Maria, nome de amor. Maria, nome de dor

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Maria é viúva e tem três filhos que cria com todo o amor. Vive numa pequena aldeia, num casebre circundado por um pedaço de terra que cultiva e de onde tira o sustento para ela e para os filhos. O marido morreu de SIDA deixando nela a marca do hediondo vírus.

O dia tinha sido pesado no campo. Fez o caldo de couves para os filhos e acendeu o forno na cozinha de pedra, iluminada por uma lâmpada ténue onde as crianças se debruçavam sobre a mesa tosca à espera de algo especial. Maria confeccionava a massa dos biscoitos que em breve iriam para o forno.

Amanhã é o dia da consulta. Tem de se levantar de madrugada para apanhar a carreira que a levará ao hospital onde é seguida e que fica muito longe.

Retirou os biscoitos do forno, escolheu os mais bonitos e colocou-os numa caixa que o Ti Zé da mercearia lhe tinha dado. Os queimados dava-os aos filhos que os devoravam com gosto, um mimo a que não estavam habituados.
Mais tarde deitou as crianças na única cama que existia, duas viradas para os pés, outra ao seu lado e adormeceu profundamente.

De madrugada tomou o banho na água que aqueceu ao borralho no caldeirão tripé. Vestiu o melhor vestido, que usava apenas nas ocasiões especiais ou quando ia à missa rezar pela alma do seu homem.
Bateu à janela da Ti Aida, a vizinha que ficaria a tomar conta das crianças e partiu seguindo por um beco pouco iluminado que a levava à estrada principal onde passaria a carreira.
Carregava cuidadosamente o presente para o senhor doutor, a caixa dos bolos embrulhada num imaculado pano branco. Davam-lhe a esperança de ser bem atendida e que ele curasse o seu mal. Precisava de se curar para trabalhar e cuidar dos inocentes que trouxera ao mundo.

Após uma longa espera chegou a sua vez de ser consultada. A primeira coisa que fez foi oferecer os bolos ao médico que, sem levantar os olhos e olhando para os papéis a mandou colocá-los sobre uma secretária no consultório. Mal lhe dirigindo a palavra, passou as receitas, marcou a data da próxima consulta e mandou-a ir à farmácia hospitalar buscar os medicamentos. Maria agradeceu a consulta, como se o médico lhe tivesse feito o maior favor do mundo e saiu.

É hora de almoço. O médico interrompe as consultas, pega na caixa dos bolos e dirige-se ao refeitório.
Colocou-os sobre a mesa e disse: “estão aqui uns bolos que me trouxe uma doente. Não gosto de comer coisas feitas por esta gente"

Maria é nome fruto da imaginação. A frase do médico é real.

Da atitude do médico retiram-se duas ilações:

A primeira, mais grave: “podem infectar-me com um bolo".

A segunda: "para mim não serve, comam vocês enfermeiras"

Simplesmente asqueroso...



(Neste testemunho foi pedido que não fossem revelados os nomes do médico e do hospital)

33 comentários:

Unknown disse...

Ainda não consigo entender como há pessoas destas em medicina.
Este médico não é um Homem é um verme.
Não me alongo mais porque o texto por si só já diz tudo.

Beijinhos,
Ana Martins

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul

Este conto é lindissímo. Deve ficar para a prosteridade para que a marca do chicote comportamental dum médico insensível esteja presente nas nossas memórias e faça com que aqueles, que ainda são gente, se indignem e repudiem quem assim procede. Infelizmente ainda há muita gente, médicos e não-médicos, que se julga seres aparte da dor dos humildes. É esta gente a vergonha que carregamos enquanto humanidade que aspira a um estádio superior de desenvolvimento. Não deixemos pois que episódios como este aconteçam. Façamos pois um cordão humano, ainda que virtual, contra tais procedimentos.
Raul, eu vou fazer no Silêncio uma chamada de atenção para este texto.

Abraço

Paula Raposo disse...

Fiquei arrepiada...repugna-me a maneira como muitas pessoas conseguem tratar as outras! Eu fico sem palavras. Beijos.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDA LÍDIA, COMO DIZ A ANA MARTINS ... O TESTO DIZ TUDO... COMO OS HOMENS E O MUNDO ESTÃO NA SUA MAIORIA ESTÃO REPUGNANTES... ABRAÇO-TE AMIGA,
FERNANDINHA

MARIA disse...

É uma história de vida contada de forma tão linda Raul.
É incrível como o Raul foi captar ao pormenor a maneira de sentir, de ser e estar das pessoas habitualmente residentes em lugares mais distantes da chamada "civilidade citadina".
Eu sei bem o quanto pessoas como essa Maria têm de beleza na alma, aonde certas realidades nunca entraram, nunca corromperam a respectiva pureza. Tive uma avó Maria que vivia num local de certa forma similar...
Este texto é como uma prenda para mim. Muito obrigado.
Sabe Raul, apesar de tudo a Maria saíu do hospital sempre acima, enquanto ser humano do que esse médico será alguma vez estará. Ela ainda tinha bolinhos para oferecer, ele nada. Até a sua consulta é suportada pelo dinheiro do Estado ...
No mais o que era ele senão um ser humano cheio de medo da vida que jurou preservar e respeitar ?...

