abertamente como o fazes aqui, é uma maneira de contribuir para que se percam pudores tanto com os idosos de hoje, como com aqueles que seremos nós amanhã.

Um abraço meu amigo.

carlos filipe disse...

Cansado de caminhar
por aqui e por além
é meu dever comentar
um tema que muito tem.

Gostei deste Raul aberto
frontal nas questões a pôr,
e do que disse a Amigona
muito próprio a seu favor.

Nascemos com olhos para olhar
e com boca para poder comer,
temos pernas para poder andar
e braços para abraçar

porque renegar que temos sexo
para amor fazer?

errando por aí disse...

Estou a rir do comentário anterior. Sim, e porque não? Venho do Silêncio Culpado e vi os comentários do Raul que considero muito pertinentes. Devemos discutir estes problemas sem tabus nem falsos moralismos.

Branca disse...

Raul,
Tenho procurado vir cá, mas tenho andado há duas semanas menos activa nos blogues, mesmo no meu.
Espero que já estejas recuperado da intervenção. Tenho espreitado por aqui e já vi que tens estado activo com alguns textos que publicaste. Este que acabei de ler encheu-me as medidas pois tal como tu não percebo os conceitos que alguma sociedade mal formada tem da sexualidade dos idosos. É mesmo para mim uma "irritação" quando ouço aquelas graçolas absurdas e cheias de prosápia dos mais novos.
Por tudo isso esta exposição que fizeste é notável e dou-te os parabéns por abordares de forma tão clara este tema, pois se calhar a maior parte de nós nem se tinha lembrado que também em idade tardia poderia haver risco de infecção e como dizes com mais acuidade por não haver hábitos de protecção.
Volto
Beijinhos

São disse...

Peço desculpa, mas não me parece que seja a sexualidade das pessoas velhas aquilo que a sociedade rejeita .
Aquilo que a sociedade recusa é a própria velhice!!
Bom fim de semana.

R.Almeida disse...

São
A sexualidade nos idosos não será o único factor de rejeição, mas também. Qualquer deficiência, quer a nível de mobilidade, audição, visão e outras, somatizam a rejeição ao idoso. A sociedade quer ver-se livre dos trabalhos que tem ou poderá vir a ter com os seus idosos. Servem de atenuante ou agravante nessa rejeição o poder económico quer do idoso quer da parte que sente a obrigação de assistir o idoso. Muitas vezes, quando o idoso tem uma reforma substancial que pode ajudar na economia , da família que presta o serviço ao idoso este passa a ser desejado. Mesmo assim quando o idoso dá trabalho de mais, ou por necessidades biológicas se borra todo e tudo à sua volta, há violência contra esse idoso. Muitas vezes a nível físico outras vezes com castigos do género de deixar o idoso uma noite sem ser mudado, á semelhança de alguns castigos dados às crianças por um curto período de tempo. Há bem pouco tempo, foi necessário darem-me banho na cama. Eram duas profissionais para fazer esse serviço.Eu tinha mais mobilidade que muitos idosos e ia ajudando conforme podia mas foi difícil e não era o banho que eu precisava, embora me tivesse feito bem. Imagine alguém que chega do seu trabalho cansado, e tem de fazer esse e outros serviços. As pessoas ficam desorientadas e agressivas. Quanto mais tempo um idoso mantiver a sua sexualidade, mais tempo vai retardar o avanço de deficiências que dia a dia se vão desenvolvendo. Era bom termos a chave para abrir a porta à resolução do problema dos idosos. Mas são precisas muitas chaves para abrir todos os entraves e sem dúvida uma das chaves é a da sexualidade na terceira idade.

Fatyly disse...

Li com muita atenção quer o teu post, quer os comentários.

