O ESTIGMA E O HIV

Apesar de, nos dias de hoje, ainda haver muito ruído na comunicação que se faz sobre o HIV e que impede um são esclarecimento indispensável a uma sociedade que vive cada vez mais as situações de contingência, a verdade é que passos importantes têm sido dados, e o papão da sida já não é tão medonho como era há duas décadas atrás.
Novos dados têm surgido que têm descolado a imagem da doença, até então muito centrada na homossexualidade, situação que as alas mais conservadoras da igreja católica e mesmo de outras religiões, olham com crueldade e preconceitos como se as leis humanas e divinas fossem apenas feitas para certos tipos de emoções.
Esqueceram-se, os que assim pensam, que em épocas da história, e em certas civilizações, a homossexualidade é algo naturalmente aceite e que, em muitas espécies de animais existe porque a natureza tem regras próprias nem sempre condizentes com o pensar dos homens.
Frequentemente quando alguém do mundo do espectáculo morria com a sida e logo se revelava que afinal o indivíduo, ao invés do grande galã sedutor, até era alguém que não gostava de mulheres, murmurava-se em surdina que esta doença foi enviada por Deus para pôr fim ao mal da homossexualidade que estaria a alastrar de forma imprevisível.
Ouviram-se estes comentários aquando da morte de Rock Hudson, António Variações e tantos outros. E penso que esta ideia de pecado e de desvio, que se colou dolorosamente à doença, veio a ser reforçada também com a ideia de que, uma liberdade sexual que permite viver o sexo sem os tabus do passado, estaria associada a situações de promiscuidade condenadas por um Deus que apenas aceita a hipocrisia dos homens e a virgindade das mulheres como condição necessária para alcançar o paraíso.
Zangado com o que vai no mundo teria Deus enviado a sida, como enviou as 10 pragas do Egipto no tempo de Moisés, com a finalidade de demonstrar que ninguém pode afrontar as suas leis e que estas não incluem a livre emoção e o livre desejo num universo em que a sexualidade vem inexoravelmente colada ao conceito da procriação.

Apesar de existirem outras doenças tanto ou mais contagiosas e tanto ou mais perigosas do que a sida, o conceito de pecado associado a esta última inculcou o medo e a vergonha que, posteriormente, criaram situações irracionais de repulsa e segregação.

A má informação de como a doença se transmite e as histórias de horror, contadas à boca pequena pela calada da noite, têm sido responsáveis pela propagação da doença que goza da imunidade duma perfeita falta de esclarecimento.

Ainda ontem pude ler no Diário de Notícias, os resultados dum estudo realizado pelo Instituto de Ciências Sociais e coordenado por Manuel Vilaverde Cabral e Pedro Moura Ferreira em que, perto de 80% dos portugueses declaram que não usariam preservativo numa relação sexual com uma pessoa infectada com VIH.

As características demográficas, os conhecimentos, as crenças e a experiência sexual determinam a probabilidade de usar preservativo e também de fazer o teste. No entanto, verifica-se “uma assinalável dissociação entre conhecimento e prática. Saber que se teve uma ou mais doenças de transmissão sexual não parece influenciar a utilização do preservativo.”
Na investigação, foram inquiridos mais de 3500 portugueses entre os 16 e os 65 anos e analisadas questões como a regularidade da actividade sexual, grau de satisfação, número de parceiros, idade que marcou o início da actividade sexual bem como as práticas e identidades sexuais (heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade).
Outra realidade revelada pelo estudo é que mais de metade dos portugueses não usou preservativo na primeira relação sexual com o parceiro mais recente.
Henrique Barros refere que a proporção de utilização de testes era igual quer os inquiridos admitissem ou não ter relações sexuais ocasionais. Estas conclusões têm necessariamente de levar ao estabelecimento de novas estratégias de combate à infecção VIH/sida e à informação dos portugueses:
"Os profissionais de saúde terão de repensar a forma como cumprem a totalidade da sua missão, ou seja, para além de diagnosticar também devem ajudar a prevenir. De outro modo, é difícil compreender que os inquiridos reportem uma frequência de utilização de preservativos semelhante, quer tivessem ou não, na sua história pessoal, uma infecção sexualmente transmissível".
Perante a enormidade revelada por este estudo verifica-se que existe uma incompatibilidade absoluta entre o à vontade inconsciente como se vive determinado tipo de relações, e os tabus desproporcionados que a doença acarreta.
Como é possível que, nos dias de hoje estas mesmas pessoas que praticam sexo com toda a insegurança venham a recusar trabalhadores por serem portadores de HIV? Ou retirem crianças de infantários quando têm conhecimento que, entre elas, existe alguma seropositiva?
Vivemos no mundo das incongruências mas a forma de encarar a sida e os estigmas advenientes é, sem dúvida, das maiores aberrações do século. Até porque mesmo os mais “moralistas” na vivência do sexo não estão imunes à contaminação do vírus do HIV. Basta o parceiro(a) ter tido um deslize com alguém infectado.
Se o estigma é por si próprio uma aberração, no caso do HIV parece adquirir uma irracionalidade dinâmica que nada tem a ver com a realidade objectiva e que, escondendo o que deve ser mostrado a nível de prevenção, exibe uma discriminação grosseira que fere e oculta contribuindo para a propagação dum mal que em Portugal continua a revelar níveis preocupantes de novos casos.