Um beijinho

Maria

Isabel disse...

há sempre uma triste decepção no meio hospitalar.....como em tudo....como em todos os quartos da vida.



belo o nome que corporiza esta história de maria com dor para guardar.



.

obrigada R.


.

beijo.


.piano.

Maria Dias disse...

Triste relato com forma de um conto de final é seco,frio e sem respopstas como todas as histórias q têm este tema... As dúvidas existem sim,mas dúvidas como estas eu pensava q existiam para pessoas leigas ou ignorantes no assunto, mas vindo de um Médico assusta pq:faz pensar q ele próprio teria medo de pegar o vírus q estaria contido num bolo.Estaria ele com nojo por se tratar de ter sido feito por uma pessoa com o vírus?Se acharia ele superior ao resto da humanidade?Sabemos q certos materiais podem transmitir o HIV, materiais tipo um alicate q se faz a unha ou um bisturi q se usa numa cirurgia(ambos sem estarem esterelizados) mas já ouvi pessoas com medo de pegar o vírus num copo,num talher e até mesmo num aperto de mão... Mas no caso do Médico não seria o caso, talvez se achasse melhor,maior,sei lá é mesmo de chocar tal atitude vinda de um Médico como ele.O fato é q o assunto assusta,incomoda e afasta...Sofre de preconceito a pessoa q é soro positivo e tb os seus familiares e pelo visto até os Médicos têm o preconceito com seus paciêntes...É triste tudo isso.

Abraço

Maria

Pascoalita disse...

Olá, Boa noite :)*

Uma vez que foi com base neste relato verídico que deixei um comentário no Silêncio Culpado, fica aqui também a minha opinião sobre o tema.

Li o texto ao mesmo tempo que ia visualizando situações mais ou menos cruéis de que todos nós mais ou menos conscientemente somos protagonistas.

Creio que todos nós temos um lado nobre e ao mesmo tempo um monstro que pode permanecer uma vida inteira adormecido, mas também pode despertar a qualquer momento e a prova é que todos conhecemos casos de pessoas capazes de actos de verdadeira bondade que a dado momento são capazes de cometer as mais vis monstruosidades!

Já vivi situações de rejeição e também já rejeitei. por vezes nem nos damos conta disso e o importante é sermos capazes de fazer uma análise e reconhecer o quanto por vezes somos desumanos para com o próximo e tentarmos corrigir a nossa atitude.

Sem querer de modo algum generalizar, a classe médica julga-se num mundo superior e nem sempre age correctamente.

Maria é apenas um caso entre tantos sofredores. Ainda estamos muito longe de construirmos o mundo perfeito.

Acrescento ainda que ainda há um ou outro caso, cada vez mais raro é certo, de médicos que abraçam a profissão como um sacerdócio. É óbvio que ninguém espera que os médicos sejam santos ... bastará que cumpram o seu dever e sejam minimamente humanos, ou seja que cuidem como gostariam que fossem cuidados.

Obrigada pela divulgação do seu testemunho.
Tentarei manter-me atenta ao que escreve

Jinhos

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDO RAUL, COMO FOI ATRAVÉS DA LÍDIA QUE CHEGUEI AO TEU BLOGUE, NÃO REPAREI QUE O MAGNÍFICO TEXTO ERA TEU... ESPERO QUE ME PERDOES...ABRAÇO-TE COM MUITO CARINHO,
FERNANDINHA

Odele Souza disse...

Raul,

Eu - e tu também - que convivemos há anos com médicos sabemos que nem sempre encontramos profissionais que aliam competência e sensibilidade. Por vezes o médico é competente mas frio como uma pedra de gelo. E como faz falta um pouco de amor na medicina. E como seria bom se após a prescição da medicação, recebessemos um abraço. Quando encontro pela frente um médico amoroso, passo a gostar dele imediatamente. Viro fã, tiete, abraço sempre que encontro.

O caso desse médico que com menosprezo fala do bolo que com tanto gosto Maria fez, exemplifica bem esse tipo de profissional.Arrogante e insensível.É isso que ele é. Uma vergonha para a medicina que não deveria apenas curar as dores do corpo, mas preocupar-se também com a alma dos pacientes.Didícil não é, mas há que haver predisposição do médico, e acima de tudo sensibilidade e amor pelo próximo.

Um forte abraço pra ti Raul.

Luz Santos disse...

Pois é...!
Uma história que nem por um minuto tenho duvidas de ser real.
Para já e segundo me parece a Maria, e há muitas, são por mim aconselhadas a guardar os sentimentos de gratidão porque há gente para quem o dinheiro é que tem valor, segundo porque quem exerce uma profissão sem vocação se interessa pelo esforço dispendido por aqueles que tiram a si e aos filhos para ter com eles uma atenção.
Pobres Marias!
A Luz A Sombra

Mª João C.Martins disse...

Raul

Ao testemunho que desta forma partilhas connosco, eu poderia juntar várias dezenas de outros, idênticos, igualmente crueis, igualmente indignos e ultrajantes!
Existem,infelizmente, muitos profissionais de saúde de corpo, mas sem alma. Seres que se espelham em si mesmos, indiferentes ao sofrimento, à necessidade e à humildade, daqueles que em juramento se comprometeram a cuidar com dignidade, respeito e profissionalismo.
Cenas como esta, acontecem todos os dias nas nossas instituições de saúde. Os doentes, mantêm a maior parte das vezes uma humildade chocante, perante a indiferença e até o desprezo a que foram sujeitos. Chegam até a pedir desculpa, depois de lhes terem sido negados os seus direitos.
Assim se exultam os egos dos idolatrados, sem ninguém que os impeça de exercerem uma profissão para a qual não têm o mínimo perfil.
A humanização dos cuidados de saúde é um tema bastante debatido em congressos e encontros profissionais. Deveria de ser desnecessário, mas não é! Mas como agravante, parece também ser inutil!

Um abraço

Dr. Mento disse...

Por favor, diz-me que a história é apenas um conto escrito por ti...

sideny disse...

Raulito


Gosto da fotografia a abrir o blog

é bonita a nossa lisboa.

quanto ao assunto do texto é triste que ainda se encontre médicos assim, mas já e bastantes ainda.

Há que chama-los a realidade e tratar-nos como pessoas iguais a eles, porque tirando-lhes o canudo eles sâo como nós.

Há médicos e médicos, tenho o meu que me comprimenta com um beijo na cara.( o do meu amigo que nâo me larga) irra que melga:)))

Como já tive um de nariz empinado que levou comigo a força toda,e hoje é totalmente diferente para comigo.
beijocas

Peter disse...

O comportamento do médico é absolutamente revoltante e nojento.

Esses "..." que pensam ter o rei na barriga e a quem prestamos homenagem por os considerarmos "senhores donos da vida e da morte".

E quando algo corre mal lá está o bastonário para os defender contra tudo e contra todos.

Casa RaSena disse...

olá, Raul!
o que se pode dizer diante da ignorância humana, existem profissionais que escolhem suas profissões pelo dinheiro ou pelo status e não por amor, provocando essas disparidades no comportamento humano. Todos nós estamos sujeitos a encontrá-los em nossos caminhos e aguardar que um dia DEUS mande o seu recado a essas pessoas.
a mensagem é maravilhosa - fica com DEUS e tenha uma linda semana...
abraços com carinhos

Fatyly disse...

Asqueroso é pouco e subscrevo as palavras de todos os comentadores. Caramba, havia de o conhecer que lhe contaria uma história!!!!

Mas esse pulha um dia terá os bolos amargos da vida, porque é cá que todos pagamos e não no outro mundo como dizem, e irá dizer que afinal os bolos de Maria eram bem melhores!

Um enorme beijo a Maria e que faça bolinhos e numa corrente, quem sabe, todos nós compramos de forma a colmatar a sua vida tão precária.

Obrigado Raul por este momento...e já não vejo as teclas!

Eme disse...

Sugiro que a pessoa que deixou o

testemunho ponha anonimamente (sem

receio de se prejudicar, claro)

na secretária do médico o endereço

do Sidadania.

Com um recado que o deixe curioso:

"visite-se e veja-se ao espelho"

São disse...

Qualquer das duas hipóteses demonstra que a entrada em Medicina nunca deveria ser só medida em altas notas numéricas!!

Uma boa semana.

Anónimo disse...

e lisboa tão bela....:)







imf.

martelo disse...

diria em terceiro lugar tambem:
- saída da boca de um médico ainda tem maior gravidade e repelência...

há vidas que comovem, que viram do avesso a dignidade...


e é de facto comovente o drama de alguns que se movem no silêncio.

abraço

isabel mendes ferreira disse...

o.b.r.i.g.a.d.a!!!!



em nome de todas as Marias!

Vanuza Pantaleão disse...

Bom dia, Raul!
Cruel demais, mas a crueldade já está banalizada no nosso planeta e na área médica ela também se faz presente.
Como reverter isso?
Com um processo profundo de conscientização?
As Marias clamam por Justiça!!!

Anónimo disse...

Naõ conhecia este blog ,depois de procurar saber mais sobre o assunto vim aqui parar, nao imagina como tem sido importante ler os seus textos.BEM HAJA

amigona avó e a neta princesa disse...

Nem sei que dizer...a raiva e a tristeza quase não me deixam dizer nada...não entendo profissionais como este numa profissão que é AMOR! Felizmente que outros há que dão a mão (e tudo mais) àqueles que os rodeiam...por esses seres humanos que fazem o bem sem olhar a quem vamos estar vigilantes mas cuspir para o lado dos "outro" que encontramos...beijos amigo...

Nela disse...

Gostaria de comentar, mas não consigo. Porque não percebo... De que gente fala o médico? Não come porquê? E Maria agradece o quê?

Não percebo...
Não percebo...

Fogo! Não percebo!

É uma história inventada, não é? Só pode ser inventada...

Biby disse...

Histórias destas são infelizmente muito frequentes porque temos pessoas a exercer uma profissão para a qual não tem nenhuma vocação.
Durante as minhas entrevistas a infectados VIH ouvi coisas inimagináveis que acontecem em hospitais portugueses e com profissionais de saude.
Passaram 28 anos de infecção VIH e parece que ainda não aprendemos nada...

Gostei da nova imagem do blog...Lisboa..estive lá ontem.
Beijinhos
BIHBY

Branca disse...

Lamentável, simplesmente lamentável...custa acreditar que ainda exista tanta ignorância e falta de formação,de sensibilidade e mesmo de educação numa classe profissional que devia ser exemplar.
Beijinhos
Branca

O Árabe disse...

Infelizmente, amigo, poderiam ser muitos os médicos... e os hospitais. :( Bom resto de semana.

Anónimo disse...

É frequente os doentes trazerem ofertas aos médicos aquando das consultas. A situação mais triste que presenciei, foi quando uma idosa ofereceu 25 cêntimos ao médico, pois era tudo o que possuia...
A maioria das vezes essas ofertas ficam esquecidas nos gabinetes ou são oferecidas a outros, como no caso da história publicada. Isto porque são insignificantes aos olhos do médico, muitas vezes sendo tudo o que o doente tem, e que dá de coração.
Isso acontece com todos os doentes, não só com infectados.
Mas é notório que alguns infecciologistas, que pregam e defendem que se deve lutar contra a discriminação, e tal... que se pode conviver com os infectados socialmente, abraçar, beijar, etc...são eles próprios que praticam a discriminação. não em frente ao doente, claro... alguns são super simpáticos na consulta, depois quando o doente sai, provavelmente suspiram de alívio!
Volto a referir que estas situações não acontecem somente com doentes infectados, embora haja situações realmente chocantes.
Parabéns pelo teu texto, obrigada por tudo o que tens feito por mim.
Abraço

Anónimo disse...

É frequente os doentes trazerem ofertas aos médicos aquando das consultas. A situação mais triste que presenciei, foi quando uma idosa ofereceu 25 cêntimos ao médico, pois era tudo o que possuia...
A maioria das vezes essas ofertas ficam esquecidas nos gabinetes ou são oferecidas a outros, como no caso da história publicada. Isto porque são insignificantes aos olhos do médico, muitas vezes sendo tudo o que o doente tem, e que dá de coração.
Isso acontece com todos os doentes, não só com infectados.
Mas é notório que alguns infecciologistas, que pregam e defendem que se deve lutar contra a discriminação, e tal... que se pode conviver com os infectados socialmente, abraçar, beijar, etc...são eles próprios que praticam a discriminação. não em frente ao doente, claro... alguns são super simpáticos na consulta, depois quando o doente sai, provavelmente suspiram de alívio!
Volto a referir que estas situações não acontecem somente com doentes infectados, embora haja situações realmente chocantes.
Parabéns pelo teu texto, obrigada por tudo o que tens feito por mim.
Abraço

Anónimo disse...

Não sei se é real, penso que é um conto,mas que os há... lá isso há. E existem muitos desses crápulas na realidade.
No entanto, o que me leva a comentar, é que quem faz o seu trabalho e por isso recebe uma remuneração, não deve sequer aceitar um bolo de alguém. Nem ninguém deve dar nada. Mas isso...Hoje em dia é coisa de outro mundo. Quando se vivia em verdadeira comunidade, em que os vizinhos, os amigos se respeitavam, sem ser pela cor clubistica ou pela cor do partido,as trocas em amizade eram normais, apenas um reflexo da amizade e convivência salutar. Os doentes tinham nos seus amigos e vizinhos, mesmo que não familiares, um acompanhamento e uma preocupação constante!

Hoje, é preciso cuidado com quase tudo e quase todos...

Vivemos no mundo da inveja e da desconfiança!

Boas férias para TODOS

Isabel Filipe disse...

que tristeza Raul ...

até dói a alma

beijinhos
isabel