A Sexualidade Feminina


A herança cultural da tradição judaico-cristã nas sociedades ocidentais teve grandes consequências nas nossas vivências sexuais.
A visão tradicional dos papéis sexuais está ligada, por um lado, ao modelo reprodutivo do sexo, e por outro, ao duplo padrão de moral sexual (o homem é activo e a mulher é passiva). Nas sociedades ocidentais herdeiras desta cultura, persiste um duplo padrão de moral sexual: permissivo e exigente para os homens, e repressivo para as mulheres.
Este duplo padrão de moral sexual está na origem de muitas dificuldades na vivência sexual. No homem, predomina a ansiedade de desempenho e o medo da ausência ou diminuição da virilidade. Na mulher, o conflito diz essencialmente respeito à legitimidade do prazer. Sempre foi mais difícil para a mulher, uma vivência sexual sem sentimentos de culpa ou de vergonha. A socialização das mulheres foi mais repressiva, e por isso, ficámos menos livres para a procura e a vivência do prazer.
Para além disto, crescemos numa sociedade com uma visão da sexualidade estreitamente ligada a um sistema de valores e crenças que tem por base, por um lado, o modelo reprodutivo do sexo - um modelo que privilegia a vertente reprodutiva da expressão sexual, esquecendo outras valências importantes da sexualidade como a afectividade e o prazer – e por outro lado, o paradigma do coito heterossexual - em que apenas é legítima a relação sexual entre adultos heterossexuais – e ainda, o mito da beleza física e jovem (a tendência para pensar que a expressão sexual será mais aceitável entre gente jovem e bonita).
Assim, emerge um conjunto de factores sócio-culturais que podem ser altamente perturbadores da sexualidade. E a feminina é mais penalizada.
Na clínica, chegam-nos mulheres com dificuldades sexuais de vária ordem. Vivências de culpa e de ansiedade no sexo, falta de prazer, dificuldade no orgasmo, mulheres que nunca se tocaram (era pecado!), e sobretudo, a falta de desejo sexual. Na origem dos problemas sexuais femininos encontramos uma variedade de razões, desde os factores psicológicos, aos sócio-culturais e relacionais. A sexualidade feminina é mais contextualizada, na relação, na situação, nas emoções. O desejo feminino é mais contextualizado e flutuante, mais sujeito às vicissitudes da relação. O erotismo feminino está muito intrusado nas emoções e privilegia a intimidade amorosa.
A sexualidade feminina obriga a um processo contínuo de descoberta e de crescimento, pela vida fora. É mais um investimento que temos que fazer, entre tantos outros.

Autor: Ana Carvalheira

Estudo sobre Sexualidade Feminina
O objectivo deste estudo é recolher informação sobre o bem-estar sexual das mulheres. Inclui questões relacionadas com comportamentos e vivências da sexualidade, nomeadamente o desejo e a satisfação sexual.A participação é completamente anónima. Participar neste estudo pode ser inspirador de uma reflexão pessoal sobre a sua sexualidade, e resultar interessante para si. Para participar clique em:
  • Sexualidade Feminina

  • O ESTUDO É SÓ PARA MULHERES!
    Este estudo realiza-se no âmbito de um projecto sobre sexualidade feminina no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa.

    Investigador principal: Ana Alexandra Carvalheira, psicóloga clínica.

    Licenciada em Psicologia pela Universidade de Coimbra, com o grau de Terapeuta Sexual pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica e Doutoramento em Psicologia. ana.carvalheira@ispa.pt

    Nota de RU2X : A Ana Carvalheira, é colaboradora do nosso blogue e está sempre disposta a ajudar-nos. Este estudo é importante para a comunidade cientifica e para nós todos, pelo que peço a colaboração das nossas leitoras para o mesmo. É um estudo anónimo e não leva muito tempo a preencher o questionário. É importante também a participação das leitoras com mais idade, para que se possa entender a sexualidade feminina depois dos cinquenta anos. As conclusões do estudo serão depois publicadas no Sidadania, para aprendermos um pouco acerca de algo importante e que é ainda Tabu na nossa sociedade.

    Um Abraço

    Raul

    41 comentários:

    amigona avó e a neta princesa disse...

    Que interessante ideia...tenho estado fora e tenho tanto para ler aqui! Beijocas Raul...

    Isabel Filipe disse...

    Olá Raul,


    Estudo interessante ...

    bem longo questionário ...

    bjs

    Fatyly disse...

    Bastante interessante!

    Beijocas

    SILÊNCIO CULPADO disse...

