Colóquio sobre droga nas prisões ignorado por responsáveis prisionais

"Já há informação suficiente para agir. " A frase é de Henrique Barros, coordenador nacional da luta contra o HIV-Sida, mas foi repetida pela maioria dos especialistas internacionais no combate às doenças infecto-contagiosas em meio prisional que estiveram presentes no primeiro dia de um colóquio em Lisboa sobre "drogas e saúde nas prisões". Um colóquio em que os responsáveis pelas prisões portuguesas primaram pela ausência, enquanto seus homólogos da Espanha e Suíça apresentaram as respectivas experiências de troca de seringas e tratamentos de substituição.

Membro do grupo de trabalho interministerial que deverá apresentar em Junho um Plano de Acção para Combate à Propagação das Doenças Infecciosas em Meio Prisional, Henrique Barros lembrou que "tem havido na última década muitas comissões que fazem estudos e propõem muita coisa e não se vai além disso", acrescentando: "Espero que desta vez isso não suceda".

Defensor, como João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (e também membro do referido grupo de trabalho), da criação de projectos-piloto de troca de seringas no meio prisional português, Barros considera que a medida é necessária mas já não tão fundamental como há 10 ou 15 anos, "quando, por se estar no auge do consumo de heroína injectável, podia ter feito uma grande diferença. Infelizmente, vem tarde...".

Prometida na fase final do governo de António Guterres como parte da estratégia de redução de danos, a troca de seringas nas prisões tem sido objecto de um braço de ferro entre os responsáveis da saúde e da justiça. A não participação da Direcção Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) no colóquio organizado no Instituto de Higiene e Medicina Tropical pela SOMA (associação portuguesa anti-proibicionista) parece ser mais um episódio.

A justificação oficial é de que essa participação poderia ser entendida como "pressão ou ingerência no funcionamento" do grupo de trabalho inter-ministerial. Do qual a presidente é a directora dos Serviços da Saúde da DGSP, Graça Poças, que, apesar de estar mencionada no programa do colóquio como integrante de uma das mesas, garante nunca ter dado o seu assentimento para tal. "Nunca confirmei a minha presença e considero isso um abuso de confiança." Quanto à essência da questão - a aplicação ou não de novas medidas de redução de danos do consumo de drogas nas prisões -, a responsável admite que o grupo de trabalho "vai sugerir troca de seringas em alguns estabelecimentos".
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5 comentários:

Anónimo disse...

Copia e resume bem...mas com um ano
de atraso...isto de se fazer passar por lebre...
O que é grave são as informações infundadas e inverdadeiras que aqui publica, é muito grave mesmo, se não tem material ou informação, é preferivel não dizer nada, do que andar a brincar com coisas sérias, apenas para se sentir importante, ou pensar que é achado de importante. Tenha vergonha!

Anónimo disse...

Anónimo, criticar é fácil. Apresentar soluções é que é do caralho(o vernáculo é intencional. Agrada-me o seu uso em determinadas situações, sobretudo com pessoas que se escondem sob o anonimato para recorrer ao insulto fácil.)
Em primeiro lugar, existe alguma norma jurídica, ética ou tecnológica que impeça que se comente frases ditas ou artigos publicados há mais de um ano?Desconhecia de todo. Era preciso teres vindo cá tu para nos iluminares. Qual é o limite,então? Uma semana, um mês atrás?
As informações são infundadas e falsas? Prova-o e mostra-nos onde está a verdade. É táo fácil rebater, não é?
Num aspecto estamos de acordo. Também acho que o Ruru deveria ter vergonha. Não pelos motivos que insinuas mas por se ter incomodado pelo comentário de alguém que só pode ser um imbecil(e peço desculpa se estiver equivocada e se o comentário se dever, apenas e tão só, a um momento infeliz).
De todo o modo, parece-me sensato que o nosso Blogger tivesse decidido passar a controlar os comentários. Basta o tema do blog para suscitar controvérsias e gerar antipatias, o que irá provocar outros comentários desagradáveis que, em meu entender, devem ser poupados aos leitores do blog.
A sida mexe (cada vez mais)com a sociedade (e ainda bem.alguém tem que a tirar do torpor em que se encontra) e faz mover muito dinheiro. Ora, quando as pessoas sentem que os seus bolsos vão ser remexidos, insurgem-se. Continuação de boa colecta, anónimo.
Para ti, Ruru, veijvs. O blog continua em forma, tal como tu, espero :)

Pedro disse...

Apoiado....ou como se diz por estas bandas"Here,Here".

Anónimo disse...

Kais bandas?

Inezoca disse...

O Pedro vive em Inglaterra e trabalha em saúde. Mais apresentações terão que ser dele.