Notas Soltas em Comentários:

(cursor do rato sobre o texto, pára o movimento, retirando-o retoma)


O estigma e a descriminação promove a falta de informação, de consciencialização pública, da prevenção propriamente dita, contribuindo para a propagação da pandemia para os números assustadores que se somam a cada dia que passa. Paulo


...tomam a pilula com mais facilidade que usam o preservativo. A maioria destes jovens, julga-se ainda num mundo à parte dos portadores,não pretendem acordar para uma realidade tão próxima a maior parte das vezes...Coragem


...a falta de informação leva muitas das nossas jovens a acreditar que a pílula as protege da infecção pelo HIV, e não vêm necessidade de usarem o preservativo.
Raul


Nenhuma protecção correndo riscos de cegueira e problemas respiratórios graves...
Podem parecer situações diferentes, mas as raízes da inconsciência são as mesmas. Eremit@


...ponho em causa a sanidade mental dos portugueses que ignoram a prevenção mas que estão sempre de navalha afiada para cortar pescoços como se tivessem moral para isso.
Mary


Não me venham dizer que o estigma sobre o HIV está no receio de se ser contagiado se as relações desprotegidas ainda são aquelas que dão pica e mostram que se é muito macho.M.Mendonça


...o mesmo preconceito de 10,15 anos atráz,onde ainda acham que tocar em alguem com Aids,vai fazer com que você pegue o vírus,ou até sentar na cadeira de um homem pode fazer a menina engravidar,coisas extremamente absurdas e que fazem com que pessoas como eu se revoltem...Arnaldo Trindade


Existe uma ideia preconcebida, de que o perservativo de alguma maneira impede ou diminui o prazer do acto sexual. Cansei de ouvir jovens, e homens feitos dizerem, que não se comem rebuçados embrulhados. Elvira Carvalho


É preciso viver com intensidade a ignorância para não se recear ser contagiado em relações sexuais desprotegidas e ter-se receio de se ser contagiado na casa de banho ou no aperto de mão a um colega de trabalho que seja seropositivo. Louise


... transmissão de diversas doenças já não está bem na falta de informação que as pessoas têm , mas sim numa irresponssabilidade, machismo e num pensar que esse tipo de situações só acontece aos outros...Sei que existes


Uma das grandes dificuldades dos pais é conseguir passar para seus filhos a noção do perigo, pois que estes se comportam (quase sempre) como se fossem inatingíveis. E isto com relação a todo e qualquer perigo e a SIDA/AIDS não é uma exceção. Odele Sousa


Depois de uma série de textos sobre o ESTIGMA, vamos preparar uma série de textos sobre os cuidados médicos e de enfermagem nos nossos hospitais do serviço nacional de saúde. Abordaremos diferenças de tratamento entre pessoas infectadas com o HIV, e população não infectada.Um desafio a todos os nossos leitores comentadores para participarem, pois os cuidados de saúde são um bem de todos nós, cuja qualidade beneficia a todos.> Editorial Sidadania e Amigos


...ainda continuamos numa sociedade que pouco conhece, e que não quer conhecer, que tem duvidas e não as tira, que revela todos os dias que os jovens não usam preservativo... Dalaila


Por isso a informação é fulcral. É preciso desmistificar que alguém que padece de um "vírus", pode e deve ter "amor", como outro ser qualquer... M.Relvas




51 comentários:

. intemporal . disse...

