CADs para o HIV, um fracasso?



Henrique Barros , coordenador para infecção pelo VIH, dirigindo-se à Assembleia da Republica, afirmou que a maioria dos CAD (Centros de Aconselhamento e Diagnóstico) para o VIH/Sida, não tem trabalho e não fazem nada. “O que funciona bem são os CAD móveis, e vão ser a aposta da coordenação”
Possivelmente dentro de pouco tempo fecham-se os CAD fixos e as carrinhas para o diagnóstico serão o único meio de anonimamente se fazer o teste ao HIV.
Não estou de acordo e vou dizer porquê:
Em relação aos CAD fixos, acredito que tenham pouco trabalho e que os funcionários não fazem nada. Mas se os fecharem isso não vai ser uma boa medida, e a solução está em os senhores governantes porem a massa cinzenta a trabalhar e arranjarem trabalho na área da prevenção e informação para os funcionários terem que fazer.
A falta de trabalho nos departamentos públicos é notória em todas as áreas e como os gestores públicos não resolvem o problema é comum verem-se soluções arranjadas pelos trabalhadores. As senhoras fazem “crochet” os homens lêem o jornal e fazem palavras cruzadas. O Mau é que tão ocupados que estão com estes trabalhos que inventaram, muitas vezes deixam os utentes sem ser atendidos.
As unidades móveis não são solução (embora devam existir), primeiro por ser difícil saber onde estão, e quando o conseguimos, como ainda me aconteceu há dias, depois de me deslocar ao local onde a carrinha deveria estar, ela já se tinha ido embora isto dentro do horário normal de trabalho. A solução foi ir ao CAD da LAPA onde fui bem atendido e este tinha lá gente e tive algum tempo de espera (portanto tem trabalho).
A um governante e responsável por uma área que usa dinheiros públicos, não basta constatar que este ou aquele serviço não tem trabalho suficiente. É preciso ser-se activo e reinventar a maneira de tornar esse serviço produtivo estendendo o seu raio de acção em matéria de tarefas a outros produtos directamente relacionados com a área para a qual estão vocacionados e neste caso concreto a SIDA.
Há tempos numa conferência, durante o almoço alguns amigos gays , falavam que havia mais homossexuais passivos do que activos . Permitam-me a comparação com os responsáveis políticos, que parecem estar á espera que apareça um “Activo” para fazer o trabalho todo. Quando isto não acontece fecham as portas (puxam as calças para cima) e assunto resolvido. Não tiveram o prazer de ser activos e não deixaram que os passivos o tivessem também.

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