Estupefacto, com fogos de artifício à mistura com champanhe e pessoas a saírem à rua batendo em panelas e tocando as buzinas dos carros entre outros excessos chegou 2008.
Parece uma revolução em que o ditador morreu e se espera tudo de bom do novo governante.
A merda começa quando vamos tomar o pequeno-almoço e os preços subiram. É o novo ano dizem-me como que a justificar o aumento dos preços. Fumar é lá fora pois a lei entrou em vigor no novo ano, o que não é tão mau assim e os fumadores á porta dos cafés, hotéis e centros de conferências até sentem algo em comum e o diálogo começa.
As notícias falam do aumento do preço do barril de petróleo e consequente aumento dos transportes e redução na mobilidade daqueles que não conseguem suportar os custos.
Ainda não fazem parte das parangonas dos jornais, os crimes do dia-a-dia, fala-se nas mortes na estrada com menos acidentes mas mais vítimas mortais, com o orgulho de alto nível de produção em que as pessoas morrem em execuções colectivas.
O negativismo do ano anterior com o fecho de maternidades e unidades de prestação de serviços médicos de urgência é sobreposto ao orgulho nacional, e já somos o país na Europa com mais nascimentos nas estradas. Afinal não podemos estar sempre na cauda da Europa a níveis de desenvolvimento.
O povo continuará a reclamar, mas os governantes não o entendem e nem sabem o que quer. Afinal à uns anos os “gajos” nasciam em casa e iam chamar uma curiosa a que chamavam de parteira e que não tinha qualificações médicas e não reclamavam. Agora damos ao povo a possibilidade de nascerem num passeio num carro confortável, com pessoal qualificado e especializado e ainda reclamam?
É difícil governar e contentar todos, daí que seja muito mais fácil governarem-se a eles próprios, aos amigos, familiares e àqueles que os suportam politicamente com votos.
Quando dentro de alguns dias deixarmos de estar inebriados com os vapores do champanhe, as luzes dos fogos de artifício e as trocas de prendas, vamos aperceber-nos de novo que está tudo igual ou pior. Passamos a pensar na Páscoa, nos fins-de-semana prolongados, no nosso aniversário ou no de alguém que nos é querido ou mesmo nos anos do chefe, o que pode trazer-nos algumas vantagens. As férias começam a ser programadas e o verão que tarda em chegar parece ser o centro das nossas atenções.
O dogma do século XXI, ou seja a procura do lucro fácil e quanto maior melhor, continuará a desenvolver tácticas propicias ao seu desenvolvimento. Os atropelos aos direitos humanos básicos, a cultura do amor ao próximo e daqueles que sofrem continuará tímida e pouco badalada excepto em momentos em que pode ser o motor para um protagonismo maior e consequente fermento para se atingir a notoriedade.
Enfim o mundo é o reflexo daquilo que somos e fazemos. Estamos em 2008, como poderíamos estar noutro ano qualquer que nada muda. Recordamos anos anteriores em que se vivia melhor, sem nos lembrarmos que nessa época também reclamávamos da maneira como vivíamos. Os anos que são contados a partir da data em que nasceu o Homem que expulsou os vendedores do templo e iniciou uma nova era. Mataram-no, porque ameaçava os senhores do poder e poderia ser uma ameaça aos seus intentos. Nós deixámos que os vendedores, especuladores e outros ores lá voltassem e não temos coragem de os expulsar de novo.
Resta-nos cumprir mais um período temporal de nossas vidas, com esperanças e sonhos a realizar. A vida continua a rolar com a certeza que é um período efémero que vai acabar em breve ou um pouco mais tarde. Não queremos lembrar-nos disso mas é a realidade à semelhança da Sida e outras doenças crónicas para as quais esperamos uma solução mas que não aparece.
Espero sobreviver até aos próximos festejos, que se vão realizar dentro de 360 dias, para mais um texto sobre o assunto. Desejo a todos uma espera tranquila e bem vivida durante este período, com a certeza de que não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.
Parece uma revolução em que o ditador morreu e se espera tudo de bom do novo governante.
A merda começa quando vamos tomar o pequeno-almoço e os preços subiram. É o novo ano dizem-me como que a justificar o aumento dos preços. Fumar é lá fora pois a lei entrou em vigor no novo ano, o que não é tão mau assim e os fumadores á porta dos cafés, hotéis e centros de conferências até sentem algo em comum e o diálogo começa.
As notícias falam do aumento do preço do barril de petróleo e consequente aumento dos transportes e redução na mobilidade daqueles que não conseguem suportar os custos.