É preocupante e assustador o número de novos casos de infecção por VIH no nosso país. Lembro-me, de que em 2007, quando fui diagnosticado VIH positivo, perguntei ao meu médico, se estavam a surgir novas infecções ao que ele me respondeu que todos os dias, 6 a 7 pessoas eram diagnosticadas. Pasmei. Eu próprio, nunca pensei na realidade de tais números, e só aí me apercebi da realidade. O estigma e a descriminação promove a falta de informação, de consciencialização pública, da prevenção propriamente dita, contribuindo para a propagação da pandemia para os números assustadores que se somam a cada dia que passa.
Abraço

Coragem disse...

Das coisas que mais me continua a assustar, são os jovens, muitos deles em formação escolar.
Com toda a informação que existe,em casa, nas escolas (aqui até acho que deveria haver mais) comunicação social, a internet é um veiculo que eles conduzem com a maior facilidade e, estes mesmos jovens mantêm relações extremamente liberais, ainda sem preservativo, acham e digo isto por experiência, que contrair doenças sexualmente transmissiveis só acontece aos outros. Trocam de parceira (o)com a maior facilidade, as meninas continuam a engravidar e se tal não acontece, é porque desde cedo tomam a pilula com mais facilidade que usam o preservativo. A maioria destes jovens, julga-se ainda num mundo à parte dos portadores,não pretendem acordar para uma realidade tão próxima a maior parte das vezes pelo estigma de não se imaginarem amigos de alguem que possa ser um portador de Hiv.
Ainda há realmente quem acredite que,a Sida só existe mesmo para quem é homossexual ou drogado.

Bj

R.Almeida disse...

Um bom texto, que alerta para a realidade de como vai este país. Os estudos valem o que valem e a colheita de amostras nem sempre é feita para abranger uma população multifacetada. Muitos dos estudos são subsidiados, e são complemento de um emprego precário na luta pela sobrevivência da geração dos licenciados dos 500 €.
Algo que me revolta, é que face às conclusões de muitos dos estudos não se tomam acções práticas com vista a preencher as lacunas de falta de informação, como se a prevenção não fosse essencial. Enquanto noutros países a taxa de novas infecções está em declínio, por cá verifica-se o contrário. Infelizmente a falta de informação leva muitas das nossas jovens a acreditar que a pílula as protege da infecção pelo HIV, e não vêm necessidade de usarem o preservativo.
Tenho referido várias vezes que é importante a educação sexual e prevenção estar nas escolas e que a comunidade seropositiva, deveria ser ouvida e aproveitada para participar em campanhas educativas, devido ao seu “know how", mas isso parece aos olhos dos responsáveis pouco relevante na luta contra a SIDA.
Os custos futuros, com novas infecções, quer a nível humano, quer económico, serão muito maiores do que um programa estruturado de prevenção, mas isso parece não ser compreendido por quem nos governa e tem responsabilidades na área.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Paulo
É realmente assustador o aparecimento de novos casos e temos aqui que realçar o paradoxo que consiste em discriminar os portadores do HIV e, ao mesmo tempo, viver-se como se fossemos imunes a um possível contágio.
Dito em palavras práticas, é burrice e a ignorância levadas ao limite.
O tempo e os esforços a estigmatizar, (e estigmatiza-se não por ser o HIV mas, como temos vindo a observar, porque o ser humano humilha para se sentir superior esquecendo-se que também ele é vulnerável), deveriam ser canalizados para a prevenção essa sim bastante necessária.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Coragem
É verdade, amiga, que os jovens em idade escolar devem merecer de nós uma atenção redobrada. Mas não basta termos atenção para com os jovens, é preciso que as entidades oficiais castiguem severamente os traficantes que, junto a escolas frequentadas por jovens de 12 anos, traficam em plena luz do dia. Tenho uma prima e afilhada que afundou no mundo da droga por ter sido iniciada aos 12anos num conhecido colégio que ela frequentava.
Daí à sida, como sabes, é um instantinho porque a troca de seringas continua a não ser feita e porque preferimos sempre optar pelo faz de conta que aceitar a realidade em si.
Admiro-te muito pela forma como conduziste o relacionamento com o teu irmão e dói-me pensar que não tiveram todo o apoio que lhes era devido.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul
Deixa-me fazer só um reparo ao que dizes sobre o estudo que cito. Este estudo foi conduzido pelo Manuel Vilaverde Cabral e eu não acredito que ele não tenha usado técnicas de amostragem credíveis para poupar dinheiro.
A realidade demonstrada é triste e deixa-nos perplexos. Como é possível tanta ignorância? Mas logo a resposta aparece na minha mente ao pensar que se estigmatizam pessoas a tordo e a direito, sem justificação, pessoas que têm uma doença e que precisam de apoio. E mais ainda sendo o HIV uma doença que não se propaga por simples contacto e que tem identificados os seus meios de prevenção.
É alarmante semelhante atraso cultural e cívico.
Abraço

