Iniciando ...

A história do incêndio no hospital é mesmo para escrever. Iniciei o texto a desenvolver a saga, e embora ainda esteja sujeito a ser editado e modificado começa assim :
O Hospital de “S. Nunca “ situa-se no centro histórico de uma grande metrópole chamada “Ésboa“ por sua vez situada no estuário do rio “Nome de Cão”.
É um edifício construído na primeira metade do século passado, na época em que as construções começaram a crescer em altura e uma boa parte dele foi aproveitada de um antigo convento, onde os frades começaram a prestar os primeiros cuidados de saúde. Obras têm sido feitas e rios de dinheiro gastos tentando manter o antigo colosso funcional para continuar a prestar serviços médicos, mas por mais obras que se façam não é possível transformá-lo num hospital onde a actuação dos médicos, face ao desenvolvimento da ciência de cuidados de saúde, possa ser facilitada e os doentes melhor atendidos. Derrubar o velho edifício e construir um hospital de raiz naquela área é impensável e só mesmo um governante completamente idiota para não dizer insano teria coragem para se meter numa aventura dessas.
Os acessos são difíceis e por ruas estreitas e muito movimentadas, e o estacionamento para os doentes que se deslocam ás consultas é um completo caos.
Construir um mega hospital fora do centro urbano, servido por vias rápidas e com amplos locais de estacionamento seria o ideal, mas aí começariam as confusões de estar fora do município e os autarcas fazem-se ouvir achando-se no direito de ter um hospital na sua área que devido ao aglomerado populacional não tem terrenos disponíveis nem a possibilidade de fazer acessos rápidos e parques de estacionamento para os utentes, mas isso para eles não interessa querem é continuar a ter o seu hospital, e consideram isso um direito adquirido e não há ninguém que os consiga fazer mudar de ideias. Seria a solução ideal mas é complicado e caso fosse avante essa ideia não quero imaginar sequer o burburinho que isso iria causar com manifestações, processos na justiça e outras acções burocráticas para impedirem a continuidade do projecto.
A falta de isolamento térmico nas paredes e nas janelas faz com que seja um edifício frio e o consumo de energia para aquecimento é uma loucura. Alguns postos de transformação foram colocados para satisfazer as necessidades de consumo e é comum verem-se cabos eléctricos em instalações á vista, alguns acompanhando os tubos de oxigénio que se vão distribuir pelas várias secções. Aqui e ali vê-mos vapor a sair de uma canalização já deteriorada, e em alguns pontos as paredes estão pretas de infiltrações de água no inverno. Tem elevadores que param em diferentes patamares do grande edifício e inúmeros corredores com sinais indicadores de direcção para os utentes se poderem orientar nas suas deslocações para as consultas das diversas especialidades, sempre cheios de pessoas que procuram um ou outro lugar no hospital de uma especialidade médica ou procurando onde se fazem as análises ou certos exames.
Os funcionários até são simpáticos, desde que não tenham atingido o ponto de saturação com tantas perguntas e lá nos indicam onde é esta ou aquela secção, utilizando os estratagemas de um lugar onde trabalham e através do qual têm de circular. Entra no corredor X toma o elevador para o andar de baixo atravessa o serviço Y porque estão em obras e é a única passagem e sobe um andar depois é melhor perguntar a outro funcionário. Tentamos seguir á risca as indicações dadas e lá seguimos pelos corredores todos iguais descemos no elevador passamos o serviço Y subimos um andar e encontramos um balcão que para nossa surpresa é o mesmo onde tínhamos colhido toda a informação. A mesma pessoa vê onde está o erro e diz que tem de virar á esquerda na segunda porta e embora não tenhamos encontrado o serviço pretendido decidimos nova aventura ir para a zona norte sul este ou oeste e passadas alguma horas lá o encontramos . O sair do hospital ainda é mais complicado pela falta de sinais indicadores que nos mostrem a saída, mas o certo é que a coisa funciona e nós lá vamos resolvendo os nossos problemas. Não reclamamos precisamos de determinada especialidade e lá temos de tudo. Parece um tipo de hospital , com a configuração do IKEA, que uma vez lá dentro tem de se percorrer todo o edifício para conseguirmos voltar ao ponto de entrada. O Hospital está constantemente em obras, para melhorar este ou aquele serviço mas por mais que façam continua a ser um elefante branco, consumidor de recursos humanos e energéticos e não é de maneira nenhuma exemplo, para aquilo que actualmente. em termos de funcionalidade esperamos de um hospital polivalente num país que se diz moderno e segue o rumo do progresso.
Não prometo publicar de imediato o desenvolver da história, mas a pouco e pouco vão sabendo noticias e tendo alguns excertos do texto, não obrigatóriamente continuados e sequênciais.
Ideias e experiências de cada um nas suas visitas aos hospitais podem contribuir para um maior enriquecimento da acção. O Esqueleto existe agora é preciso dar-lhe forma. Será que inventei a blog-novela? Os episódios vão-se seguindo ....vamos para um pequeno intervalo sem publicidade.

2 comentários:

Zé "Prisas" Amaral disse...

De modo nenhum podia deixar passar em claro a tua visita lá pelo Palacete.

Para além da enorme ajuda que pode ser para alguns dos moradores desta nossa rua, é mais uma voz que se junta à nossa pelos motivos melhores.

Estaremos por aqui.

R.Almeida disse...

Um mail pró sidadania,uma visita se for do teu agrado enfim, pelo menos estamos em sintonia.Uns dentro, outros fora uns para sairem outros para entrar.É preciso quem acredite e ganhe voz.
Há gente que veio daí, dali e de acolá e que tem vontade de trabalhar, e está a trabalhar.
Estar a pagar uma divida á sociedade, da forma que o estado determinou não significa a perda de todos os direitos que nos são consagrados pela constituição, embora ás vezes pareça.
Cuida-te e porta-te mal dentro daquilo que te é permitido, mas nunca desistas de fazer aquilo em que acreditas.
Um abraço solidário