Ainda não fazem parte das parangonas dos jornais, os crimes do dia-a-dia, fala-se nas mortes na estrada com menos acidentes mas mais vítimas mortais, com o orgulho de alto nível de produção em que as pessoas morrem em execuções colectivas.
O negativismo do ano anterior com o fecho de maternidades e unidades de prestação de serviços médicos de urgência é sobreposto ao orgulho nacional, e já somos o país na Europa com mais nascimentos nas estradas. Afinal não podemos estar sempre na cauda da Europa a níveis de desenvolvimento.
O povo continuará a reclamar, mas os governantes não o entendem e nem sabem o que quer. Afinal à uns anos os “gajos” nasciam em casa e iam chamar uma curiosa a que chamavam de parteira e que não tinha qualificações médicas e não reclamavam. Agora damos ao povo a possibilidade de nascerem num passeio num carro confortável, com pessoal qualificado e especializado e ainda reclamam?
É difícil governar e contentar todos, daí que seja muito mais fácil governarem-se a eles próprios, aos amigos, familiares e àqueles que os suportam politicamente com votos.
Quando dentro de alguns dias deixarmos de estar inebriados com os vapores do champanhe, as luzes dos fogos de artifício e as trocas de prendas, vamos aperceber-nos de novo que está tudo igual ou pior. Passamos a pensar na Páscoa, nos fins-de-semana prolongados, no nosso aniversário ou no de alguém que nos é querido ou mesmo nos anos do chefe, o que pode trazer-nos algumas vantagens. As férias começam a ser programadas e o verão que tarda em chegar parece ser o centro das nossas atenções.
O dogma do século XXI, ou seja a procura do lucro fácil e quanto maior melhor, continuará a desenvolver tácticas propicias ao seu desenvolvimento. Os atropelos aos direitos humanos básicos, a cultura do amor ao próximo e daqueles que sofrem continuará tímida e pouco badalada excepto em momentos em que pode ser o motor para um protagonismo maior e consequente fermento para se atingir a notoriedade.
Enfim o mundo é o reflexo daquilo que somos e fazemos. Estamos em 2008, como poderíamos estar noutro ano qualquer que nada muda. Recordamos anos anteriores em que se vivia melhor, sem nos lembrarmos que nessa época também reclamávamos da maneira como vivíamos. Os anos que são contados a partir da data em que nasceu o Homem que expulsou os vendedores do templo e iniciou uma nova era. Mataram-no, porque ameaçava os senhores do poder e poderia ser uma ameaça aos seus intentos. Nós deixámos que os vendedores, especuladores e outros ores lá voltassem e não temos coragem de os expulsar de novo.
Resta-nos cumprir mais um período temporal de nossas vidas, com esperanças e sonhos a realizar. A vida continua a rolar com a certeza que é um período efémero que vai acabar em breve ou um pouco mais tarde. Não queremos lembrar-nos disso mas é a realidade à semelhança da Sida e outras doenças crónicas para as quais esperamos uma solução mas que não aparece.
Espero sobreviver até aos próximos festejos, que se vão realizar dentro de 360 dias, para mais um texto sobre o assunto. Desejo a todos uma espera tranquila e bem vivida durante este período, com a certeza de que não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.
1 comentário:
Olá moço bonito,
Gosto de ler o que você escreve e aprendo com as suas palavras. Gosto das palavras e gosto de quem gosta delas. A palavra nos liberta. Com ela podemos falar de amor ou exorcizar a dor. A sua dor, a minha dor, a nossa. A palavra também funciona como um espelho e nas suas palavras vejo refletida a imagem de uma pessoa bonita. As palavras atravessam oceanos, cruzam fronteiras e encurtam distâncias. E num instante nos fazemos companhia uns aos outros. É muito bom isto.
Obrigada por sua visita ao blog de Flavia e por seu comentário. Você viu as fotos de Flavia bebê? - Mas a infância lhe foi roubada pela negligência dos que só pensam no lucro fácil e se esquecem de que a vida de um ser humano não tem preço. Nem o sofrimento, pois este não se paga. Não há como.
Sobre seu post.
Vamos achar algo de positivo na nova lei do tabaco? Deixa eu ver:
Hum... Já sei: Quando as pessoas têm que sair para fumar lá fora, encontram outras e aí pode se fazer novas amizades, novos contatos interessantes. Entre um cigarro e outro um novo laço de afeto pode se formar. E afeto é uma das boas coisas da vida.
Também espero,espero muito, que você sobreviva aos novos festejos. E que possamos de novo trocar palavras de apoio e de afeto.
O meu abraço e o meu desejo de uma semana.
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