A sexualidade no envelhecimento e a vulnerabilidade face ao VIH/Sida
Considero que existem 2 grupos de factores de risco no idoso, face às doenças sexualmente transmissíveis.
Por um lado, a vulnerabilidade biológica. O risco de infecção é maior na mulher pois, é maior a área de mucosa exposta às secreções do parceiro. A escassez de secreções vaginais resulta numa barreira menos protectora contra o VIH e são mais susceptíveis a lacerações da mucosa vaginal.
Por outro lado, os factores sócio-culturais assumem grande importância: estamos a falar de uma geração que não está habituada a fazer prevenção; existe uma falta de informação e de consciência real sobre as doenças sexualmente transmissíveis; encontramos uma série de crenças disfuncionais face ao uso do preservativo; têm maior resistência ao uso do preservativo; e há uma ênfase no coito genital.
Assim, ambos os géneros apresentam factores de risco mais específicos. No homem, para além da resistência ao uso do preservativo, possíveis dificuldades na erecção dificultam a sua colocação. Ao mesmo tempo, a existência de novos fármacos permitem o aumento de actividade sexual em contexto ocasional. Na mulher, pode haver dificuldade em insistir no uso do preservativo se isso implica contrariar o parceiro. A mulher poderá ter um comportamento mais passivo ou submisso, gerador de um sentimento de falta de poder e de incapacidade para assumir o control.
Ana Alexandra Carvalheira
Psicóloga clínica e sexologista
ana.carvalheira@ispa.pt
Considero que existem 2 grupos de factores de risco no idoso, face às doenças sexualmente transmissíveis.
Por um lado, a vulnerabilidade biológica. O risco de infecção é maior na mulher pois, é maior a área de mucosa exposta às secreções do parceiro. A escassez de secreções vaginais resulta numa barreira menos protectora contra o VIH e são mais susceptíveis a lacerações da mucosa vaginal.
Por outro lado, os factores sócio-culturais assumem grande importância: estamos a falar de uma geração que não está habituada a fazer prevenção; existe uma falta de informação e de consciência real sobre as doenças sexualmente transmissíveis; encontramos uma série de crenças disfuncionais face ao uso do preservativo; têm maior resistência ao uso do preservativo; e há uma ênfase no coito genital.
Assim, ambos os géneros apresentam factores de risco mais específicos. No homem, para além da resistência ao uso do preservativo, possíveis dificuldades na erecção dificultam a sua colocação. Ao mesmo tempo, a existência de novos fármacos permitem o aumento de actividade sexual em contexto ocasional. Na mulher, pode haver dificuldade em insistir no uso do preservativo se isso implica contrariar o parceiro. A mulher poderá ter um comportamento mais passivo ou submisso, gerador de um sentimento de falta de poder e de incapacidade para assumir o control.
Ana Alexandra Carvalheira
Psicóloga clínica e sexologista
ana.carvalheira@ispa.pt
15 comentários:
O meu obrigado, a todos os que comentaram o texto anterior.
Obrigado a todos os que se preocuparam com o meu estado de saúde e espero em breve estar de volta e poder escrever novos textos para o Sidadania.
Espero, a colaboração prometida por alguns amigos, com textos afim de manter o Blog em marcha.
Projecto o melhor, espero o pior, mas aceito de ânimo igual aquilo que o destino me tiver reservado.
Um Abraço e obrigado pela vossa amizade.
Raul RU2X
Raul
Tu és a alma do Sidadania e um amigo de eleição. Por isso trata de te pôr em condições de trabalhar. Confesso que estava preocupada contigo.
Este texto é mais um alerta degrande pertinência na medida em que têm aumentado o número de casos de idosos com HIV.
Beijão
Mais um texto acessível e seria bom que muitos jovens o lessem. Parabéns!
Raul
"Projecto o melhor, espero o pior, mas aceito de ânimo igual aquilo que o destino me tiver reservado."
...um xicoração sincero!
Raul
Projectas o melhor e é para o melhor que deves caminhar.Nenhuma doença é pior que o desânimo.
Este texto é excelente e complementa o anterior. Efectivamente, e por algum motivo é, há cada vez mais casos de portadores de HIV entre pessoas com mais de 65anos.
Um abraço
Raul,
Este post vem complementar um outro sobre o mesmo tema que tu havias escrito ....
Acredita que não tinha noção que houvesse cada vez mais infecções com o HIV nesta faixa etária ...
Vi pelo teu comentário que não tens estado bem ... espero que tudo se resolva ... fica um beijinho solidário e amigo ...
e que tenhas FORÇA ... que eu sei que tens ...
Realmente este post é um bom complemento ao anterior e faz uma chamada de atenção de grande importância para o facto de haver, entre os mais velhos, um aumento significativo de casos de HIV.
Raul, espero que estejas a recuperar em força.
Um beijão
Querido amigo Raul,
Obrigada por mais um texto de qualidade que nos coloca à disposição. E que tenhas tu também disposição para continuar por aqui a nos cativar com teus conhecimentos e com tua simpatia.
Quando digo "a nos cativar" é para que tenhas a certeza de que não despertas admiração e simpatia só em mim, ou na Fatyly, na Isabel, no Peciscas, no Adesenhar..... mas em tantas outras pessoas que têm em ti uma referência de informação sobre a SIDA/HIV além da força de um ser humano. Um ser humano encantador. És tu Raul.
Põem-te em pé. Ânimo, Coragem!
Um beijo.
Continuo a ler com atenção os textos aqui postados, elucidativos e bastante claros.
Pelo que percebi a saúde não está no seu melhor, pelo que deixo aqui os meus sinceros desejos de melhoras.
Cumps
vivam os jovens velhos
vivam os velhos jovens.
:-)
abraço a todos os Sidablogueiros
Um abraço solidário...estamos à tua espera...
Raul, amigão
Começo por fazer minhas as palavras de Odele Souza no que se refere a ti.
Quanto ao texto além de toda a pertinência, complementa o anterior.
No entanto, e como já referi no Sol Poente, o conceito de velho tem que ser repensado.
Velho é para mim qualquer pessoa, em qualquer idade, que deixou de evoluir e de aprender.
É um bom artigo que vem na sequência do que li anteriormente.
As melhoras do Raul
Este texto de Ana Carvalheira completa muito bem o anterior sobre a sexualidade dos idosos e vem ao encontro de um outro que escreveste, muito interessante, sobre o mesmo tema, que já havias publicado há algum tempo aqui para tràs.
Como já tinha dito na altura ainda bem que se fala deste tema-tabu. Já desenvolvi tudo o que pensava sobre o assunto em comentários anteriores.
Os artigos aqui publicados são sempre portadores de informação muito importante e pertinente.
Desejo-te as melhoras e espero boas notícias no fim de semana.
Muitos beijinhos
Enviar um comentário