Antes de começar, digo-te que por defeito detesto a palavra "idoso(a)" pois prefiro e para mim é mais carinhoso "velho(a)".
Os que hoje estão na casa dos 70/80 anos, por educação são raros os que falam da sua sexualidade. Depois se já é um problemão irem bem cedo ao médico devido à próstata, imagina o resto.
Voltando à educação/culturalmente falando o homem velho procura fora de casa o que diz não ter e há tempos li um artigo (vou tentar encontrar) que quando procuram querem sexo sem ser seguro, porque continuam a estar muito, mas muito mal informados e fiquei espantada como o preservativo ainda continua a ser um tabú (tal como referes)
Depois há o "esconder da família" se o vôvô(a) contraiu a Sida, um pecado mortal aos olhos da "hipocrisia" de tantas aldeias onde a cusquice impera (há excepções).
Conheço bem os hospitais e já visitei inúmeros lares. Eu sempre disse que quero ir para um lar e jamais estar pendente de um filho.
Sei e ainda há dias presenciei, um namoro entre dois velhotes, bem velhotes. Estão péssimos fisicamente...mas arranjaram um quartinho só para eles...porque o sexo faz parte do amor, mas também faz parte o quentinho de estarem juntos, de se afagarem, de darem as mãos e não obrigatoriamente coisa na coisa:)
Mas a imbecilidade da filha do senhor foi tão grande que não me esqueço da frase dela: vejam só para isto, o meu pai agora é que resolveu ser garanhão, "o estupor do velho". Peguei-lhe por um braço (devia ter sido pela orelha) e arrastei-a para o jardim onde conversamos quase duas horas. Casada e mãe de 3 filhos, o seu nível emocional e educativo era do mais baixo que vi e tão retrógado, (o monetário não) mas fiz-lhe ver tudo e falei com ela sem elevar a voz. Com um sorriso disse-me: agora vejo o meu pai com outro olhar, porque de facto sempre foi o melhor do mundo e amava tanto a minha mãe e tem razão! Se eles se sentem felizes não os impedirei e peço-lhe desculpa. A mim? não...diga isso ao seu pai e se possível ...muitos gestos e gestos!

Acho que a muitos níveis, para não falar de quase tudo: nada funciona.
Não funciona o apoio à vitima da violência doméstica
Não funciona o apoio aos toxicodependentes
Não funciona o apoio aos seropositivos
Não funciona o apoio às crianças abusadas sexualmente
Não funciona a educação/informação à população em geral
Não funciona...não funciona

e quando funciona são gotas de magia num mar de um novelo de mil pontas.

Devo confessar-te que já tentei imensas vezes mas não consigo tratar de um velho(a)acamado ou semi-acamado. É superior às minhas forças e em vez de fazer naturalmente de forma a não causar fragilidade ou constrangimento, desatino porque as lágrimas caem em catadupa. A minha mãe foi recentemente operada, fiz-lhe companhia, o comer...mas os tratamentos e higiene mais profunda, chamei uma pessoa amiga que só trabalha nisso. Abençoadas mulheres e homens que o conseguem.
Felizmente já passou mas ela também não conseguiu tratar da sua mãe e esta esteve num lar, onde sempre quiz estar.

Parabéns por este teu texto porque devemos acordar os filhos já tão crescidinhos para a sexualidade dos seus pais.

Um grande abraço e que estejas melhor porque todos que aqui vêm precisam de ti...precisamos todos uns dos outros!

FORÇAAAAA!

SILÊNCIO CULPADO disse...

Amigos
É interessante ver e perceber como os temas vão adquirindo forma à medida que se fala neles.
Um abraço

R.Almeida disse...

Lidia
A blogosfera é uma escola.As contribuições de cada um vão enriquecendo a nossa prespectiva acerca da velhice.Acho que a ciência geriátrica fica mais enriquecida com a contribuição de todos.Tu conseguiste num comentário no "Silencio Culpado", sintetisar vários pontos importantes a trazer a debate.Em relação à componente socio-económica é importante ter contributos para nos apercebermos das dificuldades de cada franja da sociedade.A vida nos lares etc...etc.... tudo são pontos importantes a focar.Eu vou estar mais concentrado na sexualidade do idoso e vou escrever um comentário à Fatyly em relação ao exemplo que deu.
Qualquer que seja a variante do tema eu estarei lá com o meu modesto contributo.
bjs.

