Vacina anti-HIV, para quando?

Não é todos os dias que assistimos a uma palestra sobre o porquê de ainda não haver uma vacina para o HIV, especialmente quando essa palestra é dada por um cientista laureado com o prémio Nobel.
Foi interessante a palestra no que diz respeito ao que os cientistas fazem com os vírus para encontrar um meio de os combater através de vacinas. Embora leigo, através de muitos congressos sobre medicina quer nacionais quer internacionais, tenho aprendido muito de termos técnicos e da maneira como o HIV actua, contudo o avanço da ciência e a engenharia genética e molecular são campos que embora me fascinem deixam sempre lacunas que não consigo compreender. Mesmo os investigadores quando procuram descobrir algo de novo só sabem cerca de 50% daquilo que tentam descobrir para solucionar certo problema. A outra metade é completamente desconhecida e o grande problema é não saberem qual é a metade que conhecem.
Acerca do HIV sabem alguma coisa mas quando pensam que encontraram a solução estão na metade errada ou seja o que pensavam desconhecer é o que constataram conhecer um pouco e a outra parte continua a ser um mistério. Mudam as glicoproteinas do vírus, para que o organismo produza anticorpos rapidamente, retiram-lhe a memória genética que permite que o vírus actue de maneira diferente e de repente chegam á conclusão que deram um pequeno passo em frente ou então que retrocederam e volta tudo á estaca zero.
Tentam arranjar um meio através de células T protectoras ou de anticorpos neutralizantes, para combater a infecção mas ao mesmo tempo têm de conseguir que as soluções arranjadas não destruam as células existentes no organismo que são infectadas pelo vírus.
Tudo o que foi feito até agora em matéria de vacinas contra antigenios mutantes ou para manter activos os macrófagos e células T protectoras não tem tido sucesso e daí a dificuldade de se encontrar uma vacina eficaz para a infecção pelo HIV.
Rolf Zinkernagel, pessoalmente não acredita numa vacina eficaz contra o HIV nos próximos 10, 20 ou 50 anos. Esperemos que esteja a ser pragmático e que esteja enganado. De momento estão em desenvolvimento algumas vacinas e outros cientistas e investigadores podem encontrar a outra parte desconhecida ou seja os outros 50% e podem saber qual a parte que realmente conhecem e daí á descoberta é um grande avanço. Esperemos que o que se está a desenvolver actualmente não seja o produto de investimentos milionários com vista a grandes lucros, e que não ponham cá para fora algo que não seja realmente eficaz. Dentro de poucos anos saberemos, até lá ficamos com a esperança de que algo aconteça em breve para o bem da humanidade.

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