Eremit@ disse...

não tive conhecimento dos resultados de que aqui fazes breve abordagem e fiquei estarrecido.
Continuo a achar que a informação tem sido ampla e bem divulgada - há smepre forma de fazer melhor, mas sim reforço - tem sido bem divulgada.
o que faz que as pessoas fechem olhos, ouvidos e mente?
Liga-se com a questão do estigma, a divisáo entre os "bons" e os "maus/pecadores", ou dos "fracos"também porque não podemo esquecer que em Portugal, mesmo nos trabalhos que obrigam ao uso de protecções há muito "macho" lusitano que evita fazê-lo porque não é de homem. e ainda há pouco vi um operároo numa dessas situações e fiquei a falar com ele sobre os riscos daquele trabalho. Conhecia-os. perguntei-lhe, no final da conversa, porque não usava a máscra e os õculos... Encolheu os ombros e riu-se...Todos os dias - durnate cerca de uma semana. me cruzava com ele no seu trabalho.
Tão desprotegido como no 1º dia.
E sempre acabava a falar um pouco e no fim a deixar apergunta no ar...
Nunca usou a protecção necessária.
Nenhuma protecção correndo riscos de cegueira e problemas respiratórios graves...
Podem parecer situações diferentes, mas as raízes da inconsciência são as mesmas.
creio que nunca te disse que gosot muito do nome do teu blogue. Porque todo o silêncio é culpado.
Fraterno abraço

Mary disse...

Lídia/Raul/Paulo
Um texto de grande coragem que nos enche de revolta e preocupações. Afinal andamos a fazer o quê? A apontar o dedo sem percebermos que o dedo está apontado para nós? Que raio de pessoas somos, especialmente os homens, que ainda se acham machos latinos por serem capazes de disseminar, sexualmente, as doenças que condenam?
Não posso pôr em causa um estudo coordenado por Manuel Vilaverde Cabral mas ponho em causa a sanidade mental dos portugueses que ignoram a prevenção mas que estão sempre de navalha afiada para cortar pescoços como se tivessem moral para isso. Condeno a comunicação social, o governo e as instituições pela conivência com a ignorância, o seu incentivo e a ausência de medidas para a combaterem.

M.MENDES disse...

Amigo Raul e amiga Lídia
Um post soberbo que nos dá vontade de bater com a cabeça na parede. Em pleno século XXI o atraso e a ignorância ainda são tamanhas? Não me venham dizer que o estigma sobre o HIV está no receio de se ser contagiado se as relações desprotegidas ainda são aquelas que dão pica e mostram que se é muito macho.
Que cambada de imbecis são os que assim pensam ainda que não seja totalmente por culpa própria. Quem é que lhes forma essas opiniões que os fazem agir assim? Certamente que a comunicação social nomeadamente a nossa rica TV em que os canais públicos, pagos com o dinheiro dos nossos impostos, não servem para prestar um serviço público de qualidade.
O estigma é uma capa para a ignorância. Os que estigmatizam julgam-se espertos porque ao discriminarem se colocam (julgam eles) num patamar superior. Não podiam estar mais enganados.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Eremit@
Achei muito interessante a forma como fazes a ponte entre o "machismo" operário e o machismo que recusa o preservativo. Efectivamente concordo com essa raíz comum. Em tempos li uma tese de sociologia do trabalho que falava exactamente no desrespeito pelas normas de segurança no trabalho como forma de demonstração de virilidade. Mais: muitos acidentados não recebiam os seguros para não confessarem a sua "fraqueza" provavelmente de conotação efeminada que os levou ao acidente.
Tudo isto é espantoso à luz dos nossos valores mas a realidade é esta. E com consequências demolidoras.
Por isso considero importante estes debates, com participações diversificadas que ajudam ao esclarecimento e à queda de estereótipos sem sentido.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mary
O dedo está apontado para nós só que nós o ignoramos cegos pela vontade de estigmatizar. Tudo isto tem a ver com o obscurantismo cultural que atravessamos em plena era da comunicação em que as informações se multiplicam. As grandes potencialidades das novas tecnologias ficam subservientes doutros interesses que não os de esclarecer e informar. Só assim se justificam juízos tão primários sobre realidades objectivas que pensamos ser do conhecimento geral.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