    Raul
    Ana Carvalheira é já uma referência que nos habituámos a conhecer. Efectivamente concordo com a Isabel em relação ao questionário que também achei muito longo.
    Relativamente à sexualidade feminina ocorre-me uma frase de Chico Buarque da Holanda quando afirma que a emancipação da mulher nada tem a dar à mulher pobre.
    Entre a vivência da sexualidade nos meios rurais, e entre pessoas menos cultas em que há ainda uma desigualdade de tratamento entre homem mulher, sendo que aquilo que é aceite ao homem já não será aceite à mulher, e a sexualidade do meio urbano em mulheres com cursos académicos e uma carreira conseguida, penso que haverá um fosso enorme. E então se falarmos das gerações actuais não me parece que subsistam os tais sentimentos de vergonha e inibições que fariam da sexualidade feminima um autêntico problema.
    A independência económica e a liberdade que proporciona fazem, em meu entender, toda a diferença bem como a cultura que lhe está subjacente.
    Também os homens mais cultos têm, duma forma geral, relacionamentos com colegas de forma mais desinibida e de igual para igual.
    A satisfação plena, ou não, dependerá mais do envolvimento emocional tendo em conta que, a maioria das mulheres, releva o sentimento nos seus relacionamentos enquanto o homem pode, frequentemente, ter relacionamentos sem sentimento em que procura apenas a satisfação sexual.Esta diferença de postura é, quanto a mim, a diferença mais marcante, nas sociedades desenvolvidas e a que traz mais consequências.

    Um abraço

    R.Almeida disse...

    É um pouco complicado para mim falar sobre a sexualidade do sexo oposto. Pedi a colaboração da Ana como terapeuta sexual e como mulher para debater o tema e o tornar interessante.
    Não sei se estarei de acordo com o Chico Buarque, acerca da emancipação da mulher pobre, devido a que o mundo está constantemente em mudança e é inevitável que embora mais lentamente se vejam mudanças.
    É difícil uma mulher revelar que tem necessidades sexuais, que se masturba ou que procura satisfação fora da relação conjugal.
    O tema é tabu e vai continuar a ser por muito tempo. Conforme se forem desenrolando os comentários e os pontos de vista de cada um eu irei soltando o que penso acerca deste assunto. Infelizmente uma grande parte das mulheres ainda continua subjugada ao seu companheiro que na maior parte dos casos está apenas preocupado com a sua satisfação sexual sem se preocupar com o prazer da companheira.
    Quebrar as correntes que amarram as mulheres a uma tradição cultural que nos dias de hoje não faz sentido é o primeiro passo para a sua liberdade.
    Um abraço
    Raul

    SEMPRE disse...

    Raul
    Do teu comentário vou retirar esta passagem:

    "É difícil uma mulher revelar que tem necessidades sexuais, que se masturba ou que procura satisfação fora da relação conjugal."

    1 - Não me parece, que nos dias de hoje, entre pessoas evoluídas e entre as camadas mais jovens, uma mulher esconda, ou tenha necessidade de esconder, a sua sensualidade.
    2 - A vida íntima de cada um é com cada um. Não vejo necessidade duma mulher (ou dum homem) confessar se se masturba ou não.
    3 - Quanto às relações fora do casamento eu condeno-as. Ou se vive em plenitude a relação com o parceiro ou nos separamos e assumimos outra relação mais satisfatória.
    Saber que um parceiro, ou uma parceira, nos atraiçoa não é agradável nem para o homem nem para a mulher em mais de 90% dos casos. E os que aceitam é porque não têm capacidade económica para desfazerem a relação. A traição cria fracturas e mágoas irreversíveis.
    Poder-me-às dizer que o homem faz sexo sem amor ou mesmo sem sequer estar envolvido emocionalmente. Sei que isso acontece. Mas uma mulher por regra não o faz. E não é porque a sociedade a reprima é porque ela própria não o deseja.
    Eu nunca seria capaz de ir com um homem apenas para ter sexo por mais carente que estivesse. E não há aqui pruridos de natureza moral. É porque a relação sem emoção é frustrante para a mulher.
    Podem acontecer, com a mulher, relações ocasionais mas estão quase sempre relacionadas com um élan que se cria em determinados momentos.
    Muito mais importante para a mulher do que o orgasmo é a emoção que está ligada ao acto.
    Claro que há excepções e, por isso, também há prostituição masculina. Mas, mesmo nesses casos, duvido que a mulher procure o sexo pelo sexo.

    R.Almeida disse...

    Olá e obrigado pela tua participação. Alguns pontos a referir no teu comentário:
    As relações fora do casamento, é um panorama que está a mudar e não é por mero acaso que os clubes de swing estão a proliferar no nosso país. No entanto reconheço que para a mentalidade portuguesa ainda há o sentido de posse e exclusividade em relação ao conjugue. Se o homem der uma escapadela, é aceite como normal e muitas vezes a própria mulher aceita, pois muitas acham que ele tem essa liberdade. Em muitos países há homens que têm várias mulheres e isso é aceite pela sociedade, quanto ao oposto nunca ouvi falar.
    Penso que os factores sócio-culturais, inibem fortemente a liberdade sexual e creio estarmos todos de acordo que a mulher é quem tem mais dificuldade em se libertar.
    Quando fala que para a mulher, mais importante que o orgasmo é a emoção que está ligada ao acto, nem todas as mulheres pensam assim. Há grupos de mulheres em todo o mundo que defendem o orgasmo e vão mais longe falando que a ejaculação feminina é possível. Embora para a maioria das mulheres a ejaculação feminina seja algo que não faz sentido está provado cientificamente que tal é possível e há tribos em África em que as mulheres mais velhas ensinam as jovens a consegui-lo.
    Estamos a dar os primeiros passos em tudo que leve ao conhecimento da verdade de algo que existe desde que o ser humano povoa o planeta terra. A sexualidade continua a ter os seus mistérios e quando algo é revelado haverá sempre uma forte oposição, por não querermos divulgar algo por consideramos que a sexualidade diz respeito a cada um de nós e que deve ser guardado a sete chaves.
    Acredito que muitas leitoras, terão interesse em ler os comentários, mas poucas terão a coragem de abertamente colocarem os seus pontos de vista, mesmo que protegidas por um nick, com receio de serem mal entendidas.
    O tema é deveras interessante mas está espartilhado, por não nos sentirmos realmente livres, no que se refere à sexualidade.
    Quando este estudo for concluído, vou pedir a colaboração da investigadora para apresentá-lo em forma de crónica no blog.
    Um abraço
    Raul