António de Almeida disse...

-Belissimo ponto de vista, nunca tinha pensado que alguém acima dos 55 anos pudesse ficar infectado com o HIV, falha minha é claro, mas o Raul desperta realidades sobre as quais nunca tinha pensado. Cumprimentos.

whitExpressions disse...

O HIV é uma doença sem rosto, uma doença de crianças e de mais velhos.
Cada vez é maior o número de heterossexuais acima dos 55 anos, uma escapadinha fora do casamento, o recomeçar ao lado de alguém com essa idade, cada vez são maiores os divórcios nessa faixa étaria.
É claro que cada vez aparecem mais parceiros infectados sem terem comportamentos de risco, o que é lamentável.
Raul, penso que disseste tudo com isto- por não ter hábitos de sexo protegido e ser-lhe difícil adaptar-se ao chamado sexo seguro.
O idoso continua a disfrutar de uma vida sexual, num lar de terceira idade apareceram infectados e esta?
Temos que informar!, dificilmente os mais velhos aceitam um conselho de um mais novo, vamos mudar mentalidades.
Bom domingo Raul.
Beijoka

R.Almeida disse...

Fatyly
É de dizer, que o teu comentário merecia um post. Aliás o Sidadania está aberto a publicar esse post se o desejares escrever.
Que belo o teu testemunho e a tua intervenção em relação aos namorados velhotes. Ainda bem que a filha te compreendeu.
As pessoas pensam que a sexualidade dos velhos tem de ser igual, à dos mais novos e isso faz-me rir em relação às mentes dessas pessoas cada uma delas com sexualidades e fantasias diferentes. Não terá de ser coiso na coisa como tão bem referes, mas também não é proibido que seja. É a sexualidade adaptada às necessidades de cada um nos diversos estágios da vida. E é bom dizer-se que isso é bom na felicidade dos velhotes, e contribui em muito para o seu bem-estar físico e mental.
Acerca do cultural, o homem com idade ir procurar o que diz não ter em casa, faz todo o sentido. Ainda mais, publicita isso aos amigos para mostrar a sua virilidade.
Em casa e com o envelhecimento, normalmente a mulher (com excepções) é a primeira a rejeitar as relações sexuais, pois a falta de lubrificação e a perda de elasticidade vaginal tornam o coito doloroso.
Nesta fase a pessoa idosa é altamente vulnerável à infecção pelo HIV, quer por não ter hábitos de sexo seguro com preservativo, quer por utilizar o sexo pago onde naturalmente, os riscos aumentam com a multiplicidade de parceiros sexuais pelas trabalhadoras do sexo. As defesas em relação ao preservativo por parte das prostitutas, baixa com um pagamento generoso e pensam deixa lá o vovô divertir-se. Outro risco acrescentado é ele voltar para casa e ir insistindo com a companheira de anos para terem relações (desprotegidas como sempre tiveram). É normal, mesmo sendo doloroso para elas acederem, e o mais comum é haver fissuras e lesões no aparelho genital feminino, as quais por sua vez conduzem a uma maior exposição ao HIV e consequente infecção. E aqui o drama vivido é algo muito grave. A sexualidade na terceira idade não pode continuar a ser tabu e temos de falar nela obrigatoriamente.
Quase no final do teu post falas nas coisas que não funcionam no nosso país.
Não funciona…não funciona. Temos de debater todos os pontos de forma a que seja construída uma plataforma, para acções mais contundentes que possam levar à resolução de alguns problemas. Alertar para prevenir e resolver necessita de formação base face aos múltiplos problemas que temos. Estes debates nos blogs são a plataforma base para essa educação formativa.
Bjs

Fatyly disse...

Raul
Obrigado pelo teu comentário. De facto o aumento das doenças sexualmente transmitidas numa idade de "velho(a)" tem sido assustador, porque como dizes e bem: pode ser por gabarolice (uma minoria) mas a maioria é de facto porque as suas mulheres não podem ou não querem ou até porque ficam sózinhos ou viúvos. Depois é o que dizes e bem!