M.M.MENDONÇA
Pois realmente, meu amigo, parece um contrasenso recear-se o contágio do HIV, às vezes em relações de trabalho ou escolares em que não há qualquer perigo, e não se recear as relações desprotegidas mesmo em situações detectadas com HIV.
Efectivamente o estigma é uma capa sinistra que cobre muita incongruência e falta de esclarecimento.

Abraço

Arnaldo Reis Trindade disse...

Lí o texto e vários comentários e como jovem,aparentemente um dos mais jovens aqui(19 anos),acho pelo que vejo que o estigma de que a doença nunca vai estar a bater em nossas portas faz com que os adolecentes se sintam totalmente donos da razão, o que não vêm ao caso,já que não só aí em Portugal,como também aqui no Brasil a quantidade de pessoas diagnosticadas com a SIDA é cada vez maior,as meninas engravidam bem mais cedo e continua o mesmo preconceito de 10,15 anos atráz,onde ainda acham que tocar em alguem com Aids,vai fazer com que você pegue o vírus,ou até sentar na cadeira de um homem pode fazer a menina engravidar,coisas extremamente absurdas e que fazem com que pessoas como eu se revoltem,estou tentando fazer minha parte,converso com meus amigos,me cuido e tento disseminar a realidade pras pessoas,não só pela internet mas também no boca a boca diariamente com amigos,
parabens mais uma vez pelo blog e Lidia,Raul e Paulo
desculpem se eu não estou a vir aqui todos os dias,é que as vezes me falta tempo e pros que visitam meu blog desculpem também pela falta de movimentação do mesmo,realmente é falta de tempo.
Abraços
ao amigos e Beijo pra Lídia.

Arnaldo Reis Trindade disse...

Paulo,obrigado pela visita´são reciprocos os elogios,acabei de postar novidades no blog,abraço.

Elvira Carvalho disse...

Um excelente texto, que deveria ser lido por todos os jovens e não só. Porque não são só os jovens que não se acautelam. Muitos homens e mulheres feitos, usam da mesma inconsciência. Há dias ouvi na TV, que todos os dias aparecem novos casos de sida, entre os mais idosos.
Existe uma ideia preconcebida, de que o perservativo de alguma maneira impede ou diminui o prazer do acto sexual. Cansei de ouvir jovens, e homens feitos dizerem, que não se comem rebuçados embrulhados.
Boa semana.
Um abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Arnaldo Trindade
Obrigada, amigo, pelas tuas palavras.
A ignorância amigo, mata, destrói e rouba a felicidade.
Só há uma forma de combatê-la: é não deixarmos cair os braços, é passarmos a palavra, é unirmo-nos contra o preconceito.
Os teus contributos, tanto mais vindos duma pessoa tão jovem, são um alerta importante que aqui fica inscrito para quem nos visita e lê.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Elvira
A tua presença é sempre uma mais valia nesta discussão em que é preciso alertar toda a gente.
O que dizes em relação ao preservativo reforça, e bem, o que procuramos defender: há que prevenir para que deixem de aparecer novos casos.
E há que humanizar e esclarecer uma sociedade mergulhada nas trevas da ignorância e do individualismo.
Abraço

calminha disse...

informação é preciso e ja a muita , mas o k é necessario é formação, e formação dos afectos sejam eles quais foram precisam de ser educados para haver responsabilidade.informar sem formar , não cola.
beijo

sideny disse...

ola

sideny disse...

raul
estou de acordo contigo nalgumas
coisas que dizes. mas tambem os pais devem informar-los,dos perigos que correm ao terem sexo desprotegido. nao existe so o hiv entao e as outras?
quanto ao aumento de novas infecoes de hiv e realmente assustador,jovens no auje da sua juventude e a vida toda pela frente . doi-me ve-los no hospital ,mas como dizem so acontece ao outros .
bej raul
ainda nao domino muito bem o computador desculpem .

