Sangue, dádiva de amor



Introdução
Pela primeira vez vamos publicar um texto por sub- títulos. O sangue é um bem essencial à vida e como tal o tema central deste post será relativo ao sangue usado nas transfusões. Neste post vamos tentar dar uma panorâmica acerca do certo e do errado nas transfusões. É apenas um estudo sem qualquer pretensão, que não seja a de dar ao leitor que nos visita uma leitura agradável, que o faça gostar do tema e que desperte o seu interesse sobre o assunto. Esperamos a vossa colaboração e o vosso apoio. Os vossos comentários e as vossas palavras carinhosas dão-nos forças para continuarmos a nossa luta
Raul Rudoisxis

Um bem essencial à vida
As transfusões de sangue, podem fazer a diferença entre viver ou morrer. O sangue usado nas transfusões tem de estar livre de qualquer agente infeccioso. A nossa memória recorda o famoso caso do sangue contaminado com o HIV, utlizado em hemofílicos alguns anos atrás. Sangue importado de um País europeu. Mais longe no tempo, antes dos testes ao HCV (Hepatite C) serem uma realidade, por na altura se desconhecer este vírus, transfusões foram a causa da infecção de milhares de pessoas, muitas das quais ainda hoje desconhecem ser portadores desse vírus.
Em relação ao teste ao HIV, alguns países utilizam testes sofisticados capazes de identificar a presença de uma possível infecção por este vírus 3 ou 4 dias depois de ter havido contacto com o mesmo. Embora estes testes sejam mais caros, vale a pena usarem-se, em serviços como o do sangue. Não sei qual o tipo de testes que se usam em Portugal, mas sei que os critérios de selecção para os dadores de sangue são rigorosos.
Uma das crenças religiosas (Testemunhas de Jeová), no mundo recusa-se a receber transfusões de sangue, creio que o mesmo se aplica a doarem sangue. Muitos morreram pela sua fé. Não vou apreciar a sua recusa baseado nos ensinamentos bíblicos, mas na base científica eles têm razão pois o sangue pode ser prejudicial a quem o recebe se tiver nele agentes patogénicos, transmissores de doenças. Acho mesmo que esta crença ajudou a desenvolver e muito os sucedâneos do sangue de origem sintética.
Contudo e devido às campanhas que falam da necessidade de sangue, para salvar vidas, o sangue sintético ainda não está desenvolvido suficientemente para suprir as necessidades, ou é de alto custo a sua produção.
O sangue humano é necessário segundo a ciência actual, portanto vamos incentivar e acarinhar os candidatos a dadores de sangue.
É necessário termos sangue de qualidade, testado contra possíveis contaminações de qualquer agente infeccioso. É necessário usar a mais alta tecnologia científica, na pesquisa de qualquer anomalia. O sangue é um bem de valor inestimável.
A prática médica de serem feitas transfusões de sangue, é uma terapia não isenta de risco. O binómio Beneficio, Danos deve ser muito bem equacionado, no sentido de se tirarem mais benefícios e minimizar os riscos. O sangue humano continua a ser um ilustre desconhecido com os seus segredos e os seus mistérios. Aliás o que é que encontramos no corpo humano e nos invasores que provocam doenças, que o não seja? A ciência, por muitos avanços que possamos pensar que existem, continua a ser uma criança que está a começar a aprender a ler e vai juntando algumas letras.
Continuamos a ser analfabetos funcionais, naquilo que diz respeito à vida e á sua manutenção.