Quando digo que "não funciona" há de facto excepções porque devagar, devagarinho vão-se criando plataformas-base-educação-formativa, mas tenho muita pena que a maioria que utiliza a internet leia apenas o que lhe convém e no seu corre-corre, abre e diz: xiiiiiiii que post tão grande e já li comentários (não aqui) de quem não leu nada mas quiz marcar presença.
Os hábitos da leitura já começam a surgir de novo, mas infelizmente também há na internet muita (des)informação.
Como é óbvio eu não consigo ir a todos os blogues, porque quando o faço leio de fio a pavio.
Gosto de aprender através da leitura - post e comentários - e de preferência numa base sólida como é este teu blogue.
Também gosto - há momentos para tudo - dos que a brincar a brincar dizem tantas verdades.

Que tenhas um bom domingo porque eu vou tentar fazer o mesmo. Vou despachar as limpezas da cubata, já tenho as malas prontas e vou apanhar o avião porque às 15h tenho que estar no Katar para ver a final de ténis - feminino:)via eurosport...LOOOOOOOOOLLL

Uma beijoca

Odele Souza disse...

Raul,
Já comentei este seu post mas como acompanho também os comentários que aqui vão sendo deixados, - adoro você e este blog - não resisto a deixar algumas palavras sobre seu comentário e de Fatyly.
Você tem razão Raul quanto a dizer que o comentário de Fatyly já daria um post. Eu faço isso de vez em quando, lá no blog de Flavia, pois algumas pessoas não lêem comentários e seria uma pena que textos tão ricos que por vezes nos deixam nos comentários de nossos blogs, não cheguem aos olhos de muitos.
Compreendo que muitas pessoas não têm mesmo tempo para ler os posts que se escrevem nos blogs de "fio a pavio", mas aí fica mesmo difícil deixar um comentário que acrescente algo e alimente a discussão e a reflexão do tema.

Fatyly,
Também não gosto da expressão "idoso" ou "terceira idade". Rachel de Queiroz, nossa escritora (cearense como eu) falecida há pouco tempo aos 92 anos, disse em uma de suas crônicas que detestava essas expressões das pessoas ao se referirem aos mais velhos. Rachel dizia: Como assim, 3a.idade?! E existiria, primeira, segunda, quarta idade? Por que então terceira idade? Quanto a mim, dizia ela, prefiro mesmo ser chamada de velha, pois velha é o que sou.

Também eu iria preferir que me chamassem de velha e não idosa. E vou te confessar aqui,querida Fatyly, adoraria viver pelo menos até os 92 e ter alguém que me chamasse de "minha velha".

Bom domingo Raul, bom domingo Fatyly. Aproveite o jogo de tênis.

Um beijo a ambos.

Fatyly disse...

Odele
Sempre chamei aos meus pais...os meus velhotes e as minhas filhas chamam-me tantas vezes, com tanto carinho.
Idosa e terceira idade...mi discurpe...uma pinóia LOLLLL

De facto há quem nem sequer leia o post completo quanto mais os comentários. Depois tenho pena que em alguns blogues o dono não responda ao que se pergunta, ou até uma palavra de concordância ou discordância. Mas atenção...eu respeito quem assim não pense e faça.

O jogo do ténis foi fantástico mas cansa-me um bocado ouvir os gritos da Maria Sharapova quando bate na bola.

Um resto de um bom domingo:)

Beijocas

Biby disse...

Olá Raul!
Este é sem duvida um ponto importantissimo:O idoso a sexualidade e o VIH.
A SIDA ainda está muito associada á ideia de "Grupos de risco" e á ideia de que é uma doença dos jovens!
Seria também importante salientar as crianças infectadas via transmissão vertical e que algumas delas graças aos novos medicamentos sobreviveram e estão agora a entrar na adolescencia, com todo o significado que a palavra ADOLESCENCIA acarreta!

Desafio-te a escreveres um dia sobre este tema!
Beijinhos
BIBY