R.Almeida disse...

Sideny
O texto não é meu,mas da Lídia. De qualquer maneira e como tu dizes, a nós infectados dói-nos ver nas consultas putos com uma vida longa pela frente estarem marcados com o bicho que os acompanhará pelo resto dos seus dias.
Os pais, muitos deles não estão preparados para falar com os filhos e como tu me disseste em email sabes bem disso.O exemplo do amigo do teu filho a quem deste preservativos, que ficou encabulado dizendo que os pais dele nunca lhe falaram sobre a sida nem do uso do preservativo é prova evidente que há uma falta de comunicação entre filhos e pais.
Quando tiveres tempo escreve sobre a tua experiencia e da tua vivência com o HIV, pois terei muito gosto em publicá-la aqui no blog.Um beijo grande e muita força na tua caminhada, a qual não tem sido nada fácil.

Eternamente disse...

Lídia/Raul/Paulo
Um texto que arripia e que põe em confronto o estigma e a inconsciência como se vive a sexualidade.
Este texto, se não estou em erro, refere o mesmo estudo que eu li e que revela que 25% dos portugueses nunca usaram preservativo.
É preciso viver com intensidade a ignorância para não se recear ser contagiado em relações sexuais desprotegidas e ter-se receio de se ser contagiado na casa de banho ou no aperto de mão a um colega de trabalho que seja seropositivo.
O Sidadania tem todas as condições para ir mais além na campanha de informação e de desmistificação. Há que encarar outras formas de intervenção mais activas para além da informação do site.
Abraço

Sei que existes disse...

Sem dúvida alguma que qualquer pessoa que pratique sexo sem preservativo, pode ser infectado por qualquer doença sexualmente transmitivel!... Julgo que o problema da continuação da transmissão de diversas doenças já não está bem na falta de informação que as pessoas têm (actualmente estão relativamente bem informadas), mas sim numa irresponssabilidade, machismo e num pensar que esse tipo de situações só acontece aos outros...
E depois, tal como referes, vêm aquelas atitudes absurdas de se condenar os infectados pelo HIV e do medo de se lhes tocar como se assim se propagasse esse tipo de doenças!...
O ser humano consegue ser mesmo rídiculo!
Beijocas grandes

Odele Souza disse...

Além dos costumeiros visitantes, fico contente ao ver por aqui um jovem brasileiro - jovem mesmo - 19anos, o Arnaldo Trindade. Mas claro, poderia ser um jovem de qualquer nacionalidade, ao vê-lo por aqui e ainda comentando, eu me sentiria igualmente contente.

Uma das grandes dificuldades dos pais é conseguir passar para seus filhos a noção do perigo, pois que estes se comportam (quase sempre) como se fossem inatingíveis. E isto com relação a todo e qualquer perigo e a SIDA/AIDS não é uma exceção.

Um abraço.

sideny disse...

queria citar mais dois casos de 2 amigos meus.
um que eu gostava imenso pois era da minha criacao,que teve um grande desgosto quando soube,alem de nao aceitar a doenca que tinha.
quando comecou a tomar a medicacao teve uns efeitos secundarios horrosos ele sentia-se mal ,feridas nas pernas,e mais umascoisas muito dificeis para ele
surportar. tinha uma filha pequena que a mae rejeitou por ele ser seropositivo. a rita nao e seropositiva.ele arranjou coragem de deixar a filha com a avo e sinplesmente deixou-se morrer.
o outro meu amigo morreu a 2 anos ele que queria tanto viver trabalhou enquanto teve forca mas como vivia nas barracas enquanto nao o tiraram da casa que ele pagava nao descansaram
pedi ajuda para ele a 2 associacoes que o ajudaram enquanto esteve de cama. melhou e ha assistencia acabou. morreu com uma peneumonia.um que tinha familia desistiu o outro que nao tinha familia queria viver. marcou-me muito ainda hoje penso neles.

mais porque ate apropria familia o abandonou.
e triste ouvir estas historia no sec 21
bj

SILÊNCIO CULPADO disse...

Calminha
Não cola não. Mas temos que informar para formar. É através da informação que vamos criando as bases afectivas e de cidadania.
Abraço

Anónimo disse...

Iniciativas destas são de longe um sopro de esperança.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Sidney
Mesmo sem dominares bem o computador estás a dar uma grande ajuda. E não esqueças que aqui terás sempre todo o apoio. Basta contactares-nos.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Louise
A ignorância não falta e os problemas também não. Tens razão quando falas que o Sidadania poderá ser mais actuante.
Eu proponho que se crie aqui uma entidade que permita apoiar activamente os portadores do HIV. Os problemas de desamparo perante a noticia e situações como são descritas por Sidney exigem de nós um esforço acrecido.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Sei Que Existes
Concordo contigo: o ser humano consegue ser mesmo rídiculo. Mas discordo que esteja informado. Ouve falar nas coisas mas entra por um ouvido e sai por outro. Pensa sempre que não é nada com ele. Enquanto não compreender a informação e a interiorizar continua ignorante.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Odele
É bom termos a visita deste jovem mas está a passar pelo Sidadania um leque cada vez mais alargado de visitantes-comentadores. E isso é muito gratificante.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Odele
É bom verificar que temos entre nós o jovem Arnaldo Trindade sempre oportuno e crítico nos seus comentários. Porém verifica-se que a cada dia que passa é cada vez mais alargado o leque de visitantes-comentadores e isso é muito gratificante.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

SIDNEY
Como é possível semelhantes casos? Eu imagino muita dor e muitas dificuldades. Imagino também muito discriminação mas a esse ponto, Sidney, eu não consigo sequer imaginar.
Gostaria conhecer mais pormenores.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Miguel Barroso
Contamos contigo para que esse sopro de esperança se transforme em vento de mudança em termos de mentalidades, de aceitação e de amor pelo outro.
Abraço

sideny disse...

ate nos hospitais ha discriminacao
nao digo da parte dos medicos ,mas sim da parte de enfermagem
nao todos mas algum merecem umas reclamacoes ,quando eles deviam ser os primeiros a comprender.
nao estou as escuras neste campo
e o raul que me conhece sabe bem
frecuentamos um grupo que nos esclareceu bastante .obrigado a essa pessoa por tudo o que nos ensinou
bej ate amanha

.

SILÊNCIO CULPADO disse...

SIDNEY
O que relatas é infame. Essas situações têm que ser denunciadas e os responsáveis chamados à pedra.
Abraço

R.Almeida disse...

Sideny & Lídia
Eu sugiro um post sobre os cuidados médicos e de enfermagem,feito por nós três.Uma conversa tripartida em que todos temos algo a dizer e que pode ser preparado via emails entre nós.Eu tenho uma opinião formada e muito a dizer sobre isto.A Sideny (Não é Sidney,embora originalmente fosse a ideia)tem muito a dizer,e consegue comunicar bem naquilo que escreve nos emails, embora ainda tenha dificuldades em escrever nos comentários para que problemas reais quye afectam todos, sejam compreendidos pela grande maioria dos nossos leitores.
Agoro o nick Sideny,(Sida+denny),porque a pessoa que está por trás dele nega-se a ter Sida,está preparada para a combater quando for necessário, e está hà vários anos combatendo o virus sózinha com o seu sistema imunitário, sem o auxilio de medicamentos retrovirais, estando em muito boas condições clinicas.
Vou iniciar o post sobre os cuidados médicos e de enfermagem em pessoas com HIV.

Arnaldo Reis Trindade disse...

Raul/Lidia/Paulo e Odele
Obrigado pela força,estou aqui a comentar e visitar o blog,devido ao ávido trabalho de vocês em nos mostrar um outro lado de um doença ainda muito estigmatizada.