    NÓMADA disse...

    Raul
    Há sociedades em que a mulher casa com vários homens nomeadamente com todos os irmãos para garantir que não há divisão da propriedade.
    Quanto ao que dizes da mulher ser penalizada pelas relações extra-conjugais e o homem aceite, é uma visão antiquada que está a mudar nas sociedades modernas.
    Respeito as opiniões e opções de cada um mas os clubes de swing enojam-me. A componente sexual é determinante no ser humano porque é através do libido que o ser humano se realiza. O libido está presente no desejo de agradar o sexo oposto, na pulsão que leva à conquista, na sensualiadde que nos dá vida e que devemos manter para nos sentirmos completos.
    Repudio o sexo pelo sexo que considero humilhante para a condição humana.

    Estamos num espaço aberto de opinião e a minha é esta.

    Um abraço

    NÓMADA disse...

    Quero fazer uma emenda ao meu comentário anterior quando falo em agradar ao sexo oposto. Estava a falar dos heterossexuais nos quais me incluo mas respeito igualmente os que são homos, quer sejam gays quer sejam lésbicas, os quais deverão viver a sexualidade sem preconceitos específicos da condição. Deverão ser-lhes concedidos os mesmos direitos de contrair matrimónio e de adopção de crianças que aos casais hetero.

    Um abraço

    R.Almeida disse...

    Olá Nómada
    Interessante o teu comentário e o teu ponto de vista. Felizmente que as coisas estão a mudar no que diz respeito à penalização da mulher.
    Importa saber se as mudanças são benéficas ou não, para quem ainda preza certos valores morais que se estão a perder. Infelizmente e como não podia deixar de ser o poder económico tem uma componente muito forte nestas mudanças.
    Os clubes de Swing existem e claro que muitos os vêm como aberrações. Para além desta prática de troca de casais também existe e agora falando da comunidade anglo-saxónica a entrega das esposas a amigos para que esses amigos lhes possam dar prazer e após a “devolução” têm interesse em saber acerca do desempenho sexual das suas mulheres e se as mesmas gostaram da experiência.
    Creio estarmos a falar de minorias ou pelo menos quero acreditar nisso, pois os comportamentos de alcofa são “segredos de estado” e continuam a fazer parte de uma matéria desconhecida.
    Quanto ao sexo pelo sexo ele é cada vez mais uma realidade e já é falado com abertura mesmo por mulheres. Tive alguns casos em que me diziam : Foi apenas uma noite em que o que procurava era apenas satisfação sexual. O parceiro era desconhecido mas havia atracção. O sexo seguro era algo que nem sequer era pensado. Depois vinham os medos e o fantasma de uma possível infecção pelo HIV.
    Abordaste também a homossexualidade, que é importante não esquecer e que devemos respeitar. Outro assunto que pouco se fala é a bissexualidade, e a dificuldade em revelá-la (muito mais do que a homossexualidade).
    Estamos a sair um pouco do ponto focal que é a sexualidade feminina, mas acho interessante falarmos de tudo um pouco. Obrigado pela tua livre opinião neste espaço aberto.
    Um Abraço
    Raul

    SILÊNCIO CULPADO disse...

    Raul
    Quero aqui deixar um apelo a que o ser humano não esqueça, no seu percurso, a luta por valores.
    Quando se fala que o sexo pelo sexo é cada vez mais uma realidade, podemos acrescentar também que o egoísmo, a violência e a solidão também estão em franco crescimento.
    Será que são esses os atributos necessários ao ser humano para ser feliz? Ou será que esse prazer tem um preço que não compensa?
    Não falo em nome de Deus porque não sou crente.
    Há espécies animais que são fieis ao companheiro(a) durante toda a vida e quando um dos parceiros trai é banido pela comunidade animal.
    Por exemplo, em largadas de pombos (o pombo é fiel) chega-se a adoptar esta prática cruel:
    Separa-se um casal de pombos e põe-se o pombo numa gaiola em frente à pomba durante muito tempo e sem terem qualquer contacto. Quando a vontade de estarem juntos é muita introduz-se, na gaiola da pomba, um outro pombo que não o "marido" mas de forma que este veja.
    Depois leva-se o "marido" para muito longe e larga-se. Ele voa até ao pombal a uma velocidade louca cego de ciúmes.

