Evoluçao do HIV em doentes sem tratamento


Todos sabemos que desde a introdução das terapias retrovirais, o numero de mortos devido à infecção pelo HIV foi reduzido grandemente. Os retrovirais são um mal necessário, para que possamos viver muitos anos com uma qualidade de vida aceitável.
Estamos preocupados e legitimamente com os efeitos secundários dos medicamentos e os danos que causam no nosso corpo mas vamos sobrevivendo graças a eles.
A Figura que ilustra este post é elucidativa do que poderíamos esperar se não tivéssemos à nossa disposição estas terapias antiretroviricas. 5% dos doentes chamados não progressores, levam muitos anos até desenvolverem o estado de SIDA, uma percentagem de 10% num periodo de 2 a 3 anos atingem este estado e a maior percentagem de 85% leva de 10 a 12 anos até o seu sistema imunitário ficar destruido e contrairem SIDA.
A definição de Sida é quando o nosso sistema imunitário se torna incapaz de combater qualquer infecção, que nos leva á morte chamando-se a este tipo de infecções doenças oportunistas.
Durante o congresso e pela voz de médicos dos países africanos ficámos com uma visão da epidemia em África e ela não é nada animadora. Há países onde simplesmente não há medicamentos, outros com dificuldade na distribuição e muitas vezes doentes que iniciam a terapêutica antiretroviral disponível através de protocolos de ajuda com países desenvolvidos, quando vão buscar mais medicamentos para continuarem o seu tratamento eles simplesmente não estão disponíveis e têm de interromper o tratamento, com as consequências que isso acarreta devido ao desenvolvimento de resistências quando o mesmo é interrompido e depois retomado de novo quando houver mais medicamentos. As dificuldades de armazenamento dos medicamentos são difíceis e fazê-los chegar aos locais onde são necessários ainda pior.
Estão diariamente a morrer pessoas somente porque nasceram no lado errado do mundo, e é preciso urgentemente que esta situação se resolva. A SIDA continua a matar milhares de pessoas diariamente e é nosso dever fazermos ouvir a nossa voz para que as coisas se modifiquem.
Precisamos de união para podermos ter força e sermos ouvidos. Quando será o dia em que os SIDOSOS do nosso país e de outros países ditos civilizados, começam a ter consciência de que é nosso dever preocupar-nos com todos aqueles que como nós tiveram o azar de se infectar e deixam de se limitar a olhar para os nossos umbigos não querendo saber com o que se passa ao nosso redor.
Certamente não serão aqueles, que pensam que a SIDA é dos outros e que nos discriminam, que vão fazer algo por aqueles que têm uma sentença de morte marcada para o dia em que os seus sistemas imunitários enfraquecidos não possam mais evitar que as doenças oportunistas apareçam e venham a ser novas vitimas do HIV.
É preciso despertar as nossas consciências e tornarmo-nos em activistas , não só em relação ao HIV, mas também em relação ás Hepatites víricas e à tuberculose que em breve será mais uma pandemia mundial.
Não é fechados nas nossas conchas que conseguiremos fazer alguma coisa, mas se quisermos fazer alguma coisa e nos unirmos, poderemos ter a recompensa de sabermos que ajudámos a salvar muitas vidas.
É que se pensarmos que só nos devemos preocupar com nós mesmos, quem acaba por ser lixado seremos nós mesmos, porque o HIV , HCV e as tuberculoses têm o efeito boomerang e se estivermos distraídos o pau vai mas volta para nos dar uma cacetada na tola.

1 comentário:

R.Almeida disse...

Não consegui carregar a imagem ilustrativa. Problemas no blog? Amanhã tento de novo :)