Natal e Lobos com pele de cordeiro

As caixas de correio electrónicas cheias, com cartões de votos de boas festas. Pelo correio convencional também ainda bastantes cartões de amigos (que não aderiram ao correio electrónico), empresas, partidos políticos e da autarquia.
Eu não gosto do Natal, (como já referi o ano passado num texto por esta altura) pela hipocrisia, apelo ao consumismo desnecessário entre outras coisas. Os lobos vestem a pele de cordeiros e toda a gente está em palco, como actores numa encenação de paz, fraternidade, amor e igualdade entre os homens. A peça repete-se todos os anos e está tão bem ensaiada, que por vezes somos levados a pensar que estamos a viver num mundo diferente que seria o ideal para todos nós.
À semelhança da história da Cinderela, depois de baterem as doze badaladas a magia deixa de ter efeito e tudo volta a ser como dantes.
Os jantares oferecidos pelos ilustres, aos desprotegidos sucedem-se e vão-se buscar crianças a instituições para terem uma família durante um dia. Se a televisão estiver presente com outros meios de comunicação social, tanto melhor pois todos ficam a saber da sua bondade e preocupação com a pobreza.
Se o Natal representa o nascimento de um ser, que ensinou todos estes sentimentos de fraternidade, amor ao próximo e paz na terra, porque será que nesta altura todos encarnam estes ensinamentos e a seguir o matam (figurativo) como fizeram há mais de dois mil anos?
Para aqueles que durante todo o ano se esforçaram para dar refeições aos que passam fome, que confortaram e ajudaram aqueles que estavam em sofrimento e dor, que espalharam o amor pelos que mais necessitavam dele, os meus votos de umas boas férias (já que nesta época todos querem ajudar) e um bom recarregar de energias para continuarem o vosso trabalho que tanta falta faz à humanidade, durante o novo ano.
Para os outros que actualmente estão em palco, que tenham tempo para reflectir e transformar-se em reais protagonistas na ajuda ao próximo, podendo contribuir para que se acabem as encenações desta época e que Natal seja todos os dias.
Um abraço de um Sidoso, que não gosta do natal da maneira como o vivemos e nos é apresentado ano após ano.

7 comentários:

Nela disse...

Bom Natal Ru2x, em paz e bem-estar.

Anónimo disse...

Um novo ano se inicia e é o momento de reavaliar o tempo vivido. Desfrutar o momento presente e presentear nossa alma com sonhos e planos para o futuro, que a luz divina conduza e ilumine seus passos. Que esta celebração tenha a presença daqueles a quem você quer bem, e quero convidar a ler um texto que postei hoje, pois só foi possível com sua ajuda, pois com nossos comentários, funcionamos como molas propulsoras. Como vou ficar fora esses dias aproveito para desejar Feliz Natal, e faça com que, a cada dia, a gota do orvalho natalino pouse no seio do rio da sua vida criando as divinas ondas da esperança, do amor e de alegria. Tenha um Natal repleto de muita paz, saúde e luz, e que em 2008 possamos realizar todos nossos sonhos. Abraços fraternos do amigo.

Odele Souza disse...

Ru2x,
Somente para esclarecer:
Eu tinha relacionado seu blog na segunda lista dos que partitiparam da Blogagem Coletiva de Flavia, mas acabei de ver que fiz isto em duplicata já que o Sidadania está lá no meio de todos aqueles links da primeira lista. É que de tantos que são os nomes às vezes "minha vista embaralha" - rsrs.
Portanto, confirmando: Sidadania já estava linkado na primeira lista.

Um abraço.

Isabel Filipe disse...

Concordo contigo ...

tens toda a razão ...

beijinhos

Odele Souza disse...

Passei apenas para deixar um abraço.

Zé "Prisas" Amaral disse...

A malta daqui também não vê com bons olhos tanta parvoíce e consumismo. Tanta hipocrisia por metro quadrado.
Mas nós, para além de suspeitos, já fomos condenados (piada seca).

De qualquer forma, vamos acompanhando o teu raciocínio nas matérias que interessam a alguns gajos que aqui estão. Por motivos óbvios, tu sabes.

Um bom Ano 2008!

ps - o Zé "Prisas" deixou-te um abraço. Nós deixamos outro. Sem medo de contágios, porque em amizade só se pega a entreajuda que possamos dar uns aos outros.

Bruno Miguel Martins

Anónimo disse...

Afinal não é só no Natal, mas esta data já me enerva e cansa demais!


Abraço solidário