Doar sangue é um gesto de amor
Se a ciência, e a comunidade médica, necessita de sangue para salvar vidas, num gesto de amor vamos doar sangue. Sabemos que isso não nos vai prejudicar, pois parece estar provado não haver malefícios para o dador.
Pessoas saudáveis, que estejam na idade entre…. e os sessenta anos, que tenham uma vida sexual monogâmica ,tipo os seguidores fieis da igreja católica, que apenas fazem sexo com fins reprodutivos (raríssimas vezes a avaliar pelo numero de filhos dos casais) e outros que só fazem sexo protegido, são potenciais candidatos a dadores.
Há falta de sangue e cada gota pode salvar uma vida. Há falta de dadores consequentemente, porque nem todas as pessoas estão sensibilizadas, no amor ao próximo e á necessidade de o ajudar.
Um dador de sangue, é acima de tudo um cidadão distinto, com valores morais e de amor ao próximo os quais são tão raros na sociedade em vivemos actualmente, a qual está vocacionada na sua maioria para o dogma do nosso século, que é o lucro e o dinheiro, esquecendo valores muito mais importantes como o é a vida na sua essência.
Eu nunca fui dador de sangue. Há muito anos estive em espera para dar sangue a um ferido com graves hemorragias, o que acabou por não ser preciso, pois ele estava mais furado por balas, que era quase preciso haver sangue canalizado, tipo torneira de água para ele se safar. Durante a minha vida nunca fui alertado para esta necessidade de dar sangue, mas gostava de o ter sido. Talvez se isso tivesse acontecido e eu tivesse sido aceite como dador, o peso da responsabilidade de dar algo de mim mesmo para salvar outra pessoa, me tivessem levado a ter uma vida mais regrada no passado.
Hoje mesmo que quisesse dar sangue, não o poderia fazer pois estou infectado com o HIV, para além disso mesmo que o não estivesse estou a entrar na idade limite para dadores.
Posso é encorajar os meus filhos, sobrinhos e malta jovem saudável com quem convivo a fazê-lo.
Será que posso? Será??
Bem hajam todos os dadores de sangue. A vossa dádiva é um gesto de amor para com o próximo.

Estarei sonhando, é um pesadelo ou será verdade?
Enviaram-me o texto que a seguir transcrevo, via e-mail, e o mesmo está publicado no Aidsportugal na rubrica especialistas on line.

“Tenho 19 anos e moro com um familiar seropositivo. Conheço as precauções e as formas de transmissão possíveis do vírus. Há um ano, quis dar sangue e aproveitei uma campanha do IPS na minha universidade para me inscrever como dador. Na consulta com a médica fui honesto a responder a todas as perguntas. Perguntou-me se tinha tido contacto com seropositivos e eu respondi que sim, com alguém do meu agregado familiar. Perguntou-me, para meu espanto, se utilizávamos "tudo separado". Mediu-me a tensão e disse que era demasiado alta para ser dador. Percebi, pela expressão da médica que estava excluído, à partida, da possibilidade de doar sangue. Perguntei se era só isso e justificou-se com o facto de não poderem, no IPS, correr riscos. Disse-lhe que sabia como se transmitia o VIH e que não tinha tido comportamentos de risco. Disse-me "nem nós estamos autorizados a dar sangue". Na altura, procurei tudo e não vi que partilhar uma casa com um seropositivo fosse factor de exclusão de um dador. Senti-me discriminado e assustado, pois os médicos que acompanham o meu familiar nunca me disseram que corria os tais "riscos", por isso nunca fiz o teste, e sobretudo porque, no meu caso, achei que o IPS tinha a obrigação de fazer uma colheita e as devidas análises - ou escolherá dadores apenas com base no questionário? A atitude da médica foi lícita? O que posso fazer para reivindicar o meu direito a ser dador, se o tiver?”

A resposta a esta participação, foi excelente e pode ser lida no site acima referido. Esta pessoa é aconselhada a denunciar este caso ao coordenador nacional para infecção pelo HIV, Prof. Henrique Barros. Espero bem que o faça, pois o assunto (a ser verdade e caso seja denunciado) é uma grosseira manifestação de discriminação contra todos os infectados, por parte do IPS, instituição governamental para o sangue, que obrigatoriamente terá pessoas ligadas à ciência e que têm obrigação de saber como o HIV se transmite.
Eu admitiria e compreenderia que num casal sero discordante, mesmo que praticasse sempre sexo protegido, ao elemento do casal não infectado fosse negado o direito de ser dador, pois poderia haver um acidente com um preservativo defeituoso ou coisa parecida.
Agora no convívio com um familiar seropositivo que generosamente dá abrigo a um estudante universitário que possivelmente estará longe da sua residência habitual, onde é que está o perigo???
Será que o sangue não é testado todas as vezes, depois de alguém ser dador oficial?
Será que um filho meu, um sobrinho ou um amigo com quem eu conviva não poderá dar sangue só porque eu sou seropositivo?
É chocante e espero que seja uma brincadeira de mau gosto de alguém que nunca vai denunciar este caso. Gostava que os nossos leitores se pronunciassem sobre o que pensam.