    Claro que a maioria das espécies é polígama e, talvez, o ser humano o seja. Porém há mais vida no ser humano para além da cópula, há sentimentos que não podem ser inferiores ao do pombo por distorção e por uma falsa abertura aos ditos "prazeres proibidos".
    Como atrás disse não é a religião que me guia, acho que as pessoas não têm que estar juntas para toda a vida se não for essa a sua vontade mas há um mínimo que tem que ser preservado.
    Não quero ser inferior aos animais que se prezam e, por isso, a minha sensualidade tem que ser algo que eu viva plenamente com o orgulho de uma satisfação plena que não se restringe ao nível físico.

    Um abraço

    R.Almeida disse...

    Lidia
    Gostei do teu comentário e da excelente lição columbófila que desconhecia.
    Quando no comentário anterior referi a perda de valores morais e questionei se são benéficas para o ser humano, essas perdas vêm de encontro a tudo o que escreveste. Infelizmente assistimos a uma luta pela igualdade e a grupos que se unem clamando pela tolerância que não está a ser conduzida da melhor forma. Se por um lado é bom que haja igualdade entre os seres humanos no que diz respeito ao género ou às preferências sexuais, por outro lado é mau que em vez de se procurar a igualdade esses grupos pretendam, isso sim, ganhar superioridade sobre os outros. É a imperfeição de um mundo habitado por seres imperfeitos que nunca conseguirão entender-se entre eles.
    As guerras nunca acabarão e a tendência a acelerarmos a destruição do habitat que permitiu o desenvolvimento de vida no planeta, é cada vez mais notória e tudo isso passa pela procura e descoberta dos mistérios da vida.
    Pensadores milenares cujos textos chegaram aos nossos dias, muitos deles através da bíblia já tinham uma visão do mundo actual quando falam do armagedão. O certo é que seremos nós próprios a destruir-nos. Até lá vamos procurando sobreviver,e a alimentar a nossa sede de conhecimento.
    Estou a gostar das participações e vamos a ver até onde é que o tema da sexualidade feminina nos vai levar. Será que é a chave para reflectirmos sobre as nossas vidas e tornarmo-nos seres humanos mais dignos desse nome?
    Bjs
    Raul

    SILÊNCIO CULPADO disse...

    Raul
    Vamos então continuar a troca de impressões sobre a sexualidade feminina.
    Dizes tu: "Será que a sexualidade feminina é a chave para reflectirmos sobre as nossas vidas e tornarmo-nos seres humanos mais dignos desse nome?"
    Em meu entender é.
    Porquê?
    Porque:
    1 - A prostituição é quase exclusivamente feminina e é uma realidade que deve ser estudada e compreendida nas suas diferentes vertentes.E aqui é sempre a mulher que é penalizada. Nunca quem se serve dela.
    2 - Só as mulheres engravidam. A falta de esclarecimento, a gravidez indesejada e o aborto (que também só penaliza a mulher) têm que ter desenvolvimentos dignos e de paridade social.
    3 - Certas religiões consideram que é pecado as mulheres sentirem prazer no acto sexual.
    4- A região católica e a "união até que a morte os separe" e o pecado aliado ao sexo são um constrangimento à liberdade sexual feminina. E também penaliza a mulher. O 10º. Mandamento diz: não cobiçar a mulher do próximo. Nem se coloca a hipótese da mulher cobiçar o homem pertencente a outra mulher.

    Assim identifico claramente dois grandes constrangimentos à ampla liberdade sexual da mulher:
    1- A questão económica. A maioria das prostitutas não o são por opção e muitas vezes caem em malhas de tráfico onde são exploradas, de toda a forma e feitio, ameaçadas e sofrendo maus-tratos.
    O problema do aborto e da gravidez indesejada volta a colocar-se com muito maior acuidade para a mulher das classes desfavorecidas. A mulher rica e informada usa contraceptivos adequados às situações, se tiver um gravidez indesejada liberta-se sem problemas, dentro ou fora do país, se quiser ser mãe solteira tem condições para assumir a criança.
    2 - A religião é o maior entrave à sexualidade feminina e inibidora do prazer e da vida emocional plena.
    Ia continuar mas como o comentário vai longo vou dividi-lo em dois.
    Abraço

    SILÊNCIO CULPADO disse...

    Raul
    É interessante observarmos os animais porque encontramos neles muitas semelhanças connosco. Os lobos organizam-se em sociedades muito idênticas às humanas na forma de funcionamento.
    Em termos sexuais são diferentes do cão, pois têm o seu par certo e não admitem traições dentro da alcateia.
    Vi no National Geographic um episódio, passado com coites, num ambiente de neve e de falta de alimento. O chefe da alcateia tinha que providenciar os alimentados mas o sub-chefe, seu adjunto, andava de olho na sua "mulher" coiote.
    Via-se a luta e a indecisão do chefe entre o ir caçar e fazer batidas de prospecção de caça e o ter que deixar a sua coiote à guarda do subchefe. Venceu o dever e ele foi caçar. Mas quando regressou o coiote sub-chefe tinha-se posto na sua "mulher".
    Então todos os coiotes da matilha se juntaram e expulsaram o sub-chefe atirando-o para uma ambiente inóspito onde, sozinho, teria sérias dificuldades em sobreviver.

    Não faço comentários sobre a história mas fica para reflexão.
    Um abraço

    R.Almeida disse...

    Eu gostava que houvesse mais pessoas nesta troca de impressões, mas mesmo assim estou contente, pois o objectivo é complementar um texto base que permitirá a quem nos leia formar uma opinião própria mesmo que não a partilhe com outros leitores.
    E chamamos nós aos coiotes e outros animais de irracionais, quando a nossa racionalidade faz com que sejamos o maior predador à face da terra com a agravante de contribuirmos para a destruição da nossa própria espécie.
    Agora parece que os homens também vão começar a engravidar, segundo foi noticiado um transgender nos estados unidos está grávido. Se a moda pega em breve ver-se-ão transplantes dos órgãos reprodutores femininos em homens, para que tal seja possível.
    Quanto a religiões e ao pecado da mulher ter prazer no acto sexual, há também culturas em que isso é uma realidade e a mutilação genital feminina não está de nenhuma forma extinta e é um bom tópico para um dia falarmos sobre o mesmo.
    Estou de acordo quando citas que a religião é o maior entrave à sexualidade feminina. A própria igreja católica o demonstra com as suas politicas anti preservativo defendendo que o sexo deverá apenas ter funções reprodutivas e não de prazer.
    O 10º mandamento realmente é uma aberração, e além de não se referir à mulher cobiçar o marido de outra também deixa de fora outras preferências sexuais como o homem cobiçar o marido de outra mulher. Enfim um pouco de humor não fica mal num comentário, sobre um tema interessante em que estamos pondo a nu alguns tabus e ventilando o longo caminho a percorrer para que realmente haja igualdade entre géneros, porque afinal somos seres humanos em que as desigualdades são chocantes.
    Raul

    Michael disse...

    Louise
    A sexualidade feminina está formatada pela religião que é castradora e contra-natura. Não sei como se pode dizer que sexo é só para fins reprodutivos e reprimir o desejo e as suas manifestações naturais como um pecado só redimível nas penas do inferno.
    Concordo com a Lídia em tudo mas ainda acrescento mais um ponto nas dificuldades experimentadas pelas mulheres dos estratos sociais mais desfavorecidos. Estas mulheres são as que são alvo de assédio sexual dos chefes e dos patrões a quem chegam a ceder não por desejo mas porque receiam perder o emprego ou serem perseguídas assim do género de dizerem que tudo o que fazem está mal e tornarem o ambiente de trabalho irrespirável.
    O assédio sexual de pessoas que estão em posição hierarquicamente superior deveria ser punível com cadeia.
    Abraço e as melhoras

    Branca disse...

    Raul,
    Já espreitei por aqui estes dias, já vi que tenho muito para ler, mas quero fazê-lo com toda a atenção e colaborar com a nossa amiga Ana Carvalheira. Voltarei amanhã para me dedicar ao teu espaço. Agora foi só para te dizer que pelo que vi por estes dias e só por ter aqui a tua mão fiquei feliz pois é sinal que a tua intervenção correu bem e continuas muito activo e interventivo. Óptimo!
    Que continues sempre assim.
    Beijinhos.
    Branca

    G.BRITO disse...

    A sexualidade feminina vale a pena ser discutida embora pense que há uma análise quase exaustiva nos comentários anteriores. Quero só acrescentar que a sexualidade feminina só começou a existir, em plenitude e nos países avançados, com o aparecimento da contracepção. A pilula foi uma autêntica revolução na sexualidade da mulher. Sem contracepção eficaz o medo de engravidar era, e é, absolutamente inibidor. Há faixas da população que ainda desconhecem a contracepção pois só assim se justifica tanto recursos ao aborto por gravidez indesejada. Há mulheres em Portugal que, nos dias de hoje, ainda recorrem à parteira para abortar por desconhecerem que o podem fazer no SNS.
    Faz todo o sentido os comentários que falam que a realidade é uma para a mulher rica e outra para a mulher pobre. Ou melhor dito por outras palavras, a mulher com recursos e informação nada tem a ver com a outra.
    Não respondi ao questionário porque não sou mulher mas sou de opinião que um questionário na net, se não for complementado por outras formas de recolha de informação junto dos meios desfavorecidos, não traduzirá, nem de perto nem de longe, o que é a sexualidade feminina. Este questionário é para mulher culta e urbana como são as do mundo virtual.

    Abraço

    R.Almeida disse...

    Por lapso, não agradeci antes as participações da avó amigona, da Isabel e da Fatyly, faço-o agora com um pedido de desculpas.
    Michael, na tua participação falas do assédio por parte de patrões e chefes, no entanto não convém esquecer que como em tudo na vida há duas faces ou pólos e que embora se fale pouco, o inverso também acontece ou seja haver por parte do prestador de serviços um oferecimento com vista a mais-valias, tais como promoções ou aumento de salários. Outro caso que acontece em ambientes laborais onde as pessoas passam mais tempo do que com os seus conjugues é o desenvolvimento de afectos e o nascer de novas relações, umas que se assumem e levam ao quebrar com a relação existente, outras que levam os intervenientes a viverem uma vida dupla com uma nova relação onde há afecto mas mantendo a relação anterior.
    Brancamar, eu estou bem aparentemente com algumas preocupações quanto ao futuro e aos estragos que as medicações altamente agressivas irão fazer nesta carcaça. Fico à espera que tenhas tempo e coloques o teu ponto de vista.
    Um abraço
    Raul

    M.MENDES disse...

    Raul
    Concordo com os comentadores anteriores nos quais me vou basear para responder.
    Existe uma diferença abismal entre o que era a sexualidade feminina nos meus tempos de juventude e a que é hoje.
    Defendo que as mulheres têm o direito às suas escolhas quer no campo afectivo quer no campo emocional e sexual. Mas já me parece um exagero este sobredimensionamento que se pretende dar à sexualidade feminina. Defendo que o certo na vida é a felicidade e os prazeres que não venham a amargar porque só assim eles serão gratificantes.
    É muito redutor restringir a sexualidade feminina ao acto sexual jogando nele todas as cartas. As mulheres gostam de ser acarinhadas e apreciadas. O seu maior prazer reside aí. As que procuram esses swings, e vieram-me à memória os tristemente célebres MaCann, têm vidas muito conturbadas.
    Na relação sexual os preliminares determinam o prazer bem como o conhecimento das zonas erógenas de cada parceira.

    Abraço

    R.Almeida disse...

    Brito
    Concordo que a pílula constituiu uma revolução na sexualidade da mulher. O receio de uma gravidez indesejada deixou de existir e a mulher sentiu-se mais livre. Depois apareceu o travão, logo que o HIV deixou de ser uma doença exclusiva de homossexuais e pessoas de raça negra, como inicialmente foi anunciada. Voltou a existir medo mas embora refreasse um pouco a liberdade sexual, a revolução já tinha um desenvolvimento tal que prosseguiu o seu caminho.
    Neste tema não existe a exaustão de que falas. Há pontos de vista que são aqui falados, e outros que nem sequer são mencionados. Referi num comentário anterior que os segredos de alcofa são mais protegidos que os segredos de estado. E isto não é exclusivo do sexo feminino e aplica-se da mesma forma ao homem. Vivemos numa concha que teimamos em não abrir e ainda bem, por vários motivos. Todos temos receio em nos expor com verdade, pois tememos aquilo que os outros possam pensar de nós. Durante alguns anos participei em grupos de auto ajuda e aconselhamento entre pessoas infectadas pelo HIV, e notei que a maioria das pessoas tinha dificuldade em admitir que a sua infecção teve origem nas relações sexuais. Arranjavam sempre formas, algumas disparatadas da maneira como foram infectados. Lembro-me de um episódio pitoresco em que alguém teimava em dizer que tinha sido infectado na sanita de uma casa de banho pública. Um dos membros do grupo, sem pachorra para o ouvir disse que o problema possivelmente tinha sido que essa pessoa se sentou na sanita antes que a pessoa que a tinha usado anteriormente se levantasse. Há e continuará a haver por parte de todos nós um esconder em tudo o que fazemos durante uma relação sexual e daquilo que sentimos e nos desperta o libido com mais intensidade.
    O questionário, não é apenas na net. É um projecto do ISPA e foi-me dito com uma amostra superior a 3.000 mulheres. O investigador principal é a professora drª Ana Carvalheira, mas tem uma equipe de investigadores ligado ao mesmo. Uma das dificuldades é o reduzido numero de mulheres acima do cinquenta anos a participar no projecto, para que se compreenda a sexualidade feminina nesta faixa etária .
    Obrigado pela tua participação. Um abraço
    Raul

    Mary disse...

    Bons comentadores e boa participação. Isso é bom para retirar algumas teias de aranha.
    Vou responder ao questionário conforme me foi sugerido.
    Cumprimentos.

    Mary disse...

    Não consegui responder ao questionário porque só consegui aceder à primeira página.
    Estou no trabalho e não tenho tempo disponível a não ser o intervalo do almoço.

    Mary disse...

    Já consegui preencher e enviar o questionário que considero excessivamente longo.

    São disse...

    A sexualidade sempre foi reprimida pelas igrejas.
    A religião cristã chega ao ponto de nos impingir uma Maria virgem , engravidada pelo Espírito Santo.
    Mas acho que as mulheres se começam a libertar: basta dar uma volta pela blogosfera!!
    Bom trabalho.

    R.Almeida disse...

    Olá Mary
    Ainda bem que conseguiste preencher o questionário. A arquitectura dos questionários deste tipo faz com que pareçam muito longos para quem os preenche eu pensava o mesmo,no entanto quando aprendi a analisá-los por vezes achava que deviam ter mais umas perguntas. Há cruzamento de informação e se reparaste quando começaste a preenchê-lo escrevias mais devagar e conforme ias avançando ias pondo as cruzes mais rápido com o intuito de o acabares. Isso faz com que as pessoas derrotadas pelo cansaço se defendam menos e as respostas sejam mais objectivas.
    Obrigado por o teres preenchido.
    Um abraço solidário
    Raul

    R.Almeida disse...

    Mendonça
    Os tempos mudam e com essa mudança somos levados a pensar que estamos noutro mundo.
    A sexualidade não está apenas na fornicação e em idades mais avançadas é uma pena que com a cessação dessa actividade muitos casais deixem de se tocar e acariciar vivendo como se fossem estranhos no que diz respeito à intimidade. O prazer está muitas vezes numa caricia e num carinho como referes na tua participação. É importante descobrirmos a nossa felicidade através da sexualidade no outono da vida.Uma mulher arranjar-se e pôr-se bonita para o seu amado nesta fase da vida não deixa de ser uma expressão de sexualidade.
    Um abraço Raul

    R.Almeida disse...

    São
    Fizeste-me rir com a gravidez por obra e graça do espirito santo.
    No passado as governantas dos senhores abades, que reuniam grandes fortunas ficavam grávidas, e o engraçado é que era sempre o sacristão,o pai :)
    Bjs
    Raul

    errando por aí disse...

    Raul
    A sexualidade feminina não é já um bicho de sete cabeças. Pelo menos não o é entre determinadas camadas da população. Arriscaria mesmo dizer numa larga maioria da população portuguesa. Blogs eróticos e sensuais, de autoria de mulheres, não faltam na blogosfera.
    As mulheres mais velhas também elas têm uma nova postura. Vestem-se de maneira diferente e têm uma nova forma de interagir com o sexo oposto. Já não assumem aquele ar assexuado de "morta para o mundo".
    Relativamente ao questionário parece-me que, além de longo e demasiado minucioso em certos aspectos,devia ter uma pergunta sobre se a mulher é ou não portadora do HIV. É que, em caso afirmaivo, essa circunstância poderá alterar, de forma decisiva, a sua forma de estar e de viver a sexualidade.

    Abraço

    R.Almeida disse...

    Sheila
    Estou de acordo contigo em práticamente quase tudo o que dizes. Na ultima parte da tua participação, é que não estarei tanto de acordo pois o HIV não é impedimento para que se viva a sexualidade em pleno.Apenas requer alguns cuidados e sexo seguro. No entanto e em relação às pessoas não infectadas quem não proceder da mesma forma arrisca-se a passar para o lado dos infectados com uma possivel infecção. Em ambos os casos estou a falar de relações ocasionais.
    Um abraço
    Raul

    Michael disse...

    Raul
    Eu fui claro no meu comentário. O assédio sexual a que me refiro é o assédio dos chefes e dos patrões sobre mulheres que, pela dependência económica do emprego, ficam entre a espada e a parede.
    Claro que há mulheres que negoceiam atirando "as suas graças" para a frente. Essa é outra questão. E, mesmo assim, se contabilizarmos as mulheres que são vítimas de assédio, ou que cedem ao assédio e têm vergonha de confessar, verificamos que as situações são mais frequentes do que se imaginam.

    Abraço

    R.Almeida disse...

    Michael
    Eu compreendi, o teu statement sobre o assédio. As autoridades que fiscalizam o trabalho têm conhecimento, mas nada tem sido feito para evitar essas situações. O medo continua a ser um factor que cala as vitimas,e a justiça não pune severamente os infractores.Para além do assédio sexual existe o mobbing e é politica comum nas grandes empresas que escravizam os trabalhadores com objectivos e metas a cumprir,que a maior parte das vezes são quase missões impossiveis. Eles sabem que para cada posto de trabalho que vague, existem dezenas de novos candidatos ao lugar. Infelizmente esta é a realidade que vivemos.

    Eternamente disse...

    Raul
    Vamos ser claros. Nas sociedades de consumo em que o capitalismo selvagem comanda as mentes e os comportamentos, o preto não é igual ao branco, o homem não é igual à mulher, o velho não é igual ao novo, o homossexual continua a ser discriminado.
    Numa pura lógica de mercado e do lucto pelo lucro há que criar valor explorando. O valor do salário médio das mulheres operárias é inferior ao do homem no Portugal de hoje.Há patrões e chefes que não recrutam mulheres sempre com o argumento de que não têm perfil para o lugar, justificação que esconde que não querem pagar as faltas por maternidade e assistência à família. Também pagam a muitos africanos, por exemplo, salários inferiores por trabalho igual.
    Não há autonomia sexual numa sociedade que ainda discrimina a mulher quando esta não tem autonomia financeira.
    Muitas mulheres praticam abortos porque têm que defender o posto de trabalho ou porque, na família, não é aceite a maternidade fora do casamento e elas não têm para onde ir.
    Muitas fazem sexo com os maridos porque "ainda é um dever conjugal". Isto é que é castrador e não propriamente se toca aqui ou ali para se ficar mais excitada.

    abraço

    R.Almeida disse...

