Hepatite C e a infecção via sexual

O vírus da Hepatite C é transmitido principalmente através de contacto sanguíneo. Até agora falava-se numa remota possibilidade de transmissão via sexual, e esta infecção muitas vezes não consta na lista das doenças sexualmente transmissíveis e são escassas as campanhas de prevenção sobre a sua transmissão através de relações sexuais.
Nos últimos anos alguns estudos levados a cabo em alguns países europeus e com pessoas sem historial de drogas injectáveis mostram que tem havido um aumento no número de casos em que a infecção ocorre via sexual em práticas sexuais de alto risco sem protecção.
A comunidade infectada com o HIV, é mais vulnerável à transmissão do vírus HCV via sexual, devido a terem um sistema imunitário mais fraco e que está ocupado principalmente em combater o HIV.
Práticas sexuais como o fisting e o rimming que podem provocar micro roturas, nos tecidos genitais, estão entre aquelas de mais alto risco.
Actualmente a infecção pelo HCV via sexual está atingindo também homens gay não infectados com o HIV. Até ao presente não havia estudos em detalhe acerca desta forma de transmissão comparando infectados e não infectados com o vírus da Sida, e não eram efectuados de forma rotineira testes de anticorpos HCV ou outros que pudessem monitorizar a função hepática.
Estudos levados a cabo em Sussex-Brighton, a cidade do reino unido com maior prevalência de casos de infecção pelo HIV, concluíram, que pessoas infectadas com o HIV têm 13 vezes mais possibilidades de serem infectadas com o HCV do que as não infectadas. Embora a diferença seja considerável, estatisticamente não é relevante devido ao facto da amostra ser de dimensões reduzidas.
O importante destes estudos, é acima de tudo considerarmos que há possibilidades de infecção do HCV, através de práticas sexuais de alto risco, e que a população infectada com o HIV é mais vulnerável a esta forma de transmissão.
O preservativo continua a ser a arma disponível, na prevenção quer de uma, quer de outra infecção, para além de ser ainda uma barreira eficaz a outras DST, menos faladas mas nem por isso menos importantes de prevenir.

Sem comentários: