A Greve dos Barbeiros (Clássico SIDA)

Nas montras de numerosos barbeiros romanos foi afixado nos últimos dias, um dístico em que se lê: “não se faz a barba”. A “greve de barba” é consequência do medo dos barbeiros de serem contagiados pela SIDA “através daqueles pequenos cortes que fazem parte do nosso trabalho, ossos do nosso ofício”, segundo afirmou um representante da classe. Muitos barbeiros exigem uma informação mais precisa sobre a “doença do século”. Entretanto, a Federação Romana dos Barbeiros e Esteticistas anunciou a promoção de uma convenção sobre os perigos da SIDA, entre 14 e 17 de Fevereiro.
Entrevistado a propósito, o director do Observatório de Epidemiologia de Roma afirmou que, “em termos teóricos, um corte do barbeiro pode provocar o contágio de SIDA”, ressalvando, no entanto que para se verificar uma infecção são necessárias grandes quantidades de sangue e diversos contactos.
Carlo Perucci adiantou que em termos de perigo de contágio, os maiores riscos são corridos não pelos barbeiros, mas pelos seus clientes. “Para acabar com as suas preocupações” concluiu, “basta que os barbeiros usem lâminas uma só vez e esterilizem os ferros com os quais trabalham”.
(Lusa 21.1.1987)
Será que esta notícia publicada há vinte anos, a qual relata os medos em relação ao HIV está desactualizada? Não creio, pois os medos continuam em muitas franjas da população. A mensagem da informação não passou e na parte da prevenção parece que também não.
Certamente hoje um responsável político-científico, não diria que são necessárias grandes quantidades de sangue e vários contactos para que haja infecção, mas isso faz parte do processo de aprendizagem e do conhecimento da doença.
O estigma associado à SIDA, que veio do passado mantém-se digam o que disserem e a prova disso é que nenhum infectado declara o seu estado serológico livremente sem ser prejudicado, se procurar um emprego, se quiser fazer um seguro de vida (caso o consiga), ou se quiser obter um empréstimo para compra de casa.
Afinal o que mudou neste espaço de tempo e o que é que as pessoas aprenderam sobre a SIDA? Penso que muito pouco e talvez apenas que há tratamentos e que as pessoas podem viver muitos anos com a doença e que para evitar a SIDA têm de usar preservativo e que no caso de serem utilizadores de drogas injectáveis não devem utilizar uma seringa já usada.
Sobre terapias PEP muito poucos sabem o que é excepto profissionais de saúde, que no dia a dia podem ter acidentes de contacto com o HIV no exercício da sua profissão.
Prevenção e Informação, são cada vez mais necessários, para se conseguir travar a pandemia.
Procurarei trazer aqui noticias do passado mais ou menos recente, sobre propostas e medidas tomadas com vista a travar o alastramento do HIV e tentar analisar e compreender o porquê do aumento de novas infecções a cada dia que passa.
Quanto já se gastou em campanhas de Prevenção e Informação dirigidas à população nestes anos todos e quanto mais será necessário gastar até a pandemia parar ou regredir significativamente?

1 comentário:

Anónimo disse...

Eh pah Raul, tem vergonha carago. Um texto com pouco mais de vinte anos?!?Não percebeste já que não podes caraças? Mas tu não aprendes com as lições da vida, ou seja, do anónimo? Não se pode blogar sobre o que aconteceu há mais de 2 meses, 4 dias, 3 horas, 7 minutos e 23 segundos. Actualiza-te pah!Tem vergonha!