38 comentários:

Branca disse...

Achei este post muito interessante. Podemos vir aqui aprender muito consigo e também irmos sentindo como afinal a discriminação continua latente e até palpável, às vezes em profissionais de saúde que teriam a obrigção de ser mais esclarecidos. Neste caso a atitude é aberrante. À partida dizem-nos que o sangue dos dadores é todo bem analisado antes de ser utilizado,garantem-nos que ao dar sangue até será uma forma de termos a certeza que estamos saudáveis, então se esse rapaz de 19 anos estava disposto a fazê-lo, porque razão sem nexo o sangue dele não foi analisado? E quem garante a essa técnica que o sangue de outro indivíduo que ela suponha saudável não esteja contaminado?
São atitudes que continuam a resultar do preconceito e de uma ignorância que já não se justifica.
Um abraço meu amigo e continue a denunciar.
Tudo de bom para si e faça os dias felizes.
O mundo é lindo, se partilhado.
Voltarei.

Zé Povinho disse...

Não sou um dador habitual, mas já dei sangue algumas vezes para pessoas que conhecia, embora algumas vezes o sangue tivesse ido para outras pessoas pois o tipo de sangue não era compatível com o que era necessário para os que eu me tinha proposto ajudar, mas já que tinha essa intenção aproveitei para o fazer mesmo assim.
Quanto ao caso descrito não sei o que diga, de tão caricata situação. Até custa a acreditar em tanto preconceito quando se sabe que o sangue vai ainda ser testado.
Abraço do Zé

Laurentina disse...

Pois é eu não posso ser doadora, costumo ser é consumidora ...que gaita!!!.
Vim do Sol e gostei da entrevista aparece mais vezes e junta-te ao grupinho.

Bem hajas
beijão grande

SILÊNCIO CULPADO disse...

Sinceramente que ainda consigo ficar surpreendida com certas situações.
Esta da recusa do dador é absolutamente inacreditável até porque o sangue terá sempre que ser analisado.
Um abraço

Anónimo disse...

Boa Noite,

Sou seropositivo e venho apenas manifestar a minha indignação perante um facto que me aconteceu hoje.
Sendo eu seropositivo e tendo uma duvida com uma questão jurídica em, relação a estar empregado com o hiv resolvi ligar para o numero SOS sida (numero verde) para tentar ficar esclarecido ou pelo menos com algumas “luzes”sobre a dita questão.
Devo dizer que foi a primeira vez que liguei para um numero de apoio sida.
A senhora que me atendeu teve uma atitude normal e falamos um pouco mas na verdade não me soube responder muito concretamente a questão que eu tinha, aconselhando-me a ligar para o numero da Liga Portuguesa contra a sida dizendo-me no entanto que achava que so abriam a linha a partir das 17:30 até as 21:30h
Ainda eram 16h mas como a senhora que me informou não estava totalmente certa dos horários de funcionamento resolvi ligar para o tal numero: 21 347 69 11
Apos 2 toques atendeu-me um gravador de voz dizendo que a linha estava em funcionamento das 17:30 as 21:30h de segunda a domingo.
Quando eram 17:40 liguei para o referido numero e estava interrompido com o sinal que todos tão bem conhecemos (pi..pi…pi..)
Tentei passados 10min e continuava o mesmo sinal, passados mais 10 o mesmo e passado 1hora idem, passado 2 horas idem… Tentei até as 19:45… e sempre interrompido.
Coloca-se a questão pertinente… Será que a dita linha tem assim tanta afluência?
É certo que não tentei mais nenhum dia porque na verdade a questão que eu tinha a colocar era para me esclarecer uma duvida jurídica de trabalho e amanha quando a linha abrir ás 17:30h eu já terei passado pelo problema. Uma coisa deixo bem clara! Amanha vou tentar de novo e ver qual o sinal que encontro do outro lado.
Peço desculpa por invadir o blog com esta questão mas o sentimento que tive de frustração foi tão grande que tive que o expor a alguém.
Hoje são 2 da manha e amanha enfrentarei esse problema do qual procurei ajuda numa linha e obtive um sinal (pi…pi…pi… interrompido)
Termino dizendo que quero acreditar em duas hipotéticas hipóteses: Ou eu sou muito azarado e ligava sempre em alturas que estava alguém a falar com o técnico, ou alguém tropeçou no fio do telefone ao entrar nas instalações e ninguém deu conta.
De qualquer das formas resta-me a esperança e acreditar com pensamento super positivo de que a pessoa que esteve a ser atendida pelo técnico durante as 2 horas que tentei ligar tenha sido bem atendida e tenha tido um aconselhamento proveitoso e positivo.
Comigo assim não foi e deixo aqui o meu desagrado.
Termino garantindo que irei tentar mais vezes a dita linha porque sou um inconformado.
Boa noite

Isabel Filipe disse...

Sem dúvida que dar sangue é um gesto de amor.

Nunca fui dadora, embora já tenha dado especificamente para pessoas que precisaram....

em relação à situação que aqui descreves é inacreditável e deveria ser denunciada ... a todos os níveis ... já pensaste em contactar a Julia Pinheiro da TVI, no programa Tardes da Júlia? Ela costuma dar voz às injustiças e aberrações que por aí se vão vendo...

beijinhos

Fatyly disse...

Como sempre gostei muito deste esplanar de ideias e perguntas sem respostas.

Como já referi num comentário anterior sou dadora de sangue há trinta e tal anos. De seis em seis meses, quando não há urgências, somos chamados e lá vou eu. Sempre houve uma triagem antes de dar e por exemplo agora não fui porque apanhei a gripe que prolifera por Portugal. Mas já cumpri com uma missão e ao longo da vida tenho incentivado muitos a fazerem um gesto que para mim será sempre de amor.
Há oito anos quase nove que ando na internet, lendo, partilhando e aprendendo e sempre que me deparo com pedidos urgentes de sangue, como questões como esta última exposição ocorrida no IPS-Instituto Português de Sangue, peço justificações, já que como dadora exijo clarificações sobre a matéria.
Julgo que o caso relatado foi uma lacuna imperdoável do médico que fez a triagem, porque e segundo o que tenho sabido ao longo dos tempos, ninguém é excluído quando se apresenta para dar sangue. Ou seja, eu e milhares como eu, perante um questionário se tiver ocorrido alguma das 20 ou 30 situações, não damos e daremos na próxima. Quem se apresenta pela primeira vez e sujeito a perguntas, não é excluído porque inclusivé será sempre um dos vários modos de começar uma ajuda médica. Volto a repetir que em tudo há "broncos, hipócritas e falhas bem graves" mas o mal é as pessoas não falarem/denunciarem em sede própria.

A ciência está sempre em evolução feita de pequeninos passos do tamanho de um grão de areia, mas o empenhamento de tantos cientistas têm sido uma mais valia para colmatar tanta coisa que aparece, porque a natureza é implacável e por si só encarrega-se de criar algo para controlo da humanidade.

Quanto aos testemunhas de Jeová, respeito todas as religiões, há muito que me afastei da Igreja católica por não conceber ideias retrógadas e fanatismos absurdos. Creio no que creio e tenho a minha fé. Não preciso de ir às igrejas falar/desabafar/barafustar com a "entidade" que acredito.
Mas...quando pomos no mundo um ser devemos respeitar a sua vontade como individuo e nunca negar o que eventualmente poder-lhe-ia salvar a vida. Quando vivi no Brasil (há 30 anos), estava numa urgência com a minha filha mais velha na altura com um ano e vi morrer uma criança de 8 anos, que, segundo apurei, tinha sofrido um acidente e precisava de uma transfusão. O pai dizia sim, a mãe dizia não e venceu o não...e assim ficou. Coisas tristes que já não ocorrem nos dias de hoje, por existirem as tais variantes do sangue.

Desculpa a extensão, mas acredito que em breve teremos a descoberta de uma vacina para a sida e hepatite C.

Todos juntos olhemos com esperança num futuro melhor e menos descriminatório porque ninguém escolhe uma doença, embora continue a haver muito pouca informação/prevenção e sobretudo um fechar de olhos numa de deixa andar porque só acontece aos outros.

Beijos sinceros e um resto de um bom dia.

René disse...

Sempre dei sangue quando podia. Li a entrevista no Silêncio e fiquei impressionado com a força anímica do Raul.
O Sidadania é um espaço de informação que deveria ser de passagem e paragem obrigatória.
Todos somos dadores e receptoras e a amizade é universal.
ABRAÇO

Odele Souza disse...

Ru2x,

Que situação mais absurda a que aqui você relata. É mais uma exemplo de que ainda há muito o que se aprender sobre a SIDA/AIDS e suas formas de contaminação, assim como ainda há muito o que se aprender sobre o respeito aos direitos humanos. Denunciar essas situações é prestar um serviço de utilidade pública. Rebelar-se contra o que é aviltante para ser humano é um direito e um dever nosso. É preciso reagir contra o que nos é desrespeitoso. Você, através do aqui escreve vem dando esse exemplo.

Muito importantes também são os esclarecimentos sobre doação de sangue.

Um beijo com meu carinho.

SEMPRE disse...

Excelente entrevista que demonstra que a vida vale sempre a pena mesmo quando insite em atraiçoar-nos. Ao aprendermos com a traição viveremos com mais sabedoria.
De enfatizar na esplêndida entrevista a força interior do Raul e a incertaza relativa aos apoios do Estado e ao acolhimento no seio da família humana uma vez descoberta a natureza duma doença que ainda arrasta consigo muitos tabus.

Laurentina disse...

tenho o relato no meu marginal

beijão muito grande para ti

Silvia Madureira disse...

Raul:

Coloquei no meu blog um alerta para este blog que é de extrema utilidade para muita gente que ignora o assunto.

beijo

Olá!! disse...

E por estas e por outras mereces o que deixei para ti no meu cantinho.
Parabéns... por tudo
Beijinhos

Eternamente disse...

A situação de recusa de doador de sangue é, para além de vergonhosa, absolutamente inacreditável.
Todas estas situações relacionadas com os portadores de HIV deviam ter outro enquadramento nas preocupações dum estado social mas que não têm.
Fiquei com um nó na garganta ao ler a entrevista publicada no Silêncio, prova de coragem e de um espírito superior que o Raúl demonstra ter.
Que esta onda de solidariedade signifique um combate cerrado aos preconceitos fruto do obscurantismo que a nossa educação ainda não se mostrou à altura de resolver.

Silvia Madureira disse...

É uma autêntica parvalheira.

Desta forma se prova que não existe informação acerca da doença...

Se não existe informação em núcleos centrais como é que o comum cidadão poderá agir correctamente com um seropositivo?

Tem que existir mais informação, tem que se lutar por um país mais evoluído em termos de mentalidades...

Penso que nunca é demais lutar e todos os gestos no sentido de uma divulgação das principais causas da doença, modos de ultrapassar as dificuldades inerentes a elas...

NUNCA É DEMAIS E É DE LOUVAR A TUA ATITUDE!

beijo

Teu mais que tudo disse...

