Sim ou Não, mas vote

Não tenho dedicado neste blog, muito espaço ao tema nacional das últimas semanas ou seja o “Aborto”. Escrevi um post apenas numa altura em que os argumentos para o sim e para o não, já me enchiam a cabeça e em que um terceiro quadrado para o “Nim” parecia fazer falta nos boletins de voto. A Campanha avançou com toda a informação, que se desejava esclarecedora e o certo é que toda a gente devia estar bem informada nesta altura, e ser capaz de convictamente dizer qual a sua posição em relação ao aborto e ao seu sentido de voto, contudo acho que uma grande percentagem está confusa e isso poderá revelar-se na abstenção ou no numero de votos nulos que no próximo domingo vão acontecer.
O Sim procura mostrar que ás dez semanas não há vida ou sensibilidade e que o feto não sofre, no entanto não refere os traumas pós aborto que uma mulher que o faça poderá ter no futuro.
O Não está numa posição desesperada, em que não pode concordar com a criminalização das mulheres que fazem o aborto e quer mudar a lei para que as mulheres não sejam penalizadas.
Não fosse o assunto tão sério e importante para quem se vê numa situação de fazer um aborto, e eu sentia-me tentado em comparar esta campanha a um jogo de futebol em que ambas as partes querem ganhar e onde os treinadores vêm onde o adversário é mais forte e tentam remediar as suas fraquezas com a substituição de um jogador ou outro.
A comunidade infectada pelo HIV, até certo ponto privilegiada em relação à lei actual sobre a IVG, pois o argumento do medo de que a criança nasça infectada pelo HIV, parece enquadrar-se nas excepções à lei actual, tem como preocupação principal querer levar a gravidez em frente e tomar todas as precauções para que a criança nasça saudável . Não obstante este aparente privilégio certamente está contra a criminalização das mulheres que abortam, pois esta lei é absurda e não tem razão de ser.
Despenalizar o aborto acho que todos deveríamos ser a favor, assim como acho também que banalizar o mesmo todos deveríamos ser contra.
Aqui não vamos apelar ao voto no sim ou no não, mas de qualquer maneira acho importante apelar à participação cívica indo votar, quer no Sim quer no Não , segundo a consciência de cada um.
Espero no entanto, que no próximo Domingo após sabermos o resultado de qual das partes venceu, não venhamos para a rua festejar com bandeiras e buzinadelas como se de um campeonato de futebol se tratasse ou de uma vitória partidária. Seria bom nessa altura reflectirmos um pouco e pensar se demos um passo em frente, se ficou tudo na mesma ou se retrocedemos em relação ao passado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nao,Nao,Nao nao ao aborto ,e tb nao que seja um crime o aborto, um pau com dois bicos ,mas da verdade nao sou de acordo ,ja estou como minha mae que engravidou aos 16 anos ela diz "do meu tempo eu nao tinha nada para me proteger e teu irmao veio ao mundo". Mas eu pessoalmente tb sou de acordo que possa existir condicoes que seja melhor o aborto ainda por cima desse estado portugues que poucas saidas tem-em para as mulheres sem condicoes financeiras,familiares,socias,pessoais . E somente uma opiniao de um leigo do assunto

Anónimo disse...

ACho que na realidade ninguém ganhou... o aborto é um aborto não há nada para congratular.

as mulheres já o faziam e não eram presas, enfim a campanha do SIm tinha um grande padrinho e a do NÃO estava completamente mal feita.

Jinhos e fica bem