Postei hoje falando da AIDS,espeor que gostem do post,tentem resumir um pouco o que sei ou acho que sei sobre a doença,espeor que vocês me ajudem a entender e expliquem melhor o que eu disse lá,em seus comentários e que corrigam a vontade os meus erros,para que eu não os cometa novamente.
Abraços
Odele,fico contente pelo teu comentário a meu respeito e estou fazendo o possível para que mais jovens façam como eu,inclusive minha namorada(20 anos) que atualmente visita todos os blogs que eu visito e comenta também em alguns.
Beijo

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul
Concordo com o texto a três. É um assunto, duma importância cruial, que tem que ser esclarecido e sobre o qual há formas de intervenção activa que terão que ser encaradas.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Arnaldo Trinda
É com jovens como tu que a cidadania se constrói. Digamos não à ignorância e ao isolamnto e lutemos pela dignificação das pessoas que, por um motivo ou outro, se encontram em situações especiais.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Arnaldo Trinda
É com jovens como tu que a cidadania se constrói. Digamos não à ignorância e ao isolamnto e lutemos pela dignificação das pessoas que, por um motivo ou outro, se encontram em situações especiais.
Abraço

Arnaldo Reis Trindade disse...

Lidia,parece que está a ter problemas com o blog,que vem repetindo teus comentários.
Espero estar fazendo a minha parte,já postei sobre SIDA no meu blog espeor que goste.

Beijos

Dalaila disse...

ainda continuamos numa sociedade que pouco conhece, e que não quer conhecer, que tem duvidas e não as tira, que revela todos os dias que os jovens não usam preservativo, é como uma entrevista que li, ele tinha boa cara....!!!! mas de facto é disto que ainda vivemos e não só cá, no mundo inteiro.... não sei por onde caminharemos ....

Dalaila disse...

ainda continuamos numa sociedade que pouco conhece, e que não quer conhecer, que tem duvidas e não as tira, que revela todos os dias que os jovens não usam preservativo, é como uma entrevista que li, ele tinha boa cara....!!!! mas de facto é disto que ainda vivemos e não só cá, no mundo inteiro.... não sei por onde caminharemos ....

Michael disse...

NÓS, TODOS NÓS, SOMOS RESPONSÁVEIS PELA IGNORÂNCIA, A SEGREGAÇÃO E O MEDO. TODOS NÓS OS PRATICAMOS EMBORA DIGAMOS QUE NÃO DEVEMOS FAZÊ-LO.É ALTURA DE PASSARMOS DAS PALAVRAS AOS ACTOS.
ABRAÇO

Arnaldo Reis Trindade disse...

Raul,
Obrigado pela visita,gostei do comentário e é claro que gostaria que aprofundassemos o assunto para publicarmos nos dois blogs simultaneamente.
Abraço.

Anónimo disse...

Silêncio(samente) te digo que este texto está como sempre: excelente.
Quando dizes que no estudo, 80% dos inquiridos declararam que não usariam persevativo para ter relações sexuais com alguém infectado com HIV, penso que quererá dizer que não teriam sequer, relações sexuais, caso soubessem do estado do parceiro.
Por isso a informação é fulcral. É preciso desmistificar que alguém que padece de um "vírus", pode e deve ter "amor", como outro ser qualquer, desde que devidamente preparado e informado. O portador de HIV que, sabendo disso, não informa o parceiro,e não o protege, comete um crime.
Por isso, a prevenção é a melhor arma.

Estamos no Século XXI!!

Saudações e um sorriso

SILÊNCIO CULPADO disse...

Arnaldo Trindade
Gostei muito do teu texto.
Uma contributo de grande valor para esta causa.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Dalaila
Pois não sei para onde caminhamos mas para bem não está a ser. O texto que se segue irá falar na situação evolutiva crescente no nosso País e na falta de prevenção e esclarecimento.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

MICHAEL
Pois todos nós somos responsáveis ma snão basta reconhecer que o somos. Há que trabalhar activamente para a mudança.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mário Relvas
Os 80% não significam pessoas que se abstêm de se relacionar com os infectados com HIV. Antes fossem. Privavam-se do contacto fisico mas não disseminavam a doença.
É realmente dramática tanta ignorância e, pela qualidade dos coordenadores do estudo, não ponho em causa os valores apresentados pelo mesmo.
Concordo que ninguém deva ser privado dos seus afectos porém há que vivê-los de forma esclarecida.
Abraço