O Professor Bernard Hirschel, da Unidade de VIH/SIDA do Hospital Universitário de Genebra afirma que a tripla terapia faz baixar de tal forma os níveis de VIH no sangue ao ponto do vírus se tornar indetectável e que as pessoas seropositivas com cargas virais indetectáveis têm poucas possibilidades de infectar outras, mesmo em relações sexuais não protegidas.
Ao ser inquirido disse: “ Se não há vírus, não há transmissão da infecção”.
Até as autoridades de saúde validarem a sua tese vai levar muito tempo e gerar muita controvérsia.
Aparentemente já se aceita que quanto menor for a carga viral, menor é o risco de infecção, o que até há bem pouco tempo era rejeitado pela classe médica, que afirmava haver sempre riscos mesmo com cargas virais indetectáveis.
Mudam-se os tempos e as opiniões hoje aceites e temidas pela população caem por terra de um dia para o outro. Contudo mudar as mentalidades acerca dos riscos que foram anunciados no passado e que hoje se sabe não existirem, é algo difícil e podemos constatar o efeito nefasto do que ficou gravado nas mentes do povo, em casos de descriminação e estigma mesmo na actividade laboral, como se viu com a decisão judicial do cozinheiro despedido recentemente.
Uma pequena franja da sociedade como é o caso de casais sero-discordantes, poderá beneficiar desta constatação mas mesmo assim só na altura da reprodução no caso de quererem ter filhos, pois declarações erradas, não cientificamente provadas continuam a propagar o medo, mesmo nas pessoas infectadas, que não querem ter a consciência intranquila acerca da possibilidade de eventualmente terem transmitido o vírus.
Para os leitores que entendam a língua francesa deixo aqui um link para fazerem uma apreciação mais conveniente acerca do assunto:Bernard Hirschel
Ao ser inquirido disse: “ Se não há vírus, não há transmissão da infecção”.
Até as autoridades de saúde validarem a sua tese vai levar muito tempo e gerar muita controvérsia.
Aparentemente já se aceita que quanto menor for a carga viral, menor é o risco de infecção, o que até há bem pouco tempo era rejeitado pela classe médica, que afirmava haver sempre riscos mesmo com cargas virais indetectáveis.
Mudam-se os tempos e as opiniões hoje aceites e temidas pela população caem por terra de um dia para o outro. Contudo mudar as mentalidades acerca dos riscos que foram anunciados no passado e que hoje se sabe não existirem, é algo difícil e podemos constatar o efeito nefasto do que ficou gravado nas mentes do povo, em casos de descriminação e estigma mesmo na actividade laboral, como se viu com a decisão judicial do cozinheiro despedido recentemente.
Uma pequena franja da sociedade como é o caso de casais sero-discordantes, poderá beneficiar desta constatação mas mesmo assim só na altura da reprodução no caso de quererem ter filhos, pois declarações erradas, não cientificamente provadas continuam a propagar o medo, mesmo nas pessoas infectadas, que não querem ter a consciência intranquila acerca da possibilidade de eventualmente terem transmitido o vírus.
Para os leitores que entendam a língua francesa deixo aqui um link para fazerem uma apreciação mais conveniente acerca do assunto:Bernard Hirschel
Não consigo compreender como certos médicos fazem tabus de certas matérias e não querem que a informação chegue facilmente à população em geral. Ainda há cerca de 2 anos atrás artigos colocados por mim num site sobre SIDA que frequentava, e que se referiam à terapia PEP (terapia pós exposição ao vírus), que hoje é universalmente aceite eram simplesmente apagados sem qualquer explicação.
Até que haja uma aceitação geral de factos cientificamente provados, por aqueles que têm responsabilidades nesta área, continuaremos a alimentar os mitos que levam ao estigma e descriminação de todos os seropositivos.
Na base da pirâmide das hierarquias sociais, vêm sempre os mais fracos, os deficientes, e os doentes e isso remonta aos princípios da civilização humana recordando-me os leprosos do passado.
Até que haja uma aceitação geral de factos cientificamente provados, por aqueles que têm responsabilidades nesta área, continuaremos a alimentar os mitos que levam ao estigma e descriminação de todos os seropositivos.
Na base da pirâmide das hierarquias sociais, vêm sempre os mais fracos, os deficientes, e os doentes e isso remonta aos princípios da civilização humana recordando-me os leprosos do passado.
