A Esperança da cura da SIDA

A infecção pelo HIV e o modo como este se comporta no organismo, não obstante todos os desenvolvimentos obtidos nos últimos anos, continua a ter os seus mistérios e embora possamos pensar que já sabemos muito sobre o vírus o certo é que com o passar dos anos chegamos à conclusão que muito do conhecimento actual está errado.
Uma equipa de investigadores nos Estados Unidos, pensa que se a terapia anti-retroviral começar pouco tempo depois da seroconversão, é possível erradicar completamente o vírus do organismo num período de cerca de oito anos.
Esta noticia interessou-me pois não me parece ser mais uma sem fundamentos tanto mais que foi publicada no Jornal de doenças infecciosas (Journal of Infectious Diseases) o que dá à mesma credibilidade.
Os investigadores descobriram que os reservatórios de células CD4 latentes e infectadas com o vírus diminui cerca de 50% em cada cinco meses de terapia anti-retroviral e calculam que essa reserva de células infectadas poderá ser erradicada num período de 7,7 anos.
Os autores deste estudo acreditam que a sua descoberta, poderá ter impacto clínico especialmente no que diz respeito à escolha de futuras novas terapias com vista à erradicação do HIV, na qual se poderiam incluir novas clases de medicamentos como os inibidores de integrase.
Dependendo do tempo de infecção à data do inicio da terapia será que os reservatórios de células infectadas aumenta indefinidamente ou que novos reservatórios são criados? Os reservatórios também têm um tempo de vida e a confirmar-se esta descoberta é possível que dentro de pouco tempo comecem a aparecer as primeiras curas.
Ficção ou não, na minha qualidade de sobrevivente de longa data, adicto à terapia que mantém a minha carga víral indetectável há dez anos, permitam-me que vá sonhando que um dia destes me digam que estou curado.
E como o sonho comanda a vida deixem-me sonhar, e podem-me chamar tolo que eu não me importo. É pelo menos um sonho que pode ajudar a sentir vontade de continuar a viver, sem no entanto tirar as cicatrizes daqueles que conheci e que partiram antes de mim.

3 comentários:

Nela disse...

:o)

Welcome back!

R.Almeida disse...

:)

eduardo disse...

Tomei a liberdade de o mencionar para um Prémio virtual. Apenas no seguimento de uma cadeia de solidariedade, talvez.
De qualquer forma, merecido.
Não só pela coragem e desenvolvimento que demonstra ao escrever abertamente sobre a infecção, mas também porque admiro pessoas assim.

Um abraço. Mesmo.