Amigos
É uma história absurda esta do dador de sangue.
Na verdade, os preconceitos e as faltas de apoio revelam quanto estamos atrasados e mal informados e como as pessoas lidam mal com o HIV por causa da sua ignorância.
Gastam-se verbas astronómicas a promover o governo e os partidos políticos e para informar sobre a saúde não há dinheiro.
Este tema também deveria ser abordado nas escolas em aulas de educação sexual.
Abraços a todos

Silvia Madureira disse...

Raul:

De passagem pelo blog

http://dooutromundo.blogspot.com/

encontrei um post sobre sida...

penso que só tu poderias esclarecer devidamente o Miguel Ângelo (proprietário do mesmo).

beijo

carlos filipe disse...

A IGNORÂNCIA, sim a INGNORÂNCIA é o maior amigo do preconceito e o maior inimigo do calor humano.
Este testemunho vivo e o espaço SIDADANIA, que já visitei, são lições de vida extraordinárias. Assim os corações e as mentes estejam abertas para as receber.
Abraço

M.MENDES disse...

Realmente quando nos serviços de saúde têm esses preconceitos como podemos esperar que o cidadão comum esteja esclarecido?
Sobre a entrevista considero queoOnze anos de percurso com HIV é obra.
A forma como o amigo Raul amadureceu, moldou e tornou o seu carácter um exemplo de vida é algo de muito precioso e quase transcendental.
Apreciei a sua postura digna e senti-me revoltado com um país que não investe nos apoios fundamentais à vida e à educação dum povo.

Coragem disse...

Um grande exemplo a seguir o Raul.

Esta causa comove-me completamente.
Também eu como irmã, senti por vezes a descriminação tão perto e real.Co-habitei durante os ultimos anos da vida do meu irmão, sem qualquer receio ou medos de especie alguma, mesmo com o nascimento do meu filho, os afectos eram trocados, sem separar fosse aquilo que fosse.
Tantas vezes me perguntava ele, se eu não tinha receio...Claro que não, sempre me mantive informada (era necessário)por mim e por ele também.
Lamento que ele não tivesse metade da coragem do Raul, nem a alegria de viver...Desistiu, sei que assim foi.
Um bem haja para si, e que a sua voz se faça ouvir.
Deixo-lhe um beijo com muito carinho.


Para Silencio culpado, agradeço que coloque como aderente o meu blog: Riscos de vida, o outro é mais pessoal e portanto pouco lido.



Obrigado a todos por me deixarem participar

7 disse...

Caro amigo, li o teu depoimento no "Silêncio", da Lídia, sócia do meu espaço e desconhecia o teu blogue. Primeiro, um aplauso à tua coragem...eu não sabia como lidar (penso eu!). Segundo, muitos comentam coisas bonitas, mas na realidade se soubessem quem era o Raul, atravessam a rua...Por isso, a tua dedicação à causa, (pois dela fazes parte) merece um louvor e todo o respeito e assim quero-te desejar as minhas maiores felicidades. Se quiseres deixar algum comentário, deixa no meu espaço. Eu coloquei a imagem devida no meu espaço, em defesa de uma causa, que pode acontecer a todo o cidadão. Abraços Pecadores. P.S - Tenho tido pouco tempo disponível para nadar a blogar, mas vou fazer um esforço para passar aqui mais vezes.

Anónimo disse...

Foda-se!Vou já expulsar a minha filha de casa!

Anónimo disse...

