Á semelhança de uma revolução em que a ditadura da vida de VIH negativo desaparece e nasce uma nova vida que é a do seropositivo na qual uma pessoa passa para o mundo dos infectados, também nas nossas vidas (agora de infectados) temos de quando em vez fazer uma revolução no nosso habitat, para que possamos aproveitar e tornar útil aquilo que precisamos e deitar fora ou dar a quem use aquilo que não nos faz falta.
É essa a minha tarefa de momento, em que vou entrar no meu 11 ano de infecção e em que não podendo deitar para o lixo o VIH que é parte do meu património físico terreno, o conservo como algo que me dá orgulho possuir. Para muitos alguém dizer “Tenho orgulho em ser seropositivo”, pode soar como algo dito por um louco. Pensarão que essas palavras foram proferidas por alguém que certamente sofre de uma patologia qualquer relacionada com a insanidade mental e para a qual os psicólogos especializados encontrarão um nome no DSM (Bíblia da Psicologia) que soará algo estranho mas que enquadra aquele estado clínico na perfeição. É comum as classes médicas, arranjarem nomes incríveis para diferentes doenças e suas causas, que não fazem parte do vocabulário do comum cidadão, e que são um idioma à parte o qual na minha opinião se devia juntar ao Mirandês, para que orgulhosamente pudéssemos dizer que Portugal tem três línguas oficiais.
Divagar sobre direitos e deveres de cada “sidadão” e também cidadão pois o HIV não lhe pode tirar esse estatuto, iria provavelmente enriquecer o texto mas iria torná-lo pesado demais para um artigo de blog, tendo como consequência deixar que o ponto focal ficasse adormecido.
Na revolução que ando a fazer em casa e que começou com pintar paredes e deitar fora ou dar tudo o que não necessito e não uso, chegou a altura de limpar um armário, onde guardava revistas e livros, quase todos relacionados com a SIDA, que ao longo dos anos fui coleccionando. Nessa limpeza encontrei um maço de revistas nas quais havia informação alguma dela em que os responsáveis pela epidemia, ou pelo combate a ela, mostravam os seus projectos e o trabalho que estavam a desenvolver. Não as poderia deitar fora por terem informação escrita, muito importante sobre o HIV, que suportam as nossas memórias voláteis em que vemos o presente e o que está a ser feito e esquecemos o que foi feito no passado. Seleccionadas e estripadas de publicidade e artigos actualmente com pouco interesse, passaram a ser úteis, e a serem a memória viva da SIDA vista á distância de dez anos.
Servirão para uma avaliação pessoal, num balanço daquilo que o estado gastou nos últimos dez anos, do trabalho que foi feito em matéria de prevenção e do apoio dado às pessoas infectadas. Claro que nunca vou poder saber o número exacto de milhões de euros gastos, mas certamente posso constatar o pouco trabalho efectuado nesta área.
Viver a SIDA, ou em termos mais softs a infecção pelo HIV, (que em termos técnicos de origem pouco cientifica , são coisas diferentes), e fazer dela uma causa para a vida, é opção de cada um dos infectados ou afectados directamente pela doença terá de fazer. Há direitos a defender e a fazer cumprir, e também algumas obrigações.
Passamos a vida a lamentarmo-nos da nossa sorte ou da falta dela, à semelhança dos nãos infectados e não tomamos uma acção, permitindo que a democracia em que vivemos actue da mesma forma que uma ditadura.
Bom tenho de continuar a arrumar a casa seleccionando o útil, e tornando-o usável. Acho que resumidamente este texto apenas serviu para dizer que encontrei uma maço de revistas com informação importante. Talvez também deixasse a mensagem de que a SIDA e os tratamentos para o controle da mesma, provocam insanidade mental e que o autor deste texto aderiu ao clube.Com toda a certeza também, deixa a mensagem no ar que algo não está bem com a SIDA em Portugal assim como com a Hepatite C e também no apoio aos infectados. Essas palavras não estão escritas, mas podem ser detectadas em frases neste texto.
