O que sabe a ciência acerca do HIV

A comunidade de pessoas infectadas e afectadas pelo HIV, vive na esperança que rapidamente ou num próximo futuro se venha a descobrir um medicamento que possa eliminar o vírus e assim resolver o problema desta grave pandemia mundial. Uma vacina eficaz que consiga parar o alastramento da doença é outro dos grandes anseios da humanidade.
Fala-se imenso acerca dos grandes avanços da ciência, e que actualmente graças ás terapias de alta eficácia o número de mortes foi imensamente reduzido, o que embora não sendo mentira não pode fazer com que não haja preocupação, em relação à infecção pelo HIV.
As infecções oportunistas muito comuns no passado, devido à incapacidade de serem combatidas pelo sistema imunitário de cada um dos infectados, foram substituídas por novas patologias com origem no uso dos medicamentos usados para combater o HIV e estabilizar a infecção causada pelo mesmo.
Problemas Hepáticos, Renais, Cardíacos, Altos níveis de Colesterol, Hipertensão, Lipodistrofia e Lipoatrofia, entre outros são comuns entre os doentes infectados pelo HIV e estão associados aos medicamentos usados no combate ao vírus. Os efeitos secundários imediatos como náuseas, diarreias etc. são um mal menor mas que não deixam de ser preocupantes.
Afinal pergunto eu, qual é o ponto de situação em relação ao que a ciência sabe sobre o HIV ? Novos medicamentos para combater o vírus vão aparecendo, eficazes alguns quando aparecem resistências aos medicamentos, mas no que diz respeito uma redução da toxicidade e efeitos adversos, muitos dos quais podem conduzir à morte, nada de novo.
A ciência estagnou ou por outro lado está preocupada em desenvolver novos compostos, cada vez mais caros, com vista a combaterem outros produtos existentes no mercado na ânsia de obterem uma fatia maior no bolo dos milhões que se gastam em terapias retrovirais?
Os governos queixam-se com os custos das terapias, mas o certo é que não se unem para quebrar patentes depois de expirado o prazo de validade das mesmas como acontece com outros produtos de consumo geral e assim não há grande pressão para que novos produtos apareçam, mais eficazes, menos tóxicos e que possam dar uma melhor qualidade de vida aos doentes.
Quanto mais penso saber acerca da infecção pelo HIV, mais dúvidas aparecem acerca daquilo que realmente se sabe sobre o vírus e das terapias que se utilizam para que o mesmo não destrua rapidamente o sistema imunitário dos infectados. Uma coisa parece que aprendi e da qual estou convencido, ou seja certamente não vou morrer de Sida mas sim de uma doença qualquer provocada pelos medicamentos que tomo para combater o vírus. Do mal o menos, pois os meus familiares sempre poderão dizer, sem estarem a mentir que morri de um ataque de coração ou outro mal e assim não levarem com o estigma de serem familiares de um gajo que morreu com SIDA.

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