Ruru desculpa-me o post anterior mas não consigo deixar de evitar ser cínica e gozona no que diz respeito ao preconceito/medo/egoísmo relacionado com o HIV. É a minha forma de lutar contra ele e tenho conseguido vence-lo porque até ao momento não tenho permitido que ele afecte a minha vida, ou da minha filha. Já senti preconceito ostensivo ou camuflado na minha família (uma família de juristas e médicos) e aqui e alem e sempre que sou alvo do preconceito sorrio e desconcerto o preconceituoso porque seja qual for a maior imbecilidade que me está a dizer, concordo sempre com ele.
Um dia liguei para uma linha telefónica pediátrica e quando, perante as perguntas que me estavam a ser feitas, respondi estupida e sinceramente, que a minha filha era seropositiva, disseram-me que a única coisa que eu podia fazer era ligar para o médico infecciologista dela e descartaram-se, de todo, da situação. Agradeci, desliguei o telefone, insultei-me, obviamente que não fui incomodar o médico da miuda porque o problema de saúde(que agora já nem recordo do que era) nada tinha a ver com o HIV, não era preciso ser-se médica para o perceber e tratei do assunto com as minhas mezinhas caseiras.
Não escondo a ninguém o problema de saúde da minha filha mas também nao tenho obrigação de o comunicar. O problema com que tenho me defrontado é escolher o timing exacto para o fazer, quando se trata de pessoas que, com o tempo e tornam minhas amigas.
Ao preconceito, que é inegável que existe, esmago-o enquanto puder e não lhe dou a importância que não merece. Se alguma vez na vida a minha filha perceber ou ficar perturbada com alguma manifestação preconceituosa, aí declaro guerra. E quando eu entro numa guerra, garanto que nunca é para perder, ainda menos no que diz respeito à minha filha.
Temos vencido, as duas, a guerra contra o bichinho, com toda a certeza que venceremos as guerras contra desprezíveis seres humanos.
E já escrevi demais.
Beijos

Laurentina disse...

Raul,
Venho pedir-te desculpa por não ter colocado no meu blog o simbolo que tens ai na barra lateral.
Não foi por mais nada a não ser que não gosto dele não o acho suficientemente apelativo.
Como sabia que estava a ser feito outro a teu pedido esperei.
E ainda bem que esperei porque fizerste uma escolha 5 estrelas, já lá esta no meu sidebar.
Também gostei de um outro que tu gostaste mas não foi o escolhido.
Meu amigo eu não sou de preconceitos ja deves ter reparado , mas esse logo que tens ai com as mãozinhas ...não sei porquê faz-me relacionar com freiras e igreja e mais o grande raio que os parta .
DESCULPA-ME MAIS UMA VEZ.
Conta comigo , tenho-te no coração sempre.

Tive um grande amigo que me faleceu jovem, muito jovem no dia dos meus anos, vivi e acompanhei.o sempre de perto, já lá vão 15 anos e recordo-o sempre cheio de coragem e força animando os que o rodeavamos.
A ti sinto-te igual a ele...por isso cada vez que ca venho sinto um nó na garganta e nunca consigo ler de uma vez só o que escreves ...tenho que vir vezes sem conta aos bocados.

Ainda dizem que os profs teem que ser avaliados ...e essa gaja que nem medica deveria ser?
Eu sinto tanta raiva, mas tanta raiva que acho que lhe tinha partido os dentes.
Por menos (uma perna partida) uma altura no hospital de viana do castelo virei uma secretaria por cima do medico que me estava a tentar enrrolar e se não viessem acudir acho que mesmo com a aperna partida lhe tinha ido ao fucinho.

País de merda de gente sem vergonha na cara, egoista e invejosa.
Ai de quem me diga que os portugueses são gente boa...

Fica bem amigão

beijão grande

Maísa disse...

Depois de ler tudo isto, só posso dizer : - bem haja pela sua força, determinação , coragem e gosto pela vida.
Como ninguém está imune e como a sida não acontece só aos outros, também eu sou solidária.
Beijinho.

Anónimo disse...

Excelente espaço de informação e combate ao obscurantismo que por aí persiste a propósito do HIV/SIDA.
Estendo-vos um abraço sentido, apertado embora virtual, a Vós, todos, sem excepção, meus irmãos em sangue!

Gostaria de transmitir ainda que no NOTAS SOLTAS, IDEIAS TONTAS colocámos um link para este blogue e iremos agora associá-lo ao símbolo gráfico. No que precisarem, digam.

aDesenhar disse...

vou sentar-me nesta
sala de aula da Sidadania
e aprender mais um pouco.

abraço ru2x

Silvia Madureira disse...

Sabes Raul...é nestas e noutras situações que eu sinto VERGONHA de dizer que sou Portuguesa...

um grande abraço

Silvia Madureira disse...

