Gravidez retarda a SIDA

Segundo um estudo levado a cabo na Faculdade de Medicina de Vanderbilt nos Estados Unidos, os investigadores concluíram que a gravidez em mulheres infectadas pelo VIH poderá ser um factor de protecção no que se refere à progressão da doença.
O estudo foi efectuado entre os anos de 1994 e 2004 em 759 mulheres infectadas, pelo vírus da Sida. Os investigadores consideram dois factores importantes ou sejam uma maior eficácia da terapia anti-retroviral, durante a gravidez e ainda a possibilidade de se desenvolverem mecanismos biológicos que impedem a progressão da doença, para o estado de Sida.
Consideram que poderá haver durante a gestação do bebé, uma activação imunológica para a sobrevivência do mesmo. Embora sejam necessários mais estudos para confirmar estas hipóteses os resultados obtidos são desde já animadores.
Fora do contexto científico fico a pensar na perfeição do corpo humano, que quando está para assegurar a continuação da espécie através da gravidez, activa todos os mecanismos de defesa para proteger o novo ser que se está desenvolvendo.
Seja qual for o motivo é bom ler notícias deste tipo, e se considerarmos ainda que um bebé pode despertar a vontade de lutar e vencer a doença então será mais um factor para encorajar mulheres seropositivas a ficarem grávidas.
Fazendo uma análise às mães seropositivas que conheço, e sem entrar em linha de conta com as vantagens em relação a uma possível activação do sistema imunitário constatei pelo menos um factor positivo no qual elas sentem mais vontade de viver e de se tratarem contra a infecção. Tornaram-se mais alegres e mais felizes com os seus rebentos.
Actualmente os riscos de uma criança nascer seropositiva, se a mãe fizer tratamento durante a gravidez são mínimos e o fantasma que ainda até há bem pouco existia de uma seropositiva dar à luz uma criança infectada parece ser um mito do passado. Com aconselhamento médico, para a melhor altura para ter uma gravidez acho que este estudo é mais um elemento encorajador á procriação por mães infectadas.
Em casais sero-discordantes, levanta-se a questão de como proteger o pai da infecção pelo HIV. Fertilização in vitro ou inserção do esperma na vagina da mãe seropositiva?
Segundo opiniões de estudiosos está provado que as terapias PREP e PEP (Terapia anti-retroviral antes e depois de contacto com o VIH) são eficazes. No entanto uma consulta médica de aconselhamento com o casal será a melhor maneira de decidir.
É maravilhoso em encontros de convívio com companheiras infectadas ver as crianças a brincar e saber que elas são saudáveis. O direito de ser mãe ou pai é um dom da natureza e não é o HIV que se vai impor, e proibir esse direito sagrado.
Quem sabe se com novos estudos sobre o assunto, num futuro próximo as mães seropositivas serão encorajadas a ficarem grávidas. Aqueles que até há pouco tempo, chamavam irresponsáveis às grávidas seropositivas, o que irão dizer sobre o assunto?

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