É urgente criar um grupo para garantir os nossos direitos, e definir as nossas obrigações, que verdadeiramente represente a comunidade infectada nacional. Será que estamos preparados para ir à luta, e estarmos unidos em objectivos?
É essa a minha tarefa de momento, em que vou entrar no meu 11 ano de infecção e em que não podendo deitar para o lixo o VIH que é parte do meu património físico terreno, o conservo como algo que me dá orgulho possuir. Para muitos alguém dizer “Tenho orgulho em ser seropositivo”, pode soar como algo dito por um louco. Pensarão que essas palavras foram proferidas por alguém que certamente sofre de uma patologia qualquer relacionada com a insanidade mental e para a qual os psicólogos especializados encontrarão um nome no DSM (Bíblia da Psicologia) que soará algo estranho mas que enquadra aquele estado clínico na perfeição. É comum as classes médicas, arranjarem nomes incríveis para diferentes doenças e suas causas, que não fazem parte do vocabulário do comum cidadão, e que são um idioma à parte o qual na minha opinião se devia juntar ao Mirandês, para que orgulhosamente pudéssemos dizer que Portugal tem três línguas oficiais.
Divagar sobre direitos e deveres de cada “sidadão” e também cidadão pois o HIV não lhe pode tirar esse estatuto, iria provavelmente enriquecer o texto mas iria torná-lo pesado demais para um artigo de blog, tendo como consequência deixar que o ponto focal ficasse adormecido.
Na revolução que ando a fazer em casa e que começou com pintar paredes e deitar fora ou dar tudo o que não necessito e não uso, chegou a altura de limpar um armário, onde guardava revistas e livros, quase todos relacionados com a SIDA, que ao longo dos anos fui coleccionando. Nessa limpeza encontrei um maço de revistas nas quais havia informação alguma dela em que os responsáveis pela epidemia, ou pelo combate a ela, mostravam os seus projectos e o trabalho que estavam a desenvolver. Não as poderia deitar fora por terem informação escrita, muito importante sobre o HIV, que suportam as nossas memórias voláteis em que vemos o presente e o que está a ser feito e esquecemos o que foi feito no passado. Seleccionadas e estripadas de publicidade e artigos actualmente com pouco interesse, passaram a ser úteis, e a serem a memória viva da SIDA vista á distância de dez anos.
Servirão para uma avaliação pessoal, num balanço daquilo que o estado gastou nos últimos dez anos, do trabalho que foi feito em matéria de prevenção e do apoio dado às pessoas infectadas. Claro que nunca vou poder saber o número exacto de milhões de euros gastos, mas certamente posso constatar o pouco trabalho efectuado nesta área.
Viver a SIDA, ou em termos mais softs a infecção pelo HIV, (que em termos técnicos de origem pouco cientifica , são coisas diferentes), e fazer dela uma causa para a vida, é opção de cada um dos infectados ou afectados directamente pela doença terá de fazer. Há direitos a defender e a fazer cumprir, e também algumas obrigações.
Passamos a vida a lamentarmo-nos da nossa sorte ou da falta dela, à semelhança dos nãos infectados e não tomamos uma acção, permitindo que a democracia em que vivemos actue da mesma forma que uma ditadura.
Bom tenho de continuar a arrumar a casa seleccionando o útil, e tornando-o usável. Acho que resumidamente este texto apenas serviu para dizer que encontrei uma maço de revistas com informação importante. Talvez também deixasse a mensagem de que a SIDA e os tratamentos para o controle da mesma, provocam insanidade mental e que o autor deste texto aderiu ao clube.Com toda a certeza também, deixa a mensagem no ar que algo não está bem com a SIDA em Portugal assim como com a Hepatite C e também no apoio aos infectados. Essas palavras não estão escritas, mas podem ser detectadas em frases neste texto.
É urgente criar um grupo para garantir os nossos direitos, e definir as nossas obrigações, que verdadeiramente represente a comunidade infectada nacional. Será que estamos preparados para ir à luta, e estarmos unidos em objectivos?
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