Coloquei o simbolo do sidadania no meu blog...está muito giro o simbolo...beijinhos

Aquele coração vai aquecer o coração de muita gente...eu acredito.

Silvia Madureira disse...

Obrigada eu...por te dares a conhecer.

beijo

7 disse...

Raul, recebi este link, que tem imagens espectaculares e ao mesmo tempo perturbantes, bem feito e com um bom propósito. Envio-te, pois pode ajudar na causa que sustentas: http://www.lepoison.com/sidaction/
Qualquer coisa que queiras dizer envia para 7pecadosmortais@gmail.com
Abraços

meu cantinho disse...

olá,boa noite vim visitar atraves de um blog amigo.Gostei de ler o que posta aqui é muito importante as pessoas saberem, mas é preciso um pouco de coragem pois esta sociedade ainda não esta preparada para lidar com certas situações,e pensam que só acontece aos outros.
Eu sou dadora de sangue,faço com muito orgulho cada vez mais.
Penso que ao doar sangue ele é analizado,mesmo nos somos antes de tirar sangue,vão dois frasquinhos para analizar.continue e vou colocar o simblo no meu blog
fique bem
noite serena
E SABE VOU CONTINUAR A LER

ARTUR MATEUS disse...

Estarei sempre convosco quer no logotipo, que coloquei no meu blogue, quer na minha solidariedade como ser humano.
São muitas as pessoas, em todo o mundo, portadoras de HIV e muitas mais as que são candidatas a sê-lo por desconhecerem os perigos reais pese embora o papão que criam sobre a doença.
Acredito que o avanço da ciência nesta área trará a cura no curto prazo. Vamos acreditar.
Abraço forte

aDesenhar disse...

ru2x

Fiz umas alterações ao logo nº5
e não resisti em colocá-lo no ar
para realizar alguns testes.
:-)
abraço

ARTUR MATEUS disse...

Venho deixar-lhes o meu abraço e expressar o meu apreço pelo trabalho que estão a desenvolver.

milhafre disse...

força raul

obrigado por nos manteres atentos e dispertos para esta causa... por dares a tantas pessoas o exemplo que precisam para não desistirem dos seus sonhos quando se deparam com situações adversas como a sida ou tantas outras,isso é algo cada vez mais importante numa sociedade como a nossa marcada pelo desanimo e pela falta de esperança...
obrigado também por te fazeres ouvir, pelos esclarecimentos que dás e por ajudares assim a preencher as lacunas de informação que ainda existem...
obrigado a cima de tudo por lutares e não te renderes, por cada pedaço de letras com que escreves a tua vida, cada sopro que partilhas com os que te leem...


talvez assim a com teu contributo, com acções como a da silvia ... se vença finalmente a falta de esclarecimento e os fantasmas que ela provoca .


abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul
Solicito contacto.

Anónimo disse...

Eu tenho vivido com esta doença mortal por mais de um ano, o meu marido, descobri que estávamos ambos HIV +. Tínhamos tentar de todas as maneiras de viver nossas vidas, apesar desta coisa em nosso corpo não até que me deparei com este poderoso herbalista que interpretou que ele tinha a cure.At primeiro, ficamos mais cético, mas meu marido insistiu em dar-lhe uma tentativa e pedimos para algumas de suas ervas e em poucas semanas depois de seguir o devido processo desta fitoterapeuta, fomos para um teste de como ele nos disse também fomos surpreendidos com a felicidade quando recebi o resultado na clínica. A taxa de vírus em nosso corpo caiu e em mais algumas semanas Estávamos totalmente cured.We também perguntou por que ele não veio para o mundo que ele tinha a cura e ele disse que fez em 2011, mas foi rejeitada pela equipe de pesquisa internacional. A coisa mais importante é para você ser curado Se você quer saber sobre o fitoterapeuta chamá-lo em +234 706 542 4920 ou e-mail: herbalcure4u@gmail.com. Deus te abençoe.