    Louise, gostei imenso do teu comentário.Em cada palavra metes o dedo na chaga.A parte que me doi mais Muitas fazem sexo com os maridos porque "ainda é um dever conjugal"
    Abraço Raul

    Odele Souza disse...

    Olá Raul,
    Estive ausente dos comentários de muitos dos blogs que habitualmente visito por conta de um problema com Flavia. Ficou gripadíssima.
    Vejo que o debate aqui foi muito produtivo e tu, muito atuante com tuas respostas "na ponta da lingua" a tudo e a todos.
    Sinceramente, eu não saberia mais o que acrescentar a este debate de forma a enriquece-lo pois que já está riquíssimo.
    Deixo então o meu abraço a todos e vou para o questionário.

    R.Almeida disse...

    Optimo Odele que vai responder ao questionário.
    Espero que Flavia esteja melhor da gripe, por ti e por ela.
    Abraço
    Raul

    Odele Souza disse...

    "O Inquérito é completamente anónimo e tem como objectivo perceber o comportamento sexual das mulheres portuguesas."

    Neste caso, como brasileira, imaginei que minha participação será irrelevante para a conclusão do estudo.

    Fica o meu abraço e os meus cumprimentos a todos quantos aqui deixaram seus comentátios pois que o fizeram de forma muito competente.

    Robin Hood disse...

    Pode-se morrer à sede e pode-se morrer afogado. Se antes a sexualidade era tabu agora já torra a paciência de tanto ouvir falar em sexo.
    Sexo é para se curtir sem tanta exposição.
    Lendo os comentários deixe-me que lhe diga, Raul, que não concordo que a sida/HIV não seja um constrangimento sexual. O portador pode ter os mesmos desejos e até pode realizar o acto com as devidas precauções. O que duvido é que consiga fazê-lo sem constrangimentos.
    No caso em apreço, da sexualidade feminina,não acredito que uma mulher infectada se sinta à vontade nos relacionamentos nem que um hipotético companheiro não possa esfriar ao saber da situação dela. O mesmo se passa em relação aos homens mas estamos a falar de mulheres.
    Eu não era capaz de fazer sexo com uma mulher infectada mesmo que me digam que não tem problema nenhum.
    Deste modo considero que o questionário devia conter esta situação para melhor a compreendermos e também para que consigamos vencer as inibições.
    Atenção: peço que não me batam por eu dizer isto. Sou um homem informado e quero ter uma postura aberta e abrangente e proporcionar vida e ajuda aos portadores do HIV.

    Abraço

    R.Almeida disse...

    Olá Robin
    Compreendo o seu ponto de vista quanto a constrangimentos das pessoas infectadas.É salutar as pessoas terem pontos de vista diferentes e exporem o que pensam livremente.
    Quanto a não ser capaz de fazer sexo com uma pessoa infectada, estou de acordo e recuando alguns anos (pré-infecção)poderia dizer que tinha a mesma opinião.O grande problema é saber quem está infectado e quem não está.Não se pode esperar que todas as pessoas infectadas declarem o seu estado de seropositividade ao HIV,nem é legitimo exigir que o façam.A obrigação moral é as pessoas infectadas protegerem-se contra reinfecções e fazendo-o estão a proteger o seu parceiro. Infelizmente nem todos tomam essas precauções,daí o alastramento da pandemia.
    Um abraço Raul

    Helenya disse...

    Eu acho que o ideal é deixar de se ter relações sexuais para garantirmos não sermos contagiados pelos bichinhos. Eles andem aí....
    Hoje em dia não dá para facilitar!Quando vou aos restaurantes, levo sempre o meu prato e talheres que nunca se sabe o que podemos apanhar e quando fazem qualquer comentário ao meu comportamento, digo que sou excentrica. É chique!

    SILÊNCIO CULPADO disse...

    Raul
    O primeiro passo para que a sociedade aceite a diferença terá que começar em nós e na nossa capacidade para a aceitar. Capacidade capaz de entender aqueles que, duma forma generosa e sincera, nos confessam os seus receios, perante o HIV por exemplo, na esperança que lhes afastemos as nuvens que pairam sobre os seus receios e que na realidade não querem ter. Porque quem discrimina realmente não o confessa.
    Responder com ódio a quem procura o entendimento, não contribui para a compreensão nem para a aproximação entre as pessoas condição essencial para a aceitação e construção dum mundo mais solidário e tolerante.
    O diálogo que procuras, com as tuas respostas, deverá manter-se pois ele é fundamental para varrer o medo e o preconceito que, frequentemente, não são culpa de quem os manifesta mas dum País cujos orgãos de comunicação, ao serviço do poder, não se emprenham no esclarecimento mas na sensação, aquilo que faz vender e que dá lucro.
    É, por isso, que os receios existem entre pessoas que já não os deviam ter.
    Abraço forte