4 comentários:
Olá!
E a ciência vai avançando mais rapidamente do que as cabeças do povo!
Faz todo o sentido que quanto menor a carga viral menor o risco de transmissão!
beijinhos
Antes de mais queria felicitar a existência deste blog. Começo a ser um leitor assíduo, depois de o ter encontrado quase por acaso. Não sou seropositivo, mas indirectamente vivo com “o bichinho” bem próximo de mim porque mantenho uma relação serodiscordante. Este blog tem sido uma espécie de lufada de ar fresco na minha cabeça e acabo por passar por cá de vez em quando. Ainda não é passífico esta minha ligação estreita com o HIV (e desculpem-me os seropositivos que devem achar de muito mau gosto eu me dar ao luxo de dizer que é complicado para mim viver próximo do HIV quando outros têm de viver com ele dentro de si). Esta minha nova realidade tem cerca de um ano e meio e só há cerca de sete meses é que tive conhecimento de causa. Tem valido a pena, é essa a conclusão que posso tirar. O resto são arredores.
Relativamente a este post em concreto tive vontade de me pronunciar e por isso teço os seguintes comentários. Como devem calcular, a ser verdade a afirmação do Professor Bernard Hirschel esta questão viria resolver em muito os meus constrangimentos, contudo acho que é preciso interpretar o que ele disse à luz dos nossos conhecimentos pessoais e do nosso bom senso. Quero dizer que não me surpreende que não haja contágio quando não há virus... ou seja: não há, não passa. A questão é que a declaração, caso tenha sido mesmo nestes termos, pode ser traicoeira. A meu ver não nos podemos esquecer de algumas premissas, entre as quais as seguintes:
1ª - a não existência de HIV no corpo teria de ser interpretada como cura definitiva. Se não há virus para transmitir, também não há virus para se replicar dentro do organismo humano. E isto parece-me que ainda não aconteceu. Uma coisa é a leitura (medição) outra coisa é a concretidade da doença;
2ª - em regra e pela experiencia que tenho, os resultados são dados a conhecer aos pacientes com um desfasamento temporal muito grande (pelo menos de um mês). Todos nós sabemos que um mês é muito tempo, para o bem e para o mal;
3ª - sabemos também que na maior parte dos casos utilizam-se tecnologias que consideram a carga viral indetectável quando esta é inferior a 50 cópias por mm2 de sangue. Ora... 49 cópias por mm2 é ainda alguma coisa e certamente bem diferente de zero cópias por mm2.
Sou homossexual e, portanto, a questão da reprodução é (como é obvio nesta situação) um campeonato para outras pessoas. Contudo acho que actualmente não há necessidade de arriscar seja o que for quanto estão disponíveis técnicas isentas de risco confirmado como sejam a lavagem de esperma ou semen ou inseminação artificial.
Saúde a todos!
Ando com essa marcada a meses para perguntar ao meu médico. Sobre o virs estar indectectavel.Isso porque o vírus não se transmite através da salva. Apesar de haver virus nela. Ms em tão pouca quantidade que não há o perigo de contágio.
Sabendo eu disso e porque minha carga viral tornou-se indectetavel e cd-4 a niveis de uma pessoa "normal" pensei logo nisso.
Mas ele vai ter que me dizer algo na segunda feira que tenho a tal de consulta rotineira. Quase que é só para me passar a receita de comprimidos para mais 3 meses e dizer que continua indectectável.
( Esoerançoso que esteja na mesma )
Mais uma vez deixo aqui um abraço e mais uma vez também deixo os meus parabéns por este blog.
Aproveito para desejar boas festas e uma carga positiva por estas bandas.
Força.
olá Ferreira
Claro que não vamos de animo leve embandeirar,que a infecção é impossivel.
Note porém que uma carga viral inexistente no sangue e outros fluidos representa segundo estudos apenas 2% do virus no corpo.O sistema linfático retém os restantes 98% e não há consenso acerca do efeitos redutores da quantidade de virus através da medicação fora da corrente sanguinea.
Importante será a população em geral,entender que na realidade os seropositivos não são bombas móveis prontas a detonarem o virus para cima delas quer por contactos sociais ou outros mais intimos.
Um abraço e continue a usar